terça-feira, 30 de junho de 2020

O poema é o que o poeta quiser

Não sei se escreva poemas
ou, talvez me dedique à pintura,
quando entendem que os temas
são queixas com alguma tortura

Assim, uma vez mais vou dizer,
poesia é sorriso e choro do poeta,
como tal o tema não tem que ser
o que o leitor pensa e arquitecta

Não escrevo as minhas dores
pois não me exponho ao mundo,
os poemas são espinhos e flores
alheios a mim, não me confundo

Então ao lerem a minha escrita
não se compadeçam de mim,
não sofro de qualquer desdita
pensem-me em constante festim.

30/6/2020

segunda-feira, 29 de junho de 2020

Palavras que falem

...
Gosto que as palavras me falem
apesar de serem tão silenciosas
deixam que os versos não calem
poemas de estrofes harmoniosas

jcm
29/6/2020

Caminhante

...
Caminhante da vida que passas altivo
quem te pensas, humana pessoa
pois, não és nada mais que um silvo
da passagem do tempo que por ti voa

jcm
29/6/2020

Choram as aves

...
Porque choram as aves
se o sol ilumina os dias
o luar tem azuis suaves
e as cores são luzidias?

jcm
29/6/2020

sábado, 27 de junho de 2020

Tez morena

Calavam-se as palmeiras
quando por elas, passava,
tantas eram suas maneiras
que a todos ela ofuscava

Era bela de tez morena,
cabelos negros de azeviche,
não era alta nem pequena
mas provocava doce fetiche

A sua beleza parava o mundo
quando caminhava a gingar,
ai, o seu perfume tão profundo
deixava toda a gente a suspirar

Faz tanto tempo que não a vejo,
talvez tenha casado ou não
juro, adorava dar-lhe um beijo
só para saber qual a emoção

27/6/2'020

TEMPO DE MERENGUES

domingo, 21 de junho de 2020

ABRAÇA-ME

Asas dos sonhos

Voar nas asas dos sonhos
será de felicidade ou de dor,
se os sonhos forem risonhos
certamente cantarão o amor

Se os sonhos forem desatino
nossa mente pede salvação,
ansiamos sair daquele destino
que sufoca nosso pobre coração

Ai os sonhos, coisa estranha,
indefesos, não os controlamos,
se dormirmos usam a façanha
de nos usar e não reclamamos

José Carlos Moutinho
21/6/2020

quarta-feira, 17 de junho de 2020

Não grites

Não grites ao vento 
ele ignora-te, simplesmente, 
e depois gritar não é bonito, 
sorri-lhe e verás que o vento 
se tornará brisa, só para te beijar,

os ventos são os braços do tempo 
que te desejam abraçar, 
a brisa, o beijo que sacia 
a fome do teu desejo

José Carlos Moutinho 
17/6/2020

terça-feira, 16 de junho de 2020

MÃOS DO TEMPO

As palavras são o que quisermos

Não sei se perco meu tempo
ou se o ganho em escrever,
onde estou nem ouço o vento
por isso não vos sei responder

Escrevo, escrevo sem parar
como se o tempo acabasse,
será uma maneira de curar
esta paixão antes que passe

Por vezes, coisas sem graça
como se graça eu pretendesse,
então faço disto uma chalaça
se por acaso ninguém a lesse

José Carlos Moutinho
16/6/2020

domingo, 14 de junho de 2020

Aqui me confino

Porque ainda aqui me confino
queria escrever um poema
mas se eu sempre desafino
como conseguir encontrar tema...

Assim, deste modo me acato
fico somente com estas estrofes
não quero escrever ao desbarato
nem sequer ficar sem os bofes

José Carlos Moutinho
14/6/2020

sexta-feira, 12 de junho de 2020

Que por mim passou

Sou o tempo que por mim passou 
nos dias que me sorriram, 
e nas tardes que me criticaram, 
pelos meus caminhos de antanho 
que se estenderam aos actuais,

fui e sou tropeços inesperados 
e cansaços sofridos, 
beijos dados em noites de luar, 
paixões levadas nas asas do vento, 
amores sentidos 
e amores escusados, 

sou o barro que o tempo moldou 
na essência da minha existência,

sou o sonho que o tempo não controla, 
porque sou rebeldia 
na contrariedade 
e fraternidade nas atitudes!

