domingo, 10 de junho de 2018

Pelo menos tento

Quisera eu ter na mão
domínio sobre o tempo,
fazer com ou sem razão
o que me dissesse o momento

Mas o tempo é esquivo
e até é, também, invisível,
faz de todos nós um crivo
por onde passa, insensível

Tenho esperança que um dia
irei agarrar este louco tempo,
sei que poderá ser fantasia
mas pelo menos sempre tento

José Carlos Moutinho

sexta-feira, 8 de junho de 2018

603 SOBRALINHO (V. F. Xira) 4k de José Carlos Moutinho-Coletânea António...

Talvez seja poema

Vontades castigadas pelo tempo
que jamais se fizeram realidade,
nem a força desatinada do vento
transformou em brisas de verdade

Mesmo com vendavais tão loucos
jamais as vontades esmoreceram,
os espaços de tempo serão poucos
porém, não direi o que já disseram

Cansam-se os dias nesta roda viva,
correm cristalinas as águas do sucesso,
por vezes, nalguma margem perdida
se encontra algum pecado confesso

José Carlos Moutinho

Amor

...
Ah...fosse eu condor
e voaria até ao infinito
levaria nas asas tanto amor
que daria a qualquer aflito...
mas como não voo, nem condor sou
escrevo meus versos em pergaminho
com eles espalho amor por onde vou
buscando a verdade no meu caminho

José Carlos Moutinho

quinta-feira, 7 de junho de 2018

Sonhos


Tantos dos meus sonhos
foram simples quimeras perdidas
por entre as folhas das ilusões
que eu levava a navegar
pelo mar dos meus encantos...

E era nas noites sonolentas
que eu me entregava a divagações
pela inquietude das minhas insónias...

Quando despertava a alvorada,
eu, cansado e frustrado sorria ao sol
que me dizia que os sonhos
eram e são simplesmente sonhos

José Carlos Moutinho


quarta-feira, 6 de junho de 2018

Nem meu

...
Nas vagas do tempo
vão e vêm as minhas memórias,
muito depende da força do vento
que leva e traz todas as histórias

Ainda que se queira esquecer
tudo aquilo que já se viveu,
o tempo nada deixa morrer
porque nada é dele nem meu

José Carlos Moutinho

Naqueles dias


Naqueles dias, agora remotos
os vendavais eram como brisas,
havia em nós, alma de garotos
com atitudes loucas e imprecisas


Ah, saudade que me atormentas
ao lembrares tantos momentos
das tardes quentes e ciumentas
que transtornavam os sentimentos


Na resignação que o tempo impõe
caminhamos agora com serenidade,
porque o passado jamais se repõe
só temos que viver com acuidade


José Carlos Moutinho

terça-feira, 5 de junho de 2018

Não devias

...
Não devias ter apagado a luz
deixaste-te envolver pela escuridão,
agora o que resta de ti é uma sombra trémula,
ainda que te desloques até mim és breu,
já não te vejo
nem te escuto
muito menos te sinto,
és a noite que eu tanto temia

José Carlos Moutinho

Depois


É nas tardes esmorecidas
enquanto contemplo o que não vejo
que sinto uma brisa dentro do meu peito...

Então, numa espécie de letargia
voo solitário pelo tempo
abraçando as memórias
de um tempo que foi só meu...
Não! Não é egoísmo, é sim, um sentimento
que jamais partilhei com alguém
e que nesse meu voar letárgico,
trago novamente à minha lembrança!

Depois...
depois as tardes fazem-se noites,
a luz do luar desperta a brisa
que havia em mim,
ancorando-a ao esquecimento

José Carlos Moutinho

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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