segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Naquela janela


Naquela janela eu via-a passar
de cabelos ondulando ao vento
e o mais lindo sorriso de encantar,
enfeitiçado eu ficava atento.


Era assim sempre que ela passava
na rua da minha velha janela,
quando ela me olhou senti que a amava
ao receber o sorriso dela.



Pedi-lhe para esperar um pouco
e desci veloz minhas escadas,
corri como se estivesse louco…


Quando cheguei junto dela, cansado,
olhei-a de palavras caladas,
meu coração batia desatinado!


José Carlos Moutinho

terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Acácias



As folhas das acácias acariciava-lhes o rosto
enquanto lhes apaziguava o escaldante Estio,
a refrescante sombra sorria ao quente Agosto
e os dois abraçados sentiam a paixão ao desafio.

A tarde era de suspiros que do peito se soltavam
tais serenas brisas transformadas em ventania
misteriosa, a que loucamente eles se entregavam
em excitantes desejos que há muito ela não sentia.

Abraçados num apertado e desatinado abraço
sob a copa daquela Acácia perfumada e colorida,
beijos longos sugados deixando-lhes o corpo lasso,
no chão duro consumaram toda a ânsia incontida.

José Carlos Moutinho

sábado, 4 de fevereiro de 2017

Coração sofredor





Por onde andas coração sofredor?
Conta-me das tuas mágoas por favor,
talvez eu te mostre um outro caminho
que te faça encontrar algum carinho!

Não te percas pelas margens negras
da tristeza, olha as águas da certeza
que correm suaves por entre pedras,
como equilibristas da afoiteza…

Seguindo meus conselhos, coração
verás que encontras a felicidade,
vem daí comigo, dá-me a tua mão…

Virá a ti a alegria que tanto anseias
e se ouvires quem te fala a verdade,
terás tua força a correr-te nas veias.

José Carlos Moutinho

domingo, 29 de janeiro de 2017

Livre arbítrio




Pelo caminho do discernimento

seguem as verdades e mentiras,

sabendo escolher o do entendimento

terás encontrado o que tu aspiras!



Se escolheres o percurso errado

terás certamente o que não esperas,

melhor viver feliz e descansado

do que deixares de ser como eras!



Temos o livre arbítrio como opção

na maneira de entendermos a vida,

nem sempre a emoção está com a razão …



Verdade não é para todos, igual,

há quem garanta a palavra sentida

que não passa de mentira abismal…



José Carlos Moutinho

sábado, 21 de janeiro de 2017

Sentir ou não sentir





Tantas vezes me alheio de mim
e mostro um sentir que não é o meu
porque muito do que escrevo, enfim,
não será o meu sentir, mas sim o teu

As palavras deslizam como água do rio,
transmitem o que cada um quer sentir,
há no meu escrever um eterno desafio
para que me digam o que eu quero ouvir

A paixão que se foi nunca foi a minha
quando no poema eu afirmo ter sido,
deixo aos leitores a resposta da adivinha
pois poesia pode fazer ou não, sentido

José Carlos Moutinho


terça-feira, 29 de novembro de 2016

Chegavas todos os dias




Chegavas todos os dias à mesma hora
trazias no teu olhar o sol do amanhecer
o brilho do teu sorriso era alegria da vida
caminhavas com passos ágeis e vigorosos!

Por onde andarás tu agora, meu amor?

Há tanto tempo que não vejo o teu sol
que sempre me trazias nos teus olhos,
nem o teu sorriso que brilhava em mim!

Gostaria de saber do teu caminhar de agora,
se continuas a ter alegria no teu sorrir
e se mantens o sol a brilhar no teu coração
como antes iluminava o meu…

A saudade, meu amor,
veio hoje visitar-me
ao amanhecer o sol.

José Carlos Moutinho

sábado, 12 de novembro de 2016

Mudanças





Mudam-se os tempos
mas não se mudam os ventos,
mudam-se atitudes
mas não muda a dignidade
que cada vez mais se esconde
por trás da vaidade!

E é um tal vê-los correr apressados
para se colocarem sob as luzes da ribalta
a que não pertencem
e por muita luz que lhes pinte os cabelos
jamais farão parte do elenco
daquela cena da vida!

Mudam-se os actos,
mantêm-se as boas peças do teatro,
porque as da hipocrisia terão vida efémera...
mas o show continuará
com as histórias da vida
em contínuas apresentações,
onde a verdade sempre impera.

José Carlos Moutinho

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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