terça-feira, 6 de agosto de 2019

Sinto a espuma

...
Sinto a espuma dos momentos
que me fizeram areia de saudade...
sob meus pés,
esvoaçaram gaivotas
de um tempo, que me navegou

José Carlos Moutinho
6/8/19

segunda-feira, 5 de agosto de 2019

À conversa com a poesia



Perguntei um belo e certo dia à poesia
se quem faz um poema é realmente poeta,
a poesia respondeu, com alguma azia,
que um só poema não é coisa concreta

Quis eu saber mais sobre este assunto
mas a poesia estava muito renitente,
voltou a dizer-me: poema não é presunto
que se come uma vez e fica-se contente

Fiquei ainda mais confuso com tal resposta,
e, claro, demonstrei até bastante desagrado
mas para que a poesia ficasse bem-disposta
insisti: com muitos poemas estou descansado?

E a poesia soberana, senhora do seu nariz,
e até, com arrogância, respondeu-me assim:
é poeta, pois, quem porventura tenha cariz
não é a erva daninha que faz um belo jardim!

José Carlos Moutinho
5/8/19

Similitude

Há uma similitude paradoxal entre a mulher e a rosa (flor)

Não devemos estranhar que uma bela mulher 
possa ferir-nos os sentimentos e calar-nos a alma...
se a mais linda rosa 

também nos acaricia com espinhos 
e faz nossa alma gritar de dor...

José Carlos Moutinho

domingo, 4 de agosto de 2019

És brisa

...
És brisa que me afaga
os pensamentos,
sol que me acalenta a alma,
és nuvem que confunde o meu tempo,
orvalho que me refresca as madrugadas,
és vendaval que me acorda dos sonhos,
perfume da maresia
do mar sereno onde te navego

José Carlos Moutinho
4/8/19

Voavam

Voavam


Olhei pela vidraça da janela
e vi voarem folhas
como se fossem suspiros,
deslocavam-se com a elegância da poesia,
por vezes escondiam-se por detrás do sol,
outras, brincavam com as nuvens
num voo constante e sedutor...

Todavia, tal com a efemeridade
do nosso voo pela vida,
também aquelas folhas
que me haviam deslumbrado,
aquietaram o seu voar
no duro chão da realidade
da minha triste e inquieta desilusão

José Carlos Moutinho
4/8/19

sexta-feira, 2 de agosto de 2019

Choravam as estrelas (Áudio)


Zeca Afonso in memoriam


Porquê Zeca, partiste tão cedo
se tinhas ainda tanto para nos dar,
foste valente nunca tiveste medo
em mostrar a liberdade a cantar,

se fosses vivo terias hoje noventa
anos, de muitas canções e poesia,
és hoje memória que nos acalenta
a saudade que se canta a cada dia

José Carlos Moutinho
2/8/19

RUI MONIZ MOMENTOS DE DESALENTO

poema de José Carlos Moutinho

Aldeia do Paraíso-Angola (Reportagem RTP África)



E foi assim que passei pela RTP África, (programa Rumos) com o meu livro
Aldeia do Paraíso...momentos sempre bons que ficam marcados no tempo da
nossa memória.

quinta-feira, 1 de agosto de 2019

Não serei

Não escrevo, sinceramente, por vaidade
nem edito e vendo livros para enriquecer,
uso as palavras com paixão e sinceridade
a minha emoção é simplesmente escrever,

Não serei grande poeta, tampouco escritor,
mas em cada verso coloco a minha verdade
a verdadeira glória é a opinião de cada leitor
que me incentiva a viajar nesta felicidade...

José Carlos Moutinho
1/8/19

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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