domingo, 31 de julho de 2011

A grandeza do mar




   Gaivotas sobrevoam, sob a abóbada celeste azul, num voar veloz e grasnar rouco.
As ondas vêem brincar na areia, enroladas na sua espuma alva. Artisticamente caprichosos efeitos, se inventam.
O sol beija as águas do mar, criando um espelho mágico de cintilantes reflexos.
As areias brilham, em tons de encantamento.
O ambiente tem algo de fascinante hipnose. As palmeiras, que vigiam as areias da praia, agitam-se no vento das quimeras. As suas longas folhas, acenam às imaginárias sereias, um adeus carinhoso, em jeito protector.
As rochas que controlam as intempéries, abraçam a impetuosidade do mar, para este se tornar calmo e em recanto paradisíaco. A praia, serena…
Olhando o horizonte, sobre o cristal do mar, obtêm-se uma visão alucinante, irreal de rara beleza.
Como por encanto, surgem miríades de estrelas.
Miragens multicolores, levam-nos no pensamento das fantasias.
Os sonhos acontecem, perante a grandeza do mar, que nos remete a nossa pequenez.

José Carlos Moutinho
31/7/11

O vento, meu amigo




Agarro as asas do vento que passa,
Puxo-o para mim, faço-o parar;
Digo-lhe que quero um favor dele,
Que me leve uma mensagem para o meu amor,
Dizendo que estou carente do beijo dela;
Sussurro ao vento as palavras,
Que desejo sejam levadas na minha voz,
Para que entrem directamente no coração
Da minha amada
E não se percam nos atalhos das nuvens,
Escurecidas pela carência de luz, do seu olhar;
Disse-lhe que a saudade é imensa,
Do tamanho da lua
E que se ela não vier,
Não sei como viver!
Sinto falta das suas carícias
E do afago do seu abraço;
Escurecem-me os dias, pela sua ausência;
As horas lentas, inexoráveis
Apertam-me a alma;
O tempo pára, e as emoções se congelam;
Mas, agora, no próximo luar,
Vindas em cálida e suave brisa,
Terei notícias doces e apaixonadas
Ou, talvez ela venha na volta daquele
Vento meu amigo, que eu parei.

José Carlos Moutinho

sábado, 30 de julho de 2011

Sonetos atrevidos




Saí para a rua, com outro espírito,
O mundo é meu, ninguém mo tira,
Sou único no mundo, sem atrito
Tenho a alegria, que nunca sentira!

As ruas são minhas e toda a sua luz,
Com o perfume das flores que as ladeiam,
Toda esta beleza, com alegria me conduz
À paz que todos neste mundo anseiam!

Como estou feliz e sou teimoso,
Nem com a métrica me importo,
Porque não quero ser famoso

Deixo a análise para os entendidos,
Levo a estrutura com desporto,
Insisto em fazer sonetos atrevidos.

José Carlos Moutinho

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Retrospectiva




O mar da saudade invade-me o peito,
Solta-me na pele, o sal das emoções
Vividas ao sabor das ondas!
Eu era a onda e tu a espuma
E rolávamos na areia da paixão;
Os nossos corpos febris de desejo,
Eram, pela água fria, acalmados;
O manto do pôr-do-sol cobria-nos
E o reflexo da sua luz nas águas,
Iluminava os nossos corações!
Os grãos de areia fina,
Na sua carícia natural,
Enlevava-nos num vibrar esotérico,
Como um voar nas emoções dos sentidos!
Os nossos corpos fundidos num só,
Em delirante geografia de perfeita harmonia,
Ofegavam numa arritmia delicada,
Que nos elevava pelo além,
Do Universo de suspiros e desejo,
E nos prostrava numa letargia perene.

José Carlos Moutinho

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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