Deixa-me tu poeta, que tão
bem escreves,
que te pergunte e a mal tu não
me leves
a razão de andar por
atalhos, a poesia…
Tu que te escondes na tua
simplicidade
e do sentimento tens a cor
da humildade,
diz-me por que há tanta
escrita sem valia.
Não é por rimar que se faz
um poema,
até na rima há que entender
o esquema,
assim se classifica de pobre
ou rica, a rima,
versos com ar de eruditos
que por aí vejo,
levam-me a pensar se serão
por gracejo,
ai…como é dificil respirar neste árido clima.
Tu, poeta, que tens em ti o
florir das palavras,
inventas quimeras e utopias
nas tuas lavras,
és música nos versos que de
ti são melodia…
Diz-me o que se passa,
estarei eu enganado
ou enganado está, quem
escreve tão errado,
por que assim não entendo mais
de poesia.
Se a sinceridade fosse da
poesia, companheira,
poetas inventados, teriam de
mudar de carreira,
a poesia é sentimento da
alma ou da realidade,
é história em poucas
palavras, mas com sentido
não é um jogar de estrofes
em contexto perdido…
A poesia deve ser respeitada,
pois é a verdade.
José Carlos Moutinho