quinta-feira, 30 de janeiro de 2025

#Pelo menos


Gostaria de fazer de todas as palavras um mundo melhor,
onde os versos fossem harmonia
as metáforas, brisas de felicidade
as estrofes, marés de amizade
as rimas, rios de amor
e dos poemas, um mar profundo e revolto
onde a hipocrisia
o ódio
a mentira
a desumanidade
a guerra
o atropelo
a indignidade
e a falta de carácter se afogassem
impiedosamente

Mas como será muito difícil conseguir
pelos menos que os ventos soprem serenamente
e os luares iluminem a humanidade
os sóis aqueçam a frieza de algumas almas
e que a paz seja uma realidade
 
José Carlos Moutinho 
30/1/2025

quarta-feira, 29 de janeiro de 2025

#Trago comigo um relógio


 
Trago comigo um relógio
sem ponteiros, sem segundos e sem minutos e horas
mas sinto o seu tic tac
em cada suspiro dos meus dias
 
Por vezes, esse batimento sincopado é mais rápido
outras, pulsa tão suave que quase esmorece
 
E se quiserem saber
digo-vos que este relógio é tão antigo como eu
devo mesmo acrescentar
de que ele começou a bater
mal vi a luz desta minha vida
 
Desde então, tem sido um companheiro fantástico
sempre presente
jamais faltou um minuto sequer
durante estes longos anos do meu existir
 
Tenho a certeza…
de que este excelente regulador do meu tempo
só me abandonará
naquela hora em que eu deixarei
as caminhadas da vida,
ao partir para a viagem da eventual eternidade
 
Aí sim, este meu querido e excelso marcador dos minutos,
parará, também, definitivamente
 
Até lá, reloginho da minha vida e encanto meu
aceita o meu abraço de gratidão!
 
José Carlos Moutinho 

29/1/2025

terça-feira, 28 de janeiro de 2025

#Teias da vida

 O sonho comanda a vida (disse o poeta)

Então que dizer de quem nunca sonhou vir a ter 16 livros publicados. Milagre? Não! Direi que tem sido muita teimosia, numa resiliência brava e, talvez, obessiva compulsão para a escrita.
Sou famoso? Não! Também não tenho essa pretensão, mas sou, com toda a certeza, muito feliz pelos resultados que tenho tido e que devo, inquestionavelmente, aos meus leitores/amigos.
OBRIGADO!
Eis a TEIAS DA VIDA, Contos, Crónicas e Poemas.



domingo, 19 de janeiro de 2025

# Coisas do silêncio

Porque será que este silêncio
que me rodeia 
nada me diz?
 
Ele que faz parte de mim
nos momentos
em que me entrego à imaginação
das coisas que me faz pensar ser poesia…

Talvez o silêncio do silêncio
seja a razão da minha inspiração
e que sem ele, nada acontecesse

Sei lá eu, dos mistérios do tempo
e das vontades acontecidas
oriundas das ideias
que se plasmam nas dóceis palavras!? 

Admito que me sinto bem 
apesar deste som calado
que me abraça e me envolve por inteiro
numa amizade intemporal!
 
Todavia, este meu amigo silente
é, por vezes, perturbado pelo som
produzido pelos meus dedos
sobre as alvas letras,
acomodadas no negro teclado

E…neste silêncio que é só meu
construí estas singelas estrofes,
perfumadas por esta paz
tão solitária, mas que é só minha 

José Carlos Moutinho

19/1/2025



segunda-feira, 13 de janeiro de 2025

#Milagre da escrita

 

O bater cadenciado do meu coração
é melodia que o silêncio do meu pensamento
necessita para seguir uma rota
nunca antes programada

Então, do nada, inesperadamente,
vão surgindo as notas que me permitem
criar, inventar ou sei lá…
imaginar poemas ou simples textos

Creiam, que a mim mesmo, deixa confuso,
o que me acontece,
pois, começo a escrever sem ideia preconcebida
e o “milagre” dá-se, como por inspiração divina!

Obviamente, será até uma heresia
esta minha alusão ao fenómeno
que me acompanha desde há muito tempo:
singelo à vontade
que me leva a fazer das palavras
miragens utópicas…

e a dança das metáforas, rimas e estrofes
em fantásticos e líricos passos
dá início a um encantado baile de versos…

Não! Não me considero um ser especial,
nem sequer o entendo nos poetas
ou naqueles que usam o léxico,
como instrumento de criação de suas obras

Direi que sou, somente, um privilegiado
em ter a sorte da imaginação
e de saber o ritmo da semântica
e de ter discernimento
da minha insignificância.

José Carlos Moutinho
11/8/2024
Portugal




quinta-feira, 9 de janeiro de 2025

# Enleios


Deixo o meu pensamento voar,
serenamente, nas asas do tempo
pelo sopro do vento
por lugares desconhecidos…
 
talvez encontre o paraíso
da tranquilidade e da maresia
por praias onde a tristeza se ausenta
e as areias sejam aconchego espiritual!
 
Então, encontrado este anseio
à sombra das palmeiras
deixo-me levar pela mente
por galáxias coloridas por sonhos…
 
e quando o mar me beijar os pés
e eu sinta a frescura da vida
terei a certeza de que os sonhos
serão realidade
se os sonharmos como tal!
 
Se o lirismo me tomar como refém
adoçando os meus pensamentos
na acalmia das horas esquecidas
sentir-me-ei feliz por existir
e ter a capacidade de pensar quimeras
 
José Carlos Moutinho
9/1/2025

 

segunda-feira, 6 de janeiro de 2025

# É o que quiserem


Queria eu escrever um poema
mas quando tentei iniciar tarefa
não me surgia qualquer tema
p’lo pensamento o caos atravessa

Tentei uma vez, outra e mais uma
a minha inspiração estava falida
meu pensar era de total bruma
certamente, me pregava partida

Olhei pró teclado depois pró ecrã
desolado pela minha incapacidade
foi num louco e determinado afã
que as ideias soltaram de verdade 

Levei-me livre no dorso do vento 
como se eu fosse folha de brisa
porém, surgiu um contratempo 
não levava ordem de voo precisa
 
Voltei com o vento a resmungar
sobrevoámos as ondas agitadas
porque eu queria abraçar o mar
num enlevo de utopias exaltadas
 
Assim surgiu uma coisa qualquer
que não sei como devo classificar
pois que seja o que alguém quiser
a mim, não me compete analisar 

José Carlos Moutinho

6/1/2025

domingo, 5 de janeiro de 2025

#Viver

 Viver
 
Correm mansas águas pelos rios
e os dias, meses e anos por mim
viver é alegria e alguns calafrios
e eu vou fazendo quadras assim

Velozes vão passando os anos que sequer nos apercebemos não desistimos de fazer planos incógnito é o futuro que teremos
Há que gritar ao vento liberdade a maravilha e privilégio de viver entre mentiras e alguma verdade vamos prosseguindo até mais ver
 

E assim viajamos por este mundo
pleno de conflitos e desumanidade
amor superado por ódio profundo 
entristecidos vivemos actualidade   

José Carlos Moutinho

5/1/2025

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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