domingo, 29 de outubro de 2023

#ABRAÇO

#Dois romances e umde poesia

 

Vivências de Angola nestes dois romances ficcionados
e poemas alusivos aquela maravilhosa terra, neste livro de poesia


# Existe um coração


Existe no Universo um coração
onde o meu sangue se regenera
que, sereno, bate no meu peito
num incansável tic-tac
de felicidade,
 
tal como o tic-tac
do relógio da minha sala
que canta sonhos
num tic-tac
de melodiosas odes ao silêncio!
 
Nas minhas veias
correm metáforas de pétalas
em caudaloso perfume de rosas,
que, suavemente, deslizam
pelo leito da minha criatividade!
 
As minhas mãos
são a força de mim
serão sempre elas que constroem o meu mundo
em castelos de emoções,
 
as minhas mãos…
ah…as minhas queridas mãos,
através das doces palavras
inventam rios e mares
edificam a paz e o amor
mas, também, podem descrever a guerra,
todavia, nelas existem traços de vida
indicativos de que conseguem,
principal e carinhosamente, colorir o bem,
por vezes até, sabem pintar o mal
se o poema assim o exigir!
 
Pela minha mente
vagueiam, livres, pensamentos
imbuídos de vontades e frustrações
criando o tudo e o nada,
o muito e o pouco
o amor e a paz,
como também, desilusão e mágoa
numa simbiose de paixão, ilusão e…
realidade!
 
José Carlos Moutinho    
28/10/2023

sexta-feira, 27 de outubro de 2023

#Chuva molhava-me o rosto

 

Caminhei lentamente pela rua
e a chuva molhava-me o rosto
aquelas gotas não eram da lua
nem sequer era mês de agosto
 
Verdade que me refrescava
com aquela miúda chuvinha
enquanto seguia, imaginava
se poderia criar o poeminha
 
Mal a casa cheguei, molhado
peguei no meu velho secador
e para evitar ficar constipado
a roupa sequei, usando vigor
 
Só então, sequinho e fresco
escrevi o que agora aparece
talvez pareça, certo arabesco
e fi-lo só porque me apetece
 
Porque sou um livre pensador
que com a rima invento nada
num airoso voar de beija-flor
deixo a poesia, quiçá, alienada
 
José Carlos Moutinho 
27/10/2023

quinta-feira, 26 de outubro de 2023

#Vida, palavra curta

 

Vida, palavra curta e tão imensa
nela há todo um mundo de mistério
de maneira displicente ou intensa
há que a saber viver com critério
 
Vida encerra em si tanto de teatro
com todo o tipo de melodramas
sejam alegres, tristes, é um facto
no palco vive-se quaisquer tramas
 
Há que se ser herói p’ra viver
quando a caminhada é complicada
para a vencer jamais se deter
 
Existe também a dignidade
felicidade é obtida do nada
basta que se viva com verdade
 
José Carlos Moutinho
26/10/2023

 

quarta-feira, 25 de outubro de 2023

#Nessa tarde de verão

 

Seguia pelo jardim, logo a vi
vestia linda blusa cor de rosa
juro que nem sei o que senti
ao vê-la caminhar tão airosa
 
Fascinaram-me as suas curvas
ocultas por uma saia branca
eis que fiquei de ideias turvas
a pensar estar com uma panca
 
Sandálias vermelhas nos pés
uma carteira laranja na mão
um lindo sorriso de lés a lés
nessa tarde quente de verão,
 
e lá ia ela, a tudo, indiferente
eu, ia-a seguindo, encantado,
senti-me animado e contente
admirando seu andar gingado
 
E findou esta história da musa
que me inspirou neste poema
ficou lembrança da linda blusa
ah…das curvas criei este tema
 
José Carlos Moutinho
25/10/2023
 


 

terça-feira, 24 de outubro de 2023

#Estava à janela

 

Ouvi-a cantar certo dia
estava ela na sua janela
sua bela voz era alegria
eu fiquei a olhar pra ela

Concentrada não me via
e ali fiquei eu encantado
juro que eu até gostaria
ficar por ela apaixonado
 
Mas, oh, sorte ela olhou
pareceu-me indiferente
e nem um sorriso deixou
fiquei muito descontente
 
Olhava a rua, não cantava
mas da janela ela não saiu
convenci-me que esperava
eu dizer-lhe que me atraiu
 
José Carlos Moutinho
24/10/2023





segunda-feira, 23 de outubro de 2023

#Queria recordar

 

Queria recordar tudo o que vivi,
não as coisas menos boas,
mas sim aquelas que foram importantes,
que me ficaram aconchegadas na alma!
 
Queria recordar aqueles dias frios,
onde me aquecia,
junto de quem tinha o coração quente!
 
Porém, o tempo voou,
as lembranças metamorfosearam-se em bruma,
os pensamentos esmoreceram
nas horas cansadas pelos anos!
 
Há momentos em que uma luz
se acende dentro de mim,
iluminando memórias, que teimam, obsessivas,
em lembrar-me aquelas noites de fascínio,
passadas nos braços da paixão,
 
e eu revivo, alegremente,
como se o tempo recuasse
mergulhando num vórtice de sonho,
e esquecesse esta passagem fugaz
 
Mas…por muito que me deixe levar
por estes pensamentos em devaneio,
sempre desperto…
e algo me diz, para deixar de sonhar
e viver o momento,
este preciso momento,
em que crio estas palavras coloridas,
adornadas pela alvura de nuvens da imaginação
e perfumadas pela maresia da saudade.
 
