Detesto o pólen,
não...aquele que adoça a flor,
mas sim o que esvoaça, como louco,
penetra-me as narinas abertas
ao ar que respiro, sem o qual
sucumbirei
provocando-me uma irritação
indesejada,
que repudio com indignação!
Nada pedi às flores ou às árvores,
que se agitam ao vento
que me enviassem tais pólens,
invisíveis, sem cheiros, nem cores
mas que produzem dores
nos olhos
que existem para ver
e não para chorar,
sem que a vida me leve a isso!
Detesto o pólen,
de tal maneira que desejo
o seu extermínio
deste meu mundo
onde as alergias entraram,
descaradamente,
sem que eu as chamasse.
José Carlos Moutinho
13/5/16