domingo, 27 de abril de 2014

Jardins proibidos





Pelas caminhadas da vida
Entre flores, silvas e folhas secas,
Aspiro o asfixiante ar poluido,
Não da atmosfera,
Mas sim das ideias
E sentimentos sem emoção;
Este ar que se solta dos meandros da falsidade
E prolifera nestes jardins proibidos
Do nosso quotidiano!

Querendo ser otimista,
Fugindo da agrura da mentira
Que incendeia o cravo vermelho
Ausentando a liberdade,
Faço-me caminhante
Por entre policromáticas e belas flores
E deambulo sorridente
Pelas alamedas coloridas,
Destes outros jardins proibidos,
Onde somente são permitidas entradas
A sentires com sensibilidade
À paixão e ao amor
E fazem dos abraços, amizades
E dos beijos, exaltações apaixonadas!

E…nestes jardins proibidos
Deixo-me levar pelos devaneios
Acariciados pelos pensamentos
Que me invadem a alma
E fazem o meu coração feliz.

José Carlos Moutinho

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Liberdade de Abril





Enrosco-me desiludo
nas pétalas moribundas
dos cravos de abril,
com o peito comprimido pela desesperança!

A noite da liberdade,
foi devassada por ausência de patriotismo
de gente, que na vida,
não conheceu as amarguras
e dores dos poros
de onde brotou o suor
do rosto e do corpo dorido
na árdua luta pela subsistência!

Fazem-se ouvidos moucos
Ao Grandola, Vila morena,
Esquecem-se daquela madrugada
Onde nasceram sorrisos
nos jardins da esperança!

São esquecidos os direitos do povo,
dos mais básicos e incontroláveis
labor, pão e lar;
Arrastam o povo pelo chão duro da fome,
Afogam-nos na lama,
De indigna miséria,
expulsam-nos da nossa pátria,
fazem-nos emigrantes à força,
afundam as empresas,
mandam milhares para o desemprego
em nome do hipotético desenvolvimento!

Triste povo que se submete a tudo,
De boca fechada às palavras e ao pão;
Este pobre povo que dizem ser sereno,
Tão sereno que morre docemente,
À mingua e ao relento!

Viva a Liberdade!
Viva Portugal!
Viva o 25 Abril agora e sempre!
Viva este povo sofredor de brandos costumes,
Que tem de acordar
pela sua sobrevivência!
Abaixo a tirania e a incompetência.

José Carlos Moutinho

terça-feira, 15 de abril de 2014

Composição fotografica, dos meus livros abraçados a mim. rsrs


Encanto de mulher





Ela caminha por entre flores
Como mariposa ondulante
Com a graciosidade da pétala
Que oscila com o néctar do beijo da brisa!

Os seus cabelos agitam-se
Na leveza dos seus passos,
O seu sorriso…
Ai, o seu sorriso é o sol
Que ilumina, quem tem a felicidade
De cruzar seu doce caminhar!

Airosamente,
Como modelo que desfila
Pela passerelle da vida,
Com um encanto especial
Movimenta suas mãos
Com graça angelical,
Querendo mostrar a sua bela postura
Perante o mundo,
Que fascinado a contempla
E se rende a seus pés delicados!

Ah…Que maravilhosa sensação
De observar tanta beleza
Numa simbiose
De elegância e provocação,
Que sua falsa inocência
Anseia avassalar quem a admira!

E aquela mulher…linda
Segue cadenciadamente sua caminhada,
Conservando seu sorriso cintilante,
Sabendo que deixa para trás
Corações palpitantes
E desejos incontidos
Que a faz sentir-se desejada
Orgulhosa da sua feminilidade.

José Carlos Moutinho

segunda-feira, 7 de abril de 2014

Memória e saudade



Por entre metáforas de desejos
Que se fazem saudade daquele olhar
Do tempo em que as quimeras
Flutuavam no meu pensar
E me faziam sonhador...
Faço-me cautelosamente
Guardião, dos meus tesouros inventados,
Aconchegados no baú das minhas paixões,
Embalados em utopias perdidas
Nas noites de sonhos irrealizados,
Abraçados às insónias das minhas desventuras!

Que bom seria, saber desses amores
Que o tempo levou por atalhos ocultos
Da minha estrada interrompida
Pelos ventos contrários e agitados,
Soprados pelas marés dos desencontros!

Nem a acalmia dos mares da saudade
Me devolveram na doçura da memória,
Florida por pétalas ensolaradas de maresia,
Os sorrisos que se apagaram
Nas tardes pálidas do passado.

 José Carlos Moutinho

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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