José Carlos Moutinho 
23/10/2023

domingo, 22 de outubro de 2023

# Houve um tempo

Houve um tempo nosso
Era o tempo assaz vadio
agora já não sei se posso
manter este sentir vazio 

Era um tempo de ilusão
com o fulgor dos tempos
numa corrida de emoção
de imensos sentimentos
 
O tempo deve ser ingrato
afirma que existe um fim
realmente o mais caricato
isso fez o tempo de mim

E aqui ando eu ao sabor
do tempo de tempo meu
algumas vezes com vigor
outras, simplesmente, eu
 
 José Carlos Moutinho
22/10/2023



sábado, 21 de outubro de 2023

#Não há paz

 

No abraço com o silêncio, penso
nos conflitos deste louco mundo
nestas palavras que eu condenso
a inquietude dum sentir profundo
 
Assim tem sido desde antigamente
a paz tem sido perturbada sempre
há sempre um louco entre a gente
que crê que ser assim é ser crente
 
Valha-nos quem desse poder tiver
seja Deus, governantes ou o vento
assim como vai é impossível viver
como está é difícil viver a contento
 
É por terra ou por alguma religião
que a ganância ou a verdade grita
já não sentem a alegria do coração
quando a palavra dita fica não dita
 
José Carlos Moutinho 
21/10/2023

#OFUSCADAS EMOÇÕES (Vídeo) in Sonho ou Ilusão


 

sexta-feira, 20 de outubro de 2023

#Agora na 5ª edição


 

# 𝐂𝐚𝐦𝐢𝐧𝐡𝐞𝐢 𝐧𝐮𝐦 𝐝𝐢𝐚 𝐪𝐮𝐚𝐥𝐪𝐮𝐞𝐫

𝐔𝐦 𝐝𝐢𝐚 𝐪𝐮𝐚𝐥𝐪𝐮𝐞𝐫,
𝐝𝐚𝐪𝐮𝐞𝐥𝐞𝐬, 𝐢𝐦𝐩𝐫𝐨𝐯á𝐯𝐞𝐢𝐬
𝐝𝐞 𝐬𝐞 𝐚𝐬𝐬𝐮𝐬𝐭𝐚𝐫𝐞𝐦 𝐜𝐨𝐦 𝐨 𝐦𝐚𝐮 𝐭𝐞𝐦𝐩𝐨,
𝐝𝐞𝐜𝐢𝐝𝐢 𝐥𝐞𝐯𝐚𝐫-𝐦𝐞 𝐚 𝐜𝐚𝐦𝐢𝐧𝐡𝐚𝐫, 𝐚𝐨 𝐚𝐜𝐚𝐬𝐨 ,
𝐩𝐞𝐥𝐚𝐬 𝐫𝐮𝐚𝐬 𝐝𝐚 𝐯𝐢𝐝𝐚,

𝐬𝐞𝐠𝐮𝐢 𝐩𝐚𝐫𝐚𝐥𝐞𝐥𝐚𝐦𝐞𝐧𝐭𝐞 𝐚 𝐮𝐦 𝐩𝐞𝐪𝐮𝐞𝐧𝐨 𝐫𝐢𝐨,

𝐜𝐮𝐣𝐚𝐬 á𝐠𝐮𝐚𝐬, 𝐚𝐠𝐢𝐭𝐚𝐝𝐚𝐬, 𝐜𝐨𝐫𝐫𝐢𝐚𝐦, 𝐭𝐚𝐥𝐯𝐞𝐳 𝐚𝐧𝐬𝐢𝐨𝐬𝐚𝐬,
𝐩𝐨𝐫 𝐢𝐫𝐞𝐦 𝐛𝐞𝐢𝐣𝐚𝐫 𝐨 𝐦𝐚𝐫!

𝐂𝐨𝐧𝐭𝐢𝐧𝐮𝐞𝐢 𝐞, 𝐮𝐧𝐬 𝐩𝐨𝐮𝐜𝐨𝐬 𝐦𝐞𝐭𝐫𝐨𝐬 à 𝐟𝐫𝐞𝐧𝐭𝐞,
𝐝𝐞𝐬𝐯𝐢𝐞𝐢-𝐦𝐞 𝐩𝐨𝐫 𝐮𝐦𝐚 𝐫𝐮𝐚 à 𝐦𝐢𝐧𝐡𝐚 𝐞𝐬𝐪𝐮𝐞𝐫𝐝𝐚,
𝐞𝐫𝐚 𝐚 𝐝𝐚 𝐭𝐫𝐢𝐬𝐭𝐞𝐳𝐚,
𝐥á 𝐞𝐧𝐜𝐨𝐧𝐭𝐫𝐞𝐢 𝐠𝐞𝐧𝐭𝐞 𝐭𝐫𝐢𝐬𝐭𝐞, 𝐜𝐡𝐨𝐫𝐨𝐬𝐚, 𝐝𝐞𝐬𝐚𝐧𝐢𝐦𝐚𝐝𝐚,
𝐭𝐞𝐧𝐭𝐞𝐢 𝐚𝐧𝐢𝐦á-𝐥𝐨𝐬, 𝐦𝐚𝐬, 𝐭𝐚𝐥 𝐜𝐨𝐦𝐨 𝐨 𝐧𝐨𝐦𝐞 𝐝𝐚 𝐫𝐮𝐚,
𝐟𝐢𝐜𝐚𝐫𝐚𝐦 𝐢𝐧𝐝𝐢𝐟𝐞𝐫𝐞𝐧𝐭𝐞𝐬 à𝐬 𝐦𝐢𝐧𝐡𝐚𝐬 𝐩𝐚𝐥𝐚𝐯𝐫𝐚𝐬,

