sexta-feira, 13 de maio de 2016

Olhavas da tua janela





Olhavas a rua da tua janela,
dizias que esperavas que eu passasse,
mas eu sempre achei que era balela
que mentias a quem por ti cruzasse.

Certo dia bati à tua porta e nada,
não abriste, disseste que não podias,
não acreditei pois se tu és ousada
fiquei sem entender o que querias.

Saí arreliado da tua porta
jurei que nunca mais te olharia,
mentiste com teu olhar que me sorria…

Podes chorar, nada mais me importa,
mesmo que te ajoelhes a meus pés
jamais cairei no teu engodo outra vez.

José Carlos Moutinho

quinta-feira, 12 de maio de 2016

Horas doridas





Há dias em que as horas me doem
tento ignorá-las,
mas elas colam-se em mim,
então fecho-me no meu casulo
e escuto os murmúrios do vento
que melodicamente me acalmam…

Como um provérbio: horas doridas vão,
outras sorridentes, virão
a vida está em constante mutação!

A alegria é um sentir que desabrocha
da flor perfumada da felicidade,
basta deixar que as pétalas
acariciem as nossas mãos
e aspirarmos o néctar da vida
para que os jardins da paz floresçam!

Agora nesta quietude que me sorri,
entrego-me à minha inspiração,
esqueço as dores que eu senti
escrevendo este simples poema,
que vos ofereço com emoção.

José Carlos Moutinho

terça-feira, 10 de maio de 2016

Longa caminhada





Foram tempos bons, de velhos tempos
que o tempo velozmente me levou,
agora não adiantam os lamentos
sigo em frente esquecendo o que passou!

A vida é uma longa caminhada
feita de passos tristes e alegres,
por atalhos, caminhos e estrada
onde por vezes ganhas ou perdes!

É nesta forma de competição
que se aprende com sinceridade
na felicidade ou desilusão…

Numa vida de honroso sucesso
o titulo de herói bem lhe cabe
se não virar a vida do avesso…

José Carlos Moutinho

sexta-feira, 6 de maio de 2016

Angola ya Muxima uamie (Angola do meu coração)




Tantas vezes me vesti de pó vermelho
pelas picadas das minhas sensações,
refresquei-me sob as largas copas das árvores
e escutei o chilrear melodioso das aves…

Tantas e tantas vezes me deixei deslumbrar
até ao mais profundo do meu sentir
entregando-me à volúpia das emoções
ao observar o misticismo do pôr-do-sol
matizado das mais belas cores
que na leveza da sua luz
iluminava docemente o meu peito…

Quantas vezes, quantas
me deixava perdido em mim
viajando pelo dorso do mar
abraçado às ondas galopantes
inebriado pelo perfume da maresia…

Ai, que saudades
são tantas as saudades
dos cheiros da terra molhada,
das noites enluaradas de cintilantes cristais
e até das chuvadas de verão intempestivas e breves
que numa estonteante miragem
deslumbravam-nos com os mais belos arco-íris…

Esta nostalgia que não me deixa esquecer
o som  dos batuques nas noites cansadas,
no calor dos musseques,
ecoando melodiosamente pelos ares…

Aiuê…terra de tantos contrastes
onde se misturam o fascinante colorido das acácias
com a altivez do grotesco imbondeiro
de estranha forma e único da flora tropical
onde se dependuram múcuas (frutos),
castiçais da natureza…

Aiuê… Angola ya Muxima uamie
ficaste cravada no meu peito
que sangra dolorosamente de saudade..

E eu que nem nasci no teu solo, Angola
mas amo-te tanto como ao meu Portugal.

Nga Sakidila Ngola! (Obrigado)
Ngala ni jihenda! (Saudade)

José Carlos Moutinho

quarta-feira, 4 de maio de 2016

Passam os dias





Passam lentos ou rapidamente
as horas e os dias deste meu tempo,
vê-los passar assim diariamente
dá-me a força do poderoso vento

Quando eu deixar de contar os dias,
perderei a alegria de os ver passar
nas tardes quentes e por vezes frias,
porque o meu tempo decidiu findar

Assim vivo a felicidade de aqui estar,
passem lentos ou rápidos não interessa,
importa sim, ter saúde e admirar o mar
e que a vida de mim, tarde se despeça

José Carlos Moutinho

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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