domingo, 31 de outubro de 2021

#A chuva cala o vento

 

Esta chuva persistente e silenciosa
calou em mim o sonho
de soltar versos ao vento
cantando minhas ilusões,

porque a chuva,
húmida e irritante,
também calou o vento
que passava,
meu portador de quimeras,
 
agora, melancólico,
ollho a rua deserta
vazia de gente
e de emoções
onde nada acontece,
 
só a chuva cai,
escurecendo o horizonte
dos meus pensamentos
que tentam focar-se
na copa das árvores
que, refrescadas pela água,
talvez se sintam felizes
em contraste com o meu desânimo!
 
Depois...
porque a chuva vai-se cansando
e o sol tenta desabrochar
por entre o cinzento do tempo,
vai surgindo dentro do meu peito,
a vontade de agarrar novamente
as palavras dos versos calados,
e, após, construir castelos de sonhos,
enviá-los, como eu almejava,
nas asas do vento,
para que alguma ninfa os aceite.
 
José Carlos Moutinho
31/10/2021

 

sábado, 30 de outubro de 2021

#Instrospecção

 

Sou verbo de simplicidade,
conjugam-se em mim
todos os tempos vividos
com alegria e prazer...

naturalmente, sou essência
de adjectivos qualificativos
onde o bem, a sinceridade
e, especialmente a verdade
estão sempre presentes no léxico
que fazem do meu viver
a felicidade da minha caminhada!
 
Será, talvez, este meu soltar de alma
presunção no pensar de alguns,
arrogância no sentir de outros...
isso pouco me importa
porque os sentimentos
que me dominam
dizem da realidade das emoções
que me fazem ser como sou,
frontal, honesto e humilde ser humano
consciente das minhas virtudes,
e, obviamente, dos meus defeitos
que, jamais, tendem a comportamentos
prejudiciais aos meus semelhantes.
 
José Carlos Moutinho
30/10/2021

 

Politicos


 

segunda-feira, 25 de outubro de 2021

Pensamento

 Sou anseio inquieto,viajante de caminhadas pelas palavras jamais pensadas, sequer sonhadas

quinta-feira, 21 de outubro de 2021

#Enlevados pelo silêncio

 

Pelas ondas da brisa
ouvem-se suspiros de musas
em soluços de poesia,

e, de olhos fixos no horizonte
deleitamo-nos com o fascínio deslumbrante
da linha esverdeada do mar
que, delicadamente, beija o azul do céu,

cerramos os olhos,
e, enlevados pelo silêncio,
despertamos com o grasnar das gaivotas
mergulhando vigorosamente
nas frias águas, perfumadas de maresia,
 
alongamos o nosso olhar
deixando-o perder-se no longe
por onde nos deixamos levar
em pensamentos profícuos
em sonhos quiméricos...
 
...esquecemos as maldades do mundo,
as ambições desmedidas,
intrigas e hipocrisias
permitimo-nos, neste nosso devaneio,
pelo etéreo viajar do pensar,
abraçar, somente,
o bom da humanidade.
 
José Carlos Moutinho 
21/10/2021

#Voam


 

terça-feira, 19 de outubro de 2021

#Aos amigos

 

Deixa-me contar-te um segredo
simples de palavras enorme de sentir
não fiques assustada/o com medo
o meu desejo é fazer-te sorrir
a vida por vezes parece degredo
quando receamos o porvir
por isso, amiga/o, eu te concedo
amizade até nosso tempo exaurir

José Carlos Moutinho 
19/10/2021

segunda-feira, 18 de outubro de 2021

#QUANTAS VEZES

         

Quantas vezes

Me dá vontade de rasgar posturas

E gritar aos ventos a minha insatisfação Derrubar muros de conveniências

E construir paredes de solidariedade!

 

Quantas vezes, ai, quantas… Sinto um aperto no peito Que cala a minha voz

E sustém as minhas palavras!

 

Ai quantas vezes...

Me pergunto a razão de tanta agitação No mar da incompreensão

Quando as ondas perfumadas de maresia Se deleitam serenamente nas areias

Da praia da harmonia!

 

Quantas vezes me interrogo Qual a razão de trampolins

Para se chegar habilidosamente ao cimo Quando se pode subir

Calmamente pelas escadas Da verdade...

 

Quantas vezes me rebelo

Contra o sol que protege as sombras Que se escondem nos atalhos da vida Quantas vezes...