Talvez se o tempo não fosse tão célere 
algo de mim fosse diferente, 
mas a minha frágil condição humana 
esculpiu-me à sua imagem.

José Carlos Moutinho 
8/6/2020

quarta-feira, 10 de junho de 2020

DIA DE PORTUGAL


Os bons vi sempre passar 
No Mundo graves tormentos; 
E pera mais me espantar, 
Os maus vi sempre nadar 
Em mar de contentamentos. 

Luis de Camões 

DIA DE PORTUGAL 

Tão grande foste, meu Portugal 
porém, cá dentro tão pequeno, 
há em ti uma incapacidade tal 
que te tire de lamacento terreno 

Tantos anos eu já vivi, nesta vida 
muitos contigo outros lá por fora, 
raramente encontrei força sentida 
para tirares este povo da penhora 

Hoje, 10, comemoramos o teu dia 
com patriotismo, és a nossa terra, 
esperemos que acabe esta agonia 
de quem vive numa eterna guerra 

José Carlos Moutinho 
10/6/2020

terça-feira, 9 de junho de 2020

Escuta o silêncio

Não digas nada...
escuta somente o murmúrio das folhas,
que falam entre si,
bem sei que não as entendes,
também elas não te entendem
nem se preocupam contigo... 

porque tu, que agora silenciaste,
por respeito ao murmurar das folhas,
sabes do valor da natureza
com seus cânticos inocentes,
porém, de extrema importância para ti... 

e para todos os que teimam
em não escutar as árvores 

9/6/2020

segunda-feira, 8 de junho de 2020

UM DIA

Sou suspiro

Se eu não fosse simples suspiro
talvez o mar me cantasse melodias,
mas neste mundo onde eu respiro
há tantos poetas e poucas poesias

Quando o suspiro de mim se for
serão as nuvens o meu manto,
irei só, missão cumprida, sem dor,
na vida, fiz-me ausente do pranto

José Carlos Moutinho
8/6/2020

QUANTAS VEZES


sábado, 6 de junho de 2020

Eram vermelhos

Eram esguios aqueles caminhos
por onde a minha juventude passou,
eram vermelhos sem pergaminhos
de um tempo que muito me ensinou,

perfumados quando a chuva os molhava
nas tardes quentes e densas de verão,
o calor sufocava, porque a noite tardava
a copa da mulembeira era a salvação,

daquela terra, aiué, sinto saudade tanta,, 
lá eu não nasci, mas cresci e feliz vivi,
há em mim um sentimento que canta
o poema de exaltação pelo que lá aprendi

José Carlos Moutinho
6/6/2020

sexta-feira, 5 de junho de 2020

Este rio

As cidades cantam o rio
que as atravessa,
rio que afogava nas suas entranhas
as dores de alguns
e transformava o suor em pão de tantos

Sobre o seu corpo
deslizavam dolorosamente os rabelos
carregando o néctar da vida,
num serpentear cansado
por entre vales e montanhas,
vindos de tão longe…
O seu caudal beija os pés das arribas
que sustentam em delicado equilíbrio
a vinha rendilhada!

Este rio de tantas canções
é hoje um senhor,
veste, vaidosamente, roupa lúdica,
deixa-se navegar por barcos de luxo,
sorri orgulhoso aos turistas
e amigavelmente
permite que os velhos rabelos
desfilem garbosos,
esquecendo mágoas
e tormentas de outros tempos

José Carlos Moutinho

ao abrigo do Decreto-lei nº 63/85
dos direitos de autor

DIAS QUE SORRIEM

quinta-feira, 4 de junho de 2020

CALEMAS - poesia

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Mais calma

Será que a anormalidade do tempo
transformará as pessoas em anormais,
ou o tempo com tanto desalento
transforma alguma gente em irracionais?

Talvez nem o tempo seja anormal
já que é algo que não possui alma,
os que a possuem não mostram sinal
para, na pandemia, terem mais calma

José Carlos Moutinho
4/6/2020

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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