quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Percurso de vida




Era eu muito pequeno quando parti
para muito longe de onde eu era feliz,
não era alegria, mas tristeza o que senti
seria talvez meu destino que assim quis.

Da minha mãe, a saudade fez-me chorar,
Ah…meu Deus, Tu sabes bem como eu chorei,
lágrimas que minha alma pedia a implorar
o amor daquela a quem amar, eu jurei…

Foi-se o tempo encurtaram-se distâncias
a alegria renasceu nas alternâncias,
o menino cresceu, só, fez-se homem…

Ignorou ofertas que os vicios consomem…
Honrou o percurso que encetou p’la vida
hoje é pai e avô tem sua missão cumprida.

José Carlos Moutinho

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Romântico ou sonhador






Caíam do céu azulado e brilhante
quimericas pétalas de ilusões
que tocavam o chão num instante
porque era imenso o calor das paixões.

Serão fantasias d’alma que sonha,
daí não vem mal ao louco mundo,
eu sou a fonte da utopia risonha
essência do meu sentir profundo.

Serei um antiquado romântico
ou talvez ridiculo sonhador,
que beija a maresia do  Atlântico;

Certo tenho, que jamais mudarei
quero continuar com este fulgor,
até ao dia que sonhar, eu deixarei.

José Carlos Moutinho

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Febril loucura





Apetece-me escrever sem parar
numa avidez febril de loucura,
as palavras baralham-se no ar
buscando uma assertiva postura.

São trapalhadas sem nenhum nexo
que vão desfilando p’lo alvo papel,
não sei se sou eu que escrevo ou o reflexo
da minha mente, que corre em tropel.

Afáveis, as letras fazem poema
cantando o amor em tão belo tema,
que acalma o meu desejo de escrever…

Olho fascinado aqueles versos
que de mim se soltaram dispersos,
fico feliz sem a razão saber…

José Carlos Moutinho

domingo, 8 de fevereiro de 2015

Mar que me marulha





Navego serenamente nas águas
deste mar imenso que marulha em mim,
escondo nas ondas as minhas mágoas
para que não precipitem o meu fim.

Faço remos com a minha coragem,
deixo-me ondular ao sabor do vento,
dos reflexos do sol, teço miragem
e lá vou eu pelo mar a meu contento.

Meu peito enche-se de belas fantasias
na ânsia do porto de abrigo de alegrias,
navego-me feliz contra vendavais…

A vida é chorar é sorrir é cantar
num tenaz oscilar sobre ondas do mar,
quero um dia fundear na acalmia do meu cais…

José Carlos Moutinho

sábado, 7 de fevereiro de 2015

O mundo em desvario




Há murmurios e muitos queixumes,
Gritam dilacerantes, os ventos,
Há escombros e muros e tapumes
Ecoam pelos ares, os lamentos.

Mundo louco este, em total desvario,
Crianças nascem, morrem, sem viver,
Males que vêm do nada, do vazio
Sol apagado p’la dor de sofrer.

Barbárie que em nome de Deus, mata
nem o mais inocente humano escapa,
Ganância despudorada fatal…

Tornada importante fazendo o mal…
Perderam-se todos os valores
A vida é luta sem vencedores.

José Carlos Moutinho

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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