Morrem-me na garganta as
palavras caladas,
Aperta-se-me o peito no
silêncio sentido,
A tortura dos pensamentos,
Que na minha voz emudecem,
Impotente em gritar o que me
vai na alma!
Ela passa na rua da minha
paixão,
Indiferente ao conflito,
dentro de mim,
Sorri-me no seu jeito
sensual,
De fêmea provocante!
Os seus cabelos ondulam com
o vento que eu invejo,
Na acaricia do seu rosto!
Penso-me triste e
desalentado,
Nas palavras que não me saem
do peito
E que eu anseio dizer-te!
Quisera ser o sol,
Que te beijasse a pele
morena e sedosa,
Ser o perfume que te
inebriasse do prazer de mim
E ser o luar que te
abraçasse,
No leito do nosso amor!
Ainda navegaremos no mesmo
caudal de paixão,
Que nos levará neste rio de
desejos,
Ate’ ao mar da nossa
felicidade.
José Carlos Moutinho