 

José Carlos Moutinho

In “Mar de Saudade”




terça-feira, 12 de outubro de 2021

#Falam, falam

São palavras assaz, ocas
as que se vão ouvindo por aí
falam de coisas vazias loucas
como se ninguém houvesse aqui

falam, falam e dizem nada
enganando a todos, ao povo
como se este fosse manada
em atitudes que eu reprovo
 
Prometem com sorriso de lata
impostos sempre a aumentar
enquanto uns comem batata
outros, privilegiados, caviar
 
Desde sempre, assim conheci
este rectângulo sem esperança
onde um dia já distante nasci 
pobre país, ausente abastança
 
Teremos de abandonar o carro
o tanque de combustivel secou
as taxas são autêntico escarro
no rosto de quem tanto lutou
 
De coração resignado se vive
neste belo Sol que nos aquece
na benção natural se sobrevive
até que virá o dia que nos fenece
 
José Carlos Moutinho
12/10/2021


segunda-feira, 11 de outubro de 2021

#Caminhos

Caminhos vermelhos de pó
perfumes intensos da flora
saudade imensa que faz dó
de um certo tempo outrora

Cacimbo colado na maresia
humidade em calor tropical
em cada acácia uma poesia
na música do campo lexical

Felizes momentos juventude
garagens vibrantes de dança
paixões, ardorosa inquietude
tempo sem tempo esperança
 
José Carlos Moutinho
11/10/2021



domingo, 10 de outubro de 2021

#Bom domingo

 Caem nas minhas mãos abertas
delicadas pétalas das memórias
de caminhadas em descobertas
por oásis plantados de histórias

José Carlos Moutinho
10/10/2021

sábado, 9 de outubro de 2021

Em Lisboa...


 

#Anseios

 

Sinto em mim uma louca ânsia
de soltar as palavras da minha mente
e colá-las no papel alvo
que se estende na minha frente,
fazer da inércia das letras,
poesia viva
que invada os corações
em transbordante alegria de sentimentos,
Inventar melodias
cantadas pelo silêncio do poema,
irradiadas pela luz vibrante da emoção!
 
Aquieto meu desassossego,
porque serenamente, as palavras
vão-se metamorfoseando,
perante os meus olhos fascinados,
em delicadas estrofes metafóricas,
perfumadas de doces ilusões,
tornadas reais pela frescura dos versos
que me são dadas sentir e tocar
e que se aninham no papel,
antes branco do vazio
e agora florido e colorido
pelas palavras, que eu tanto ansiava soltar de mim.
 
José Carlos Moutinho 
 In “Calemas”

quarta-feira, 6 de outubro de 2021

#Eram...foram...

eram sonhos
quimeras e anseios

eram brisas
em carícias de marés

eram luares
que fundiam os abraços

eram receios
por recusas inesperadas

eram...foram...
momentos ancorados
na adolescência

José Carlos Moutinho
6/10/2021

terça-feira, 5 de outubro de 2021

#Porque chove...

 

Chove...
pequenas gotas frias
que se estatelam no chão duro
dos sonhos interrompidos,
 
chove...
serão lágrimas de alguma musa
que, desgostosa,
chora a partida do seu amado,
 
chove...
suave, como se o gotejar
quisesse, delicadamente,
afogar a tristeza da memória,
 
chove...
e os pássaros cantam e voam
felizes, de asas molhadas,
espalhando pingos da chuva
pelos caminhos dos seus voos,
 
chove...
e eu que não gosto de chuva,
espero ansiosamente,
que surja o abençoado sol
para que, de mim,
se afaste a melancolia
 
José Carlos Moutinho
5/10/2021

 

segunda-feira, 4 de outubro de 2021

#SOPRAR DO VENTO

 


#AMOR e GUERRA

 AMOR e GUERRA

Este meu "recente" romance que viu a luz da rua este ano de 2021, deseja ser lido, principalmente para quem viveu em Angola e a têm na saudade. A pandemia alterou toda a logística habitual de lançamento, assim, a quem se interessar lê-lo, basta uma simples mensagem via Messenger do Facebook que eu enviarei com todo o prazer e gratidão.
Embora o título seja AMOR E GUERRA é mais amor e vivências do que propriamente guerra.



domingo, 3 de outubro de 2021

#Soprar do vento

 

O anseio era grande, quase ousado
óbices, agora são imensos, duros,
publicar livro será, quiçá, um fado
na dificuldade em transpor muros

Momentos de quebra e desalento
desejo em deixar a palavra calada,
paixão pela escrita já é tormento
se a caminhada se sente frustrada
 
Conflitos de interesses são tantos
que perturbam a viagem do sonho,
sequer valem revoltas e prantos
se o soprar do vento é medonho
 
Os tempos, de repente mudaram
em crescendo de sonhados trigais,
onde colheitas fáceis abundaram
pela facilidade das redes sociais
 
José Carlos Moutinho
3/10/2021

 

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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