terça-feira, 7 de setembro de 2021

#Pensava-se poeta

Dedicado aqueles que são tanto e se acham pouco...
e também para os que são nada e se pensam tanto...

Pensava-se poeta
Olhava pensativa o mar
e deixava-se levar em devaneio,
pensava-se poeta...
pois sentia dentro de si
murmúrios de românticos sentires,
que, timidamente, assomavam
ao seu pensamento,
por isso se pensava poeta...
as palavras silenciavam-se na sua boca
escreviam-se discretas na sua alma,
tentava compor mentalmente o poema,
aleatoriamente, os versos surgiam
inquietos, irregulares, talvez desconexos
em pequenas estrofes,
pensava-se poeta...
e só por isso, travava consigo própria
uma luta, quiçá bem desigual,
entre o seu instinto de poeta(?)
(já se pensava tal...)
e as palavras rebeldes que se amontoavam
no seu pensamento,
talvez ansiosas por serem alinhadas
em algum papel,
onde pudessem ser apreciadas,
ou definitivamente
condenadas ao fracasso,
mas ela pensava-se poeta...
mas ser poeta, não basta pensar sê-lo
tem de mostrar força e alma
na inspiração aliada à sensibilidade
num estado de espírito quase febril,
quando as palavras nascem
com a veemência
da nascente de um rio
e se aventuram pelo leito
das estrofes, numa composição
de emoção e paixão
José Carlos Moutinho
7/9/2021

Sem comentários:

Enviar um comentário

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

Ver esta publicação no Instagram

Live Planeta Azul Editora

Uma publicação partilhada por Planeta Azul Editora (@planetazuleditora) a