𝐝𝐞𝐬𝐚𝐧𝐢𝐦𝐚𝐝𝐨 𝐬𝐚í 𝐝𝐚𝐥𝐢,
𝐝𝐞𝐬𝐜𝐢 𝐩𝐞𝐥𝐚𝐬 𝐞𝐬𝐜𝐚𝐝𝐚𝐬 𝐝𝐚 𝐡𝐢𝐩𝐨𝐜𝐫𝐢𝐬𝐢𝐚
𝐨𝐧𝐝𝐞 𝐜𝐫𝐢𝐚𝐭𝐮𝐫𝐚𝐬 𝐬𝐨𝐫𝐫𝐢𝐚𝐦,
𝐦𝐚𝐬… 𝐬𝐞𝐮𝐬 𝐬𝐨𝐫𝐫𝐢𝐬𝐨𝐬 𝐧ã𝐨 𝐦𝐞 𝐚𝐠𝐫𝐚𝐝𝐚𝐫𝐚𝐦, 𝐬𝐞𝐧𝐭𝐢𝐮-𝐨𝐬 𝐟𝐫𝐢𝐨𝐬, 𝐟𝐚𝐥𝐬𝐨𝐬,
𝐬𝐚í 𝐦𝐮𝐢𝐭𝐨 𝐫𝐚𝐩𝐢𝐝𝐚𝐦𝐞𝐧𝐭𝐞 𝐝𝐚𝐪𝐮𝐞𝐥𝐞 𝐞𝐬𝐩𝐚ç𝐨,

𝐩𝐞𝐧𝐬𝐚𝐭𝐢𝐯𝐨, 𝐜𝐚𝐦𝐢𝐧𝐡𝐞𝐢 𝐩𝐨𝐫 𝐮𝐦𝐚 𝐫𝐮𝐞𝐥𝐚
𝐪𝐮𝐞 𝐭𝐢𝐧𝐡𝐚 𝐨 𝐧𝐨𝐦𝐞 𝐝𝐞 𝐚𝐦𝐢𝐳𝐚𝐝𝐞,
𝐣á 𝐢𝐚 𝐚 𝐦𝐞𝐢𝐨 𝐝𝐞𝐥𝐚, 𝐪𝐮𝐚𝐧𝐝𝐨, 𝐢𝐧𝐞𝐱𝐩𝐥𝐢𝐜𝐚𝐯𝐞𝐥𝐦𝐞𝐧𝐭𝐞,
𝐧𝐮𝐦𝐚 𝐬𝐢𝐦𝐛𝐢𝐨𝐬𝐞 𝐝𝐞 𝐩𝐫𝐚𝐳𝐞𝐫 𝐞 𝐝𝐞𝐬𝐜𝐨𝐧𝐟𝐢𝐚𝐧ç𝐚,
𝐬𝐞𝐧𝐭𝐢 𝐪𝐮𝐞 𝐚 𝐟𝐫𝐚𝐧𝐪𝐮𝐞𝐳𝐚 𝐝𝐞 𝐚𝐥𝐠𝐮𝐧𝐬 𝐞𝐱𝐚𝐥𝐚𝐯𝐚 𝐛𝐚𝐟𝐢𝐨 𝐝𝐞 𝐟𝐚𝐥𝐬𝐨,
𝐧ã𝐨 𝐟𝐢𝐪𝐮𝐞𝐢 𝐜𝐨𝐧𝐟𝐨𝐫𝐭á𝐯𝐞𝐥 𝐞 𝐥𝐞𝐬𝐭𝐨 𝐬𝐚í,

𝐝𝐞𝐬𝐢𝐥𝐮𝐝𝐢𝐝𝐨, 𝐞 𝐩𝐨𝐮𝐜𝐨 𝐚𝐧𝐢𝐦𝐚𝐝𝐨, 𝐞𝐧𝐜𝐞𝐭𝐞𝐢 𝐨 𝐦𝐞𝐮 𝐜𝐚𝐦𝐢𝐧𝐡𝐨,
𝐞 𝐞𝐢𝐬 𝐪𝐮𝐞 𝐞𝐧𝐜𝐨𝐧𝐭𝐫𝐨 𝐨 𝐜𝐚𝐦𝐩𝐨 𝐝𝐚 𝐦𝐞𝐧𝐭𝐢𝐫𝐚,
𝐨𝐧𝐝𝐞 𝐭𝐚𝐧𝐭𝐨𝐬 𝐬𝐞 𝐝𝐢𝐯𝐞𝐫𝐭𝐢𝐚𝐦
𝐚 𝐢𝐧𝐯𝐞𝐧𝐭𝐚𝐫 𝐚𝐬 𝐦𝐚𝐢𝐬 𝐜𝐚𝐫𝐢𝐜𝐚𝐭𝐚𝐬 𝐡𝐢𝐬𝐭ó𝐫𝐢𝐚𝐬,
𝐣𝐮𝐫𝐚𝐧𝐝𝐨 𝐬𝐞𝐫 𝐯𝐞𝐫𝐝𝐚𝐝𝐞𝐢𝐫𝐚𝐬,
𝐚𝐥𝐠𝐮𝐦𝐚𝐬 𝐝𝐞𝐬𝐬𝐚𝐬 𝐦𝐞𝐧𝐭𝐢𝐫𝐚𝐬, 𝐨𝐟𝐞𝐧𝐝𝐦 𝐨𝐮𝐭𝐫𝐨𝐬!

𝐏𝐫𝐞𝐨𝐜𝐮𝐩𝐚𝐝𝐨, 𝐣á 𝐬𝐞𝐦 𝐠𝐫𝐚𝐧𝐝𝐞 𝐯𝐨𝐧𝐭𝐚𝐝𝐞
𝐝𝐞 𝐬𝐞𝐠𝐮𝐢𝐫 𝐨 𝐩𝐞𝐫𝐜𝐮𝐫𝐬𝐨 𝐪𝐮𝐞 𝐡𝐚𝐯𝐢𝐚 𝐩𝐞𝐧𝐬𝐚𝐝𝐨,
𝐪𝐮𝐚𝐧𝐝𝐨, 𝐢𝐧𝐞𝐬𝐩𝐞𝐫𝐚𝐝𝐚𝐦𝐞𝐧𝐭𝐞,
𝐬𝐮𝐫𝐠𝐞 à 𝐦𝐢𝐧𝐡𝐚 𝐝𝐢𝐫𝐞𝐢𝐭𝐚 𝐮𝐦𝐚 𝐛𝐞𝐥𝐚 𝐚𝐥𝐚𝐦𝐞𝐝𝐚 𝐟𝐥𝐨𝐫𝐢𝐝𝐚,
𝐨𝐧𝐝𝐞 𝐝𝐞𝐬𝐜𝐨𝐫𝐭𝐢𝐧𝐨 𝐯á𝐫𝐢𝐚𝐬 𝐩𝐞𝐬𝐬𝐨𝐚𝐬, 𝐚𝐥𝐞𝐠𝐫𝐞𝐬 𝐚 𝐜𝐚𝐧𝐭𝐚𝐫,
𝐚𝐛𝐫𝐚ç𝐚𝐝𝐚𝐬, 𝐧𝐮𝐦𝐚 𝐡𝐚𝐫𝐦𝐨𝐧𝐢𝐚 𝐚𝐧𝐨𝐫𝐦𝐚𝐥,
𝐚𝐩𝐫𝐨𝐱𝐢𝐦𝐞𝐢-𝐦𝐞 𝐞 𝐝𝐞 𝐢𝐦𝐞𝐝𝐢𝐚𝐭𝐨,
𝐚𝐪𝐮𝐞𝐥𝐚 𝐠𝐞𝐧𝐭𝐞 𝐩𝐮𝐱𝐚-𝐦𝐞 𝐩𝐚𝐫𝐚 𝐨 𝐬𝐞𝐮 𝐦𝐞𝐢𝐨,
𝐩𝐞𝐫𝐩𝐥𝐞𝐱𝐨, 𝐦𝐚𝐬 𝐬𝐚𝐭𝐢𝐬𝐟𝐞𝐢𝐭𝐨, 𝐞𝐧𝐭𝐫𝐞𝐢 𝐧𝐚𝐪𝐮𝐞𝐥𝐞 𝐠𝐫𝐮𝐩𝐨,
𝐞 𝐝𝐞𝐬𝐜𝐨𝐛𝐫𝐢 𝐪𝐮𝐞 𝐭𝐢𝐧𝐡𝐚 𝐞𝐧𝐭𝐫𝐚𝐝𝐨 𝐧𝐚 𝐚𝐥𝐚𝐦𝐞𝐝𝐚 𝐝𝐚 𝐟𝐞𝐥𝐢𝐜𝐢𝐝𝐚𝐝𝐞,
𝐟𝐚𝐬𝐜𝐢𝐧𝐚𝐝𝐨, 𝐞 𝐚𝐝𝐦𝐢𝐫𝐚𝐝𝐨, 𝐭𝐚𝐦𝐛é𝐦,
𝐭𝐢𝐯𝐞 𝐝𝐞 𝐜𝐨𝐧𝐜𝐥𝐮𝐢𝐫 𝐪𝐮𝐞 𝐚𝐟𝐢𝐧𝐚𝐥, 𝐚𝐢𝐧𝐝𝐚 𝐬𝐞 𝐞𝐧𝐜𝐨𝐧𝐭𝐫𝐚𝐦 𝐩𝐨𝐫 𝐚í,
𝐭𝐚𝐥𝐯𝐞𝐳, 𝐜𝐚𝐝𝐚 𝐯𝐞𝐳 𝐦𝐚𝐢𝐬 𝐞𝐬𝐜𝐚𝐬𝐬𝐚𝐬,
𝐩𝐞𝐬𝐬𝐨𝐚𝐬 𝐪𝐮𝐞 𝐢𝐠𝐧𝐨𝐫𝐚𝐦 𝐚 𝐡𝐢𝐩𝐨𝐜𝐫𝐢𝐬𝐢𝐚 𝐞 𝐚 𝐦𝐞𝐧𝐭𝐢𝐫𝐚,
𝐪𝐮𝐞 𝐬𝐞𝐧𝐭𝐞𝐦 𝐨 𝐯𝐚𝐥𝐨𝐫 𝐝𝐚 𝐚𝐦𝐢𝐳𝐚𝐝𝐞, 𝐝𝐚 𝐬𝐢𝐦𝐩𝐥𝐢𝐜𝐢𝐝𝐚𝐝𝐞,
𝐝𝐨 𝐚𝐦𝐨𝐫 𝐞…𝐝𝐚 𝐟𝐞𝐥𝐢𝐜𝐢𝐝𝐚𝐝𝐞.

𝕵𝖔𝖘é 𝕮𝖆𝖗𝖑𝖔𝖘 𝕸𝖔𝖚𝖙𝖎𝖓𝖍𝖔
𝟐𝟎/𝟏𝟎/𝟐𝟎𝟐𝟑

quinta-feira, 19 de outubro de 2023

#Poema molhado

 

Ouço o murmúrio da chuva
que lá fora, serenamente, cai,
e esse som, quase silêncio,
perpassa-me o pensamento
trazendo-me à memória,
momentos passados
transformados em saudade!
 
Recordo, com um sorriso de prazer
as chuvadas tropicais,
que, impetuosamente, inundavam
solos ressequidos, pelos verões africanos,
que se desencadeavam repentinamente
e quase tão rápido como iniciavam,
terminavam em glorioso arco-íris!
 
Agora nesta chuvinha morna
de Outono confuso,
sinto o encanto da vida
e a felicidade de sentir estes fenómenos
da natureza,
de poder agradecer à vida
os prazeres sensoriais,
que me são cedidos graciosamente!
 
Os anos são céleres
na sua passagem pelo calendário do tempo,
mas quando nos é permitido viver
a caminhada longa do nosso tempo,
floresce uma enorme gratidão ao Universo
que, gentilmente, nos encaminha
para o importante caminho da felicidade
 
José Carlos Moutinho 
19/10/2023



#Amigas/os

 𝐀𝐦𝐢𝐠𝐚𝐬/𝐨𝐬

𝐌𝐚𝐢𝐬 𝐝𝐨 𝐪𝐮𝐞 𝐞𝐬𝐜𝐫𝐞𝐯𝐞𝐫 𝐬𝐨𝐛𝐫𝐞 𝐯𝐢𝐯ê𝐧𝐜𝐢𝐚𝐬 𝐞𝐦 𝐀𝐧𝐠𝐨𝐥𝐚, 𝐡á 𝐞𝐦 𝐦𝐢𝐦, 𝐞𝐦𝐨çã𝐨 𝐩𝐞𝐥𝐚𝐬 𝐩𝐚𝐥𝐚𝐯𝐫𝐚𝐬 𝐞 𝐨 𝐚𝐧𝐬𝐞𝐢𝐨 𝐝𝐞 𝐟𝐚𝐳𝐞𝐫 𝐝𝐞𝐥𝐚𝐬, 𝐡𝐢𝐬𝐭ó𝐫𝐢𝐚𝐬 𝐝𝐞 𝐯𝐢𝐝𝐚, 𝐝𝐞 𝐩𝐚𝐢𝐱ã𝐨, 𝐯𝐞𝐫𝐝𝐚𝐝𝐞 𝐞 𝐚𝐦𝐨𝐫. É 𝐩𝐫𝐚𝐳𝐞𝐫 𝐦𝐞𝐮, 𝐬𝐚𝐛𝐞𝐫 𝐪𝐮𝐞 𝐪𝐮𝐞𝐦 𝐦𝐞 𝐥ê 𝐬𝐞 𝐚𝐠𝐫𝐚𝐝𝐚 𝐜𝐨𝐦 𝐨 𝐪𝐮𝐞 𝐞𝐬𝐜𝐫𝐞𝐯𝐨.

𝐄𝐢𝐬 𝐨𝐬 𝐦𝐞𝐮𝐬 𝐝𝐨𝐢𝐬 𝐫𝐨𝐦𝐚𝐧𝐜𝐞𝐬 𝐟𝐞𝐢𝐭𝐨𝐬 𝐝𝐞 𝐯𝐢𝐝𝐚, 𝐝𝐞 𝐚𝐥𝐞𝐠𝐫𝐢𝐚𝐬 𝐝𝐞 𝐫𝐞𝐚𝐥𝐢𝐝𝐚𝐝𝐞𝐬:

𝐀𝐋𝐃𝐄𝐈𝐀 𝐝𝐨 𝐏𝐀𝐑𝐀Í𝐒𝐎 𝐞 𝐀𝐌𝐎𝐑 𝐞 𝐆𝐔𝐄𝐑𝐑𝐀, 𝐧𝐞𝐥𝐞𝐬 𝐩𝐨𝐝𝐞𝐫ã𝐨 𝐢𝐦𝐚𝐠𝐢𝐧𝐚𝐫 𝐜𝐨𝐦𝐨 𝐚 𝐟𝐢𝐜çã𝐨 𝐞𝐬𝐭á 𝐭ã𝐨 𝐩𝐞𝐫𝐭𝐢𝐧𝐡𝐨 𝐝𝐚 𝐫𝐞𝐚𝐥𝐢𝐝𝐚𝐝𝐞.

𝐏𝐞ç𝐚𝐦-𝐦𝐞 𝐬𝐞 𝐝𝐞𝐬𝐞𝐣𝐚𝐫𝐞𝐦 𝐫𝐞𝐜𝐞𝐛ê-𝐥𝐨𝐬, 𝐜𝐨𝐦𝐨𝐝𝐚𝐦𝐞𝐧𝐭𝐞 𝐞𝐦 𝐯𝐨𝐬𝐬𝐚𝐬 𝐜𝐚𝐬𝐚𝐬.




quarta-feira, 18 de outubro de 2023

#Adversidades

 

Que se baralhem as mentes negativas,
que esses pensamentos mergulhem no mar da nulidade
em onda de turva intencionalidade!
 
Escrevo por amor às palavras
e pelo prazer de as ver crescer
em floridos campos de estrofes,
 
sempre escrevi, primeiro para mim,
só depois liberto ao mundo
as palavras que, com carinho, escrevi,
sem a menor ideia de sua caminhada,
que, eventualmente, farão por entre as mãos
de quem faça delas sua leitura!
 
Jamais procurei, deliberadamente, a glória
a acontecer, claramente, será bem-vinda!
 
Obviamente que obter sucesso
conforta-me o ego,
e, principalmente, incita-me
cada vez mais a escrever,
embora tenha de enfrentar
a nebulosidade das dificuldades,
que, sinceramente, são imensas,
escondidas nos atalhos da displicência!
 
Na vida nada é fácil,
há uma luta constante,
que para se conseguir vencer
tem que se ser mais forte
do que os obstáculos a transpor!
 
Sigo este meu caminhar, quase em solitude,
há portas que se abrem,
porém, são tão poucas
que me obrigam a tentar as janelas,
e estas, descaradamente,
fecham-se à minha passagem,
quando pretendo falar para dentro delas!
 
A minha resiliência…
porque não, a minha ousadia?
Obstinadamente, obrigam-me a não parar,
na esperança de que em alguma esquina ou atalho
uma iluminada janela se escancare na minha cara
 
José Carlos Moutinho 
17/10/2023



domingo, 15 de outubro de 2023

#AMOR E GUERRA ...Romance


 


#POEMA ou PENSAMENTOS

#Aquele dia

 Sei que um dia...
tudo será diferente,
talvez, não para mim,
mas certamente para outros,

porque a vida faz-se de metamorfoses
umas transformadas em crisálidas de voos curtos,
outras perenes, de cores garridas e iluminadas
há as fulgurosas metáforas que se inventam continuidade,

mas, em boa verdade
sei que um dia tudo mudará,
disso tenho eu a mais absoluta certeza
de que a nada assistirei,
 
…não me venham com piedosas palavras de ânimo,
não sou carente delas,
porque em consciência,
sou condor que voa mais alto
que o meu próprio pensamento
 
José Carlos Moutinho

sexta-feira, 13 de outubro de 2023

#Simples recordar

 

Por aqueles caminhos viajei
com a alegria da felicidade
lugares onde me encantei
eram tempos de verdade

Havia cacimbo e chuvadas
perfume de terra molhada
feitiço daquelas queimadas
acácias, que flor perfumada

Nas cálidas águas mergulhei
até ao esmorecer do sol pôr
naquela bela terra eu casei
um filho nasceu com amor

Gosto de África, e suas cores
extensas savanas e picadas
respirar fragrância das flores
noites quentes enluaradas
 
Muito haveria para eu contar
por exemplo as quitandeiras
muito bonito o seu apregoar
cesta à cabeça, lá iam ligeiras
 
Será nostalgia ou recordação
pouco me interessa que seja
ficou-me na alma e coração
a saudade que assim me beija
 
José Carlos Moutinho
13/10/2023

quinta-feira, 12 de outubro de 2023

#Que mundo este?

 

Não consigo ficar indiferente ao que neste mundo se passa.
Jamais imaginei que neste minha, já longa vida, viesse ainda a observar o crescimento de tamanha maldade da humanidade.
Seja por ganância, por poder ou miseravelmente por ódio.
Roubam o povo pelo dinheiro amealhado por aí, em offshores e outros.
Matam por pedaços de terra. As vítimas são, sempre, os inocentes.
Invadem os territórios de outros e acham-se donos da razão, da verdade.
Que mundo este, tão tresloucado, que nos confrange e nos leva a pensar, se será possível, um dia, os povos se unirem em prol da paz e da racionalidade!?
Será que alguns pretendem a destruição do planeta e da humanidade?
Leva-me a crer, que para esses tais, é a sua vontade!
Pobre mundo, pobres de nós, joguetes nas mãos do poder da morte!

José Carlos Moutinho
12/10/2023

quarta-feira, 11 de outubro de 2023

#Estrofes vagabundas

 

Embaralho-me em pensamentos
que transformo em versos
e aconchego em estrofes,
 
algumas, por vezes, em desvario,
outras, assertivas com a paixão
com que carinhosamente as desenho no papel,
que poderá servir-lhes de leito
se for esse o desejo de quem as lê…
 
talvez, de trampolim, para se catapultarem mais longe
e voarem por aí, vagabundas,
dependentes das vontades dos leitores…
que as agarrarão (ou não) e, farão suas,
as estrofes dos meus pensamentos!

Comigo, fica a alegria da realização
e partilha da minha escrita,
arte minha, que, embora modesta,
me foi concedida como mais um,
dos muitos prémios
com que fui contemplado
ao longo da minha vida!

José Carlos Moutinho  




#Amor e Guerra

 Relembro este meu romance que escrevi com paixão saudade e...amor.

A quem interessar enviá-lo-ei a preço especial.



terça-feira, 10 de outubro de 2023

# Vem amiga/amigo


Não...não quero navegar nas tuas águas,
sinto-as salobras, inquietas,
mas se desejares iluminar-te com o prazer da amizade
vem, farei com que sintas o calor do meu abraço,

ou então deixa-te ficar onde estás,
se porventura, te sentires cómoda/o na solidão!
10/10/2023

#Em jeito de reflexão

 


#Insubmissão das palavras

 Quantas vezes...
tento eu, agarrar as palavras,
colá-las às minhas emoções
desejando plasmá-las nas memórias do futuro

mas as palavras, rebeldes,
insurgem-se, gritam-me que só posso usá-las
para as fixar no papel das minhas ilusões,
porque o futuro não me pertence!

Agora sou eu, que inquieto me revolto
com o dizer das palavras,
que eu sempre acarinhei,
e num esgar de desalento,
recusei-me, simplesmente a escrever
ausentando-me destas estrofes
que eu imaginara criar
com a simpatia das palavras,
 
pobre de mim,
que ousei pensamento ambicioso,
porém, impossível,
que se tornou tão triste…
e doloroso na mais profunda essência
dos meus sentimentos,
 
quedei-me no silêncio da minha singeleza
e prometi-me, não voltar a usar as palavras,
com pensar poético,
porque esse direito, certamente,
é pertença dos poetas
 
José Carlos Moutinho
1/10/2023

segunda-feira, 9 de outubro de 2023

#Destaque de Gala

 Destaque ao meu poema: Emoções e pensamentos,
pela administradora do
Instituto Cultural Colombiano CASA POÉTICA Magia y Plumas



#Deixem as águas

 Deixem as águas da nostalgia passarem
permitam que elas afoguem as tristezas
porque depois destas, virão outras,
mais cristalinas, menos melancólicas
que farão esquecer as que passaram…
 
É o ciclo da vida de todos nós
e também das águas que, sem alma,
vivem e deslizam e correm e ignoram-nos
porque têm a importância da sua majestade!
 
Nós…
nós não passamos de meros espectadores
que as contemplamos na sua altiva passagem,
restando-nos a reflexão
perante o seu cintilar
e deixarmo-nos levar nas águas
do nosso rio de pensamentos…
 

José Carlos Moutinho

sábado, 7 de outubro de 2023

#Escrevo esta saudade eternamente

Escrevo a saudade que há em mim
porque sei que é de muitos de nós
emoção sempre presente, sem fim
que tantas vezes se faz tão atroz

De quem falo eu, perguntarão vós

com alegria, então, irei responder
lembranças que nos deixaram sós
expulsos de Luanda e nosso sofrer

E é porque esta saudade é latente
que jamais me cansarei de exortar
para que a memória seja presente
emoção que por vezes é de chorar

Creio eu, que todos fomos felizes
naquelas belas paragens africanas
na linda Angola de tantos matizes
que jamais foi o país das bananas

Ai, Luanda, Angola eu te cantarei
eternamente, enquanto eu viver
lá eu cresci, fui feliz e muito amei
jamais sairás de mim, até perecer

José Carlos Moutinho
7/10/2023



# Poesia, que queres tu?

Um dia chamaste-me

era eu tão pequeno, adolescente,
saído de criança havia pouco tempo,
começaste a insinuar-te para comigo
eras airosa, sorridente
e fazia-me tão bem o carinho
das tuas palavras!

Comecei timidamente a escrever-te
como se eu fosse poeta,
não era e certamente nunca o serei
mas tinha prazer em inventar-me tal,

então dedicava-te palavras de amor
algumas vezes,
outras, de sonhos improváveis
e até cheguei a falar-te da guerra
que nos cercava, lembras-te obviamente!

De repente…
cresci, a vida tomou outro rumo,
deixamos de conviver intimamente,
foste para algum lado, talvez não muito longe
mas eu fui pra outro bem distante,

perdemo-nos no tempo,
mas um dia…
há sempre um dia, voltámos a encontrar-nos,
e aí, quando nos abraçámos
senti que nunca nos tínhamos afastado
por isso, permite-me que te pergunte:

Poesia que queres tu?
Eu sei que te quero
e, se me deixares amar-te-ei eternamente,
pois, sinceramente, pertencemo-nos
e, ousadamente, continuo a pensar
que um dia serei poeta!

José Carlos Moutinho
In "Sonho ou Ilusão"



sexta-feira, 6 de outubro de 2023

#Resiliência

Sonho, anseio, resiliência e alguns obstáculos ultrapassados, trouxe-me até aqui, desde que o meu primeiro livro, ousou mostrar-se ao mundo com a sua intimidade, sensibilidade e simplicidade. Caminhos que percorri, sempre com o mesmo pensamento: libertar as palavras que em mim se escondiam. Podem não ser palavras de encantamento, mas são, de certeza, palavras de verdade e emoção.
Eis os meus troféus. Conquistas, que aos meus leitores EU DEVO.
U
M GRANDE OBRIGADO!!!



# Foi “ontem”


 Sim…foi “ontem” que despertei
de um longo sono, arrastado pelo tempo
…Até “ontem”
quando, inesperadamente,
abri os olhos,
agarrei a caneta,
deixei a minha alma voar livre,
como andorinha na Primavera
e, como milagre,
essa Primavera surgiu em mim,
através das palavras que fui pintando
com as mais belas cores,
simples, mas intensas de sentimento!
 
Alguém disse que eram poemas,
a mim soavam-me a gritos de liberdade,
uma liberdade que eu sentia ter estado ancorada
no meu peito, durante tantos anos,
e, “ontem”…
sim, “ontem” soltou-se
e navegou pelas folhas de papel
como se aquelas, fossem ondas do mar imenso
que havia em mim, desde a juventude;
Eu…que procurei equilibrar-me da emersão
após o naufrágio de tanto tempo,
remei como podia,
com versos rimados 
e tímidas metáforas,
e, os tais poemas ou gritos de liberdade,
fizeram-se canoas,
deixaram-se levar pelas utopias da vida,
construíram realidades!
 
Encontrei o meu Porto de Abrigo,
no “Cais da Alma”
meu primeiro livro, nascido em 2011.
 

José Carlos Moutinho



quarta-feira, 4 de outubro de 2023

#Ha um tempo (Áudio)


 

#Há um tempo

Há um tempo do nosso tempo
em que nos sentimos especiais
daqueles que nem o desalento
consegue fazer esquecer jamais

Deixemos vadiar o pensamento

com recordações voadas ao leu
pois a liberdade do sentimento
é o vibrar do coração meu e teu

E na singeleza do verso rimado
deixo aqui minha sensibilidade
neste poema agora imaginado
com um abraço à comunidade

E quem dele, acaso não gostar
lamento, foi o que agora saiu
prometo fazer outro devagar
se minha imaginação não ruiu

José Carlos Moutinho
4/10/2023



terça-feira, 3 de outubro de 2023

#POEMA QUE NUNCA FOI MEU

#Serão sonhos ou utopias

 

Há noites em que me agasalho de sonhos
imaginando-me nuvem colorida de utopia
porque se vestem de fantasia são risonhos
atrevem-se delicadamente escrever poesia,

Sei bem que são sonhos, talvez improváveis
mas como são livres, não dependem de mim
admito até pensar que possam ser realizáveis
todos sabemos que imaginação não tem fim

Será que a mente comanda o subconsciente
talvez seja o contrário que se passa no vadiar
dos tais pensamentos que viajam pela mente
inventando sorrisos, por acaso, para agradar
 
José Carlos Moutinho
3/10/2023

segunda-feira, 2 de outubro de 2023

#Rimas sem nexo

 As águas agitavam-se atrevidas
agitadas ondas de inquietação
após algumas marés investidas
acalmou toda aquela emoção

E aquele mar bravio serenou
sob meu olhar de admirador
a louca ondulação não voltou
quedei-me como espectador

Então, ali mesmo, em acalmia
deixei meu pensamento voar
atrevido, elaborei uma poesia,
imaginando-me ser eu o mar

Se agora a ler-me, estiverem
dirão da vossa justiça ou não
se estas palavras têm razão
ou será melhor esquecerem
 
José Carlos Moutinho
2/10/2023

domingo, 1 de outubro de 2023

#Uma opinião!

 

Acabei de ler um texto de desabafo de um amigo, que corajosamente lançou o seu livro, onde depositou muitas das suas ilusões e anseios.
Dizia ele, que, de tantas pessoas que lhe desejam sucesso, a maioria jamais lhe comprou o livro (como eu o entendo).
Outros, não estiveram no lançamento, por razões que só eles saberão, mas que, certamente, não seriam impeditivas de estarem com o amigo, num dia, para ele, muito especial.

Então, o amigo a que me refiro, poeta de sonhos, que depositou naquele livro a concretização dos seus desejos, ficou, aliás, ESTÁ, frustrado por não sentir da parte de quem ele pensava poder contar, ignorar por completo o seu pedido para que adquiram o livrinho das suas esperanças.

Tudo mudou desde há uns bons 5 anos. Antes, quando os autores eram poucos e as editoras menos ainda, as “coisas” corriam bem, para quem tinha coragem de publicar um livro. Além de não ser barata a sua edição, havia sempre o receio de navegar nesse mar desconhecido da literatura. Mas, em boa verdade, navegava-se tranquilamente e com sucesso.

Desde aquela data…acontece um fenómeno estranho e descontrolado:
Toda a gente escreve, muitos são poetas, tantos mais são escritores. A acompanhar este ritmo de crescimento, talvez, nem sempre de qualidade, surgiram editoras, como trovões em dias de temporal.
Instalou-se o caos. Creio que já ninguém conseguirá obter os resultados dos seus sonhos (falo por mim, com 15 livros publicados) por isso o desânimo daquele amigo que acima menciono e com o qual eu partilho a sua desilusão.

Há duas maneiras de contornar este problema:
Uma, ser resiliente e continuar neste viajar por céus de dificuldade, tentando a proeza de cada vez voar mais alto…
Outra, desistir deste caos em que a literatura se entregou. (Não aconselho)
 
Temos de ter o discernimento de que somos um país pequeno, que não lê, e que, economicamente, não é abonado.
 
Creio que, terá de haver alguma revolução, que controle toda esta loucura de publicação de livros. NÃO HÁ GENTE PARA OS COMPRAR, especialmente de poesia, embora sejamos um povo de poetas. Pura utopia!
 
Desculpem esta minha opinião, mas tocou-me profundamente, a frustração do poeta, que me levou a este texto.
Também eu, admito humildemente, sinto-me bastante frustrado!
 
José Carlos Moutinho 
1/10/2023

#Nostalgia ou talvez simples pensar

 Gosto de olhar para trás, não de minha pessoa física, mas sim, do tempo que foi meu. Jamais me perdi na tristeza do correr cronológico, porque ele é concernente ao nosso viver. Se tudo passa nesta vida, não haveria razão para que as nossas vivências se mantivessem incólumes ao tempo e à realidade da actualidade. 

Confesso, porém, que em mim, sempre há o oscilar de alguma onda suave de nostalgia, neste mar que me toma de saudades. Mas, apesar, de alguma melancolia, desses momentos que me levam a recuar na memória, sinto o prazer e a felicidade de os ter vivido. 

Só assim, poderá ter razão de existir esse sentimento nobre, livre e isento de culpas que é a saudade. 

Então, nestes instantes de silêncio de minha alma, escuto o sussurro do meu coração e o bater das teclas, no teclado das minhas ilusões, e… desperto para o presente real e cru.
E escrevo tudo o que à minha consciência se apresenta.

Certamente, muitos destes textos, não farão o menor sentido para quem os lê, mas, para mim, são marcos da história da minha passagem por este mundo, e por isso mesmo, são extremamente importantes para mim, pois fazem parte, exclusivamente, da minha existência. 

José Carlos Moutinho
 
1/10/2023

#Vivemos o caos?

 
Já chegou o Outono, segundo o calendário das estações e do tempo, e nada aconteceu que desse a perceber essa estação. O calor é intenso, próprio do mais efervescente verão.
Não caem folhas, não esvoaçam matizações fantásticas. Tudo está mudado...até a humanidade se transformou e, infelizmente, não foi para melhor.

O Verão fingiu que partiu, o Outono troca-nos as voltas, escondendo-se no estio, em alguns locais, em outros, fez-se de tempestades e caos, destruindo e matando gente.

O que está a acontecer neste nosso pobre planeta em que tudo é destruído implacavelmente?

A resposta está, obviamente, nos cérebros perversos da governação de tantos países e, claramente, esses tais países, não são os mais pobres, porque de tão pobres, só têm tempo para tentar alimentar (insuficientemente) o seu povo e não para poluírem esta nossa bela TERRA!
1 de Outubro de 2023

jcm

#Insubmissão das palavras

Quantas vezes...
tento eu, agarrar as palavras,
colá-las às minhas emoções
desejando plasmá-las nas memórias do futuro

mas as palavras, rebeldes,
insurgem-se, gritam-me que só posso usá-las
para as fixar no papel das minhas ilusões,
porque o futuro não me pertence!

Agora sou eu, que inquieto me revolto
com o dizer das palavras,
que eu sempre acararinhei,
e num esgar de desalento,
recusei-me, simplesmente a escrever
ausentando-me destas estrofes
que eu imaginara criar
com a simpatia das palavras,
 
pobre de mim,
que ousei pensamento ambicioso,
porém, impossível,
que se tornou tão triste…
e doloroso na mais profunda essência
dos meus sentimentos,
 
quedei-me no silêncio da minha singeleza
e prometi-me, não voltar a usar as palavras,
com pensar poético,
porque esse direito, certamente,
é pertença dos poetas
 
José Carlos Moutinho
1/10/2023

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

Ver esta publicação no Instagram

Live Planeta Azul Editora

Uma publicação partilhada por Planeta Azul Editora (@planetazuleditora) a