quinta-feira, 31 de outubro de 2019

Folhas molhadas




nas folhas caídas e molhadas 
de um Outono que começou chuvoso, 
vi poesia aninhada no chão frio 
pintada com o matizado do tempo 
que me olhava 
com o sorriso das gotas da chuva 
que serenamente caía do Além

José Carlos Moutinho 
31/10/19


O Coreto no Outono



Do alpendre do tempo
onde me abrigava
eu escutava os murmúrios 
melodiosos da brisa, 
esgueirando-se por entre as folhas matizadas 
que caíam desamparadas 
dos ramos das árvores
naquele dia outonal

José Carlos Moutinho
31/10/19

sexta-feira, 25 de outubro de 2019

Saudade estranha mp4

Saudável loucura


...
Apetece-me agarrar as asas do vento
e voar em desatino por aí,
fugir ao insano burburinho urbano
e mergulhar na maresia do passado,
só porque me apetece,
e se o vento permitisse
levar-me nessa saudável loucura

José Carlos Moutinho
25/10/19

quinta-feira, 24 de outubro de 2019

Palavras, pétalas perfumadas



As palavras, pétalas perfumadas
adormecidas sobre o papel branco
ansiavam que mentes inspiradas
fizessem delas um poema franco

Eis que, mãos trémulas iniciaram
este simples soneto de ilusões,
versos começados que não acabavam,
pois, eram tremendas, as confusões

Todavia, sem pensar em desistir
lá foi surgindo inquieto o poema,
que aqui, vos é apresentado a sorrir…

Pode não ter muita graça, acredito,
mas pensando que não causa problema,
devemos considerá-lo inaudito!

José Carlos Moutinho
24/10/19

quarta-feira, 23 de outubro de 2019

A Força de Amar

Não procurem nas livrarias, porque não encontram, não sou famoso, nem tenho padrinhos para isso, portanto se estiverem interessados, peçam-me que o enviarei com todo o gosto. Tenho a certeza de que gostarão!
A FORÇA DE AMAR

Amor e paixão

Certo dia, alguém me contou
que a paixão se tinha zangado,
porque o amor estava cansado
e com a paixão se desencantou

Tentei, pois, descobrir a verdade
desta situação triste e frequente,
soube que paixão é fogo que arde,
o amor a ser vivido eternamente

Que paixão é momento irracional,
oferecido pela mente em exaltação
aos corpos, em loucura emocional,
onde se transformam em vulcão

já o amor, dizia-me esse alguém,
é paixão serenada pelo real sentir
do sentimento, de onde advém
felicidade, que se deseja porvir

José Carlos Moutinho
23/10/19

segunda-feira, 21 de outubro de 2019

Olho-te e estranho (Áudio)




Olho-te e não te conheço,
mudas tão rapidamente
que me confundes,

há algum tempo, sorrias-me,
e repara, não passou tanto tempo,
agora, olho-te e tu desvias o olhar,
pareces envergonhado,
comprometido, talvez pela tua maldade
em correres vertiginosamente,
porque bem sabes, que me prejudicas,

mas não precisas ficar assim,
de cara amarrada,
eu vou-te entendendo,
creio que a tua missão é imperativa,
mas que não o fazes por antipatia,
para comigo,

acredito, que seja por obrigação,
obedeces às ordens cronológicas
que te impõem, ó tempo,

peço-te, porém, que sejas mais tolerante,
menos inflexível
e tornes o meu tempo mais lento,
para que eu possa ter tempo
para estar contigo,

Escutaste, ó tempo?

José Carlos Moutinho
21/10/19


Angola, minha saudade

terça-feira, 15 de outubro de 2019

Penso eu...




que Poeta não é o que se insinua,
inflando o peito e gritando aos ventos:
sou poeta,
nem o que enche o texto
de belas palavras, por vezes, sem sentido,
numa panóplia de coisa nenhuma,
mas sim…o criador de milagres,
sem ser um deus do Olimpo,
ao conseguir que,
o poema se entranhe
na alma de quem o lê,
e o faça sentir-se feliz,
imaginando que aquele texto
poético lhe é dedicado...

deverá, talvez, ser simples,
pois se a vida é tão simples,
porquê complicá-la com versos
feitos de palavras incompreensíveis
ao comum dos mortais?

Obviamente que o poeta
pode e deve, se assim o entender,
ir mais além, navegando em mares
agitados pela turbulência das ondas,
e construir a canoa utópica
da sua excelsa imaginação,
talvez, porém, usando remos de papiro

José Carlos Moutinho
15/10/19


Tempo cronográfico


O tempo soprou os dias
e as folhas das ilusões,
soprou os meses
e as flores das paixões,
soprou os anos
as marés de frescura
e a alegria da juventude!

O tempo trouxe ventos e brisas
rugas, experiências e sabedorias
desentendimentos e incompreensões!

Trouxe o tempo, alterações
não só ao tempo climático,
como à personalidade humana
que se modificou literalmente!

O tempo, dizem, é senhor da verdade,
onde, talvez, todos tenhamos tempo,
para descobrirmos que a realidade
em que vivemos, é diferente,
da que, aparentemente,
parece ser.

José Carlos Moutinho
14/10/19


domingo, 13 de outubro de 2019

Poesia, esse mistério

Poesia, esse mistério




Poesia...
será um simples agrupar de palavras
de encantamento,
ou um místico sentir
que alguns endeusam?

Francamente, confesso-me, por vezes, confuso
porque, para mim, simples escrevinhador,
sinto a poesia como coisa tão natural
