sexta-feira, 11 de março de 2016

Quando eu me for




Quando da terra eu me for
Quero que seja a escrever,
Sou poeta sim senhor
Poesia é meu viver,
Escrevo com muito amor.

Será muita vontade
Esta de que vos falo,
Mas é a pura verdade
Com que vivo e não calo
E que o meu ir ainda tarde.

Tenho alma de poeta
Com humilde vocação,
Não fiz disto uma meta,
Comigo esteve a razão
Da minha vida inquieta.

Quero levar comigo,
Deste para outro espaço
O que em mim é sentido,
Às palavras me abraço
Escrever não é proibido.

José Carlos Moutinho

quarta-feira, 9 de março de 2016

Escuta, morena






Escuta o que eu te digo morena,
Não te faças assim tão esquisita,
a vida é curta, não vale a pena
teres esse jeito que só irrita.

Encara o teu viver com alegria
E serás de certeza mais feliz,
O sorriso é a força da simpatia,
Não empines tanto o teu lindo nariz.

Se aceitares estes meus conselhos
terás a prova nos teus espelhos,
esperarei o resultado final…

Assim penso eu de maneira frontal,
vaidade não leva a nenhum lugar
pois o importante é saber amar…

José Carlos Moutinho

domingo, 6 de março de 2016

Sei lá




Sei lá por que faço versos,
alguns com rima, outros em desatino...

Sei lá a razão desta minha loucura
se me entrego às palavras como um servo
e me deixo levar por elas
pelos caminhos das ilusões
e de tantas fantasias,
que chegam a confundir-me
na minha essência
e me faz perguntar-me quem sou,
se poeta, fingidor ou louco,
simplesmente nada,
ou tenha de tudo um pouco...

Sei lá por sonho acordado
para passar para o papel
o que a minha mente inventa
e me força a desenhar em poemas,
que nem sei se, serão poemas
ou meras conjunções de letras,
formando jardins de quimeras
ou floridas e inocentes intenções
de fazer poesia…

Sei lá, por que me interrogo assim
e duvido do que eu sinto,
ou sinto o que penso duvidar,
mas que em boa verdade,
vivo com emoção
esta doce sensação que me faz
ser o que eu sou.

José Carlos Moutinho

sábado, 5 de março de 2016

Pó do tempo



Mexi nos papeis, remexi o pó,
saltaram memórias,
esconderam-se saudades,
Recuei no tempo
que vivi em outro tempo
e que este meu tempo de agora,
se me tem escusado de, com tempo,
recordar o outro tempo já vivido!

Os papeis amarelados
enroscados de emoções
repletos de bons momentos,
desnudam-se agora, no meio do pó
que o tempo inventou
e que a distância jamais olvidou!

Mexo e volto a remexer
lembranças que pensava perdidas,
mas que no meio do desalinho,
se expõem como imagens vivas
de um tempo já fenecido,
que nunca mais voltará,
só restando afinal,
as saudades
e o pó, manto protector
do tempo, que o criou.

José Carlos Moutinho

quarta-feira, 2 de março de 2016

Amor, paradoxal sentimento





Olhai as pedras da calçada,
Como elas brilham com o reflexo do sol,
Reparai no sorriso das rosas,
Que marginam as ruas;
Sintam o veludo do chão que pisais,
Vede como tudo se conjuga numa beleza infinita;
Agarrai o algodão das nuvens,
Aspirai o perfume da brisa,
Riam-se com o ridículo dos momentos!

Chorai com o sofrimento,
Condoam-se com os desfavorecidos,
Mas não os abandoneis, não os desprezeis,
Não os olheis com desdém, eles são-vos iguais,
E também têm direito ao brilho da calçada,
Ao sorriso das rosas,
E ao veludo do chão!
Assim como merecem
Segurar nas suas mãos calejadas,
O algodão das nuvens
E sentirem o cheiro perfumado da brisa!

Este mundo é pequeno,
E simultâneamente enorme, onde cabemos todos
Desde que haja harmonia,
Entendimento, partilha, justiça e amor,
Muito amor…
Não o amor carnal que é instinto natural…
…Mas sim, amor na verdadeira acepção da palavra
Que floresce no que se toca com a suavidade da carícia,
Está na doce palavra murmurada na bruma da tristeza
E no abraço na noite de invernia do infortúnio!

O amor, ai o amor…substantivo de quatro letras
Tão pequeno e tão belo…
Porém, tão vilipendiado, tão ignorado e…tão desejado!

A solidariedade é um jardim do amor,
De onde as flores se fazem desapego da materialidade
E suas pétalas perfumam os desprotegidos da sorte…

O amor é dor que sente a dor do semelhante!

O amor é a vida,
pode ser tudo e pode ser nada…
Será paixão, dor, dádiva, ilusão, vida e morte.

José Carlos Moutinho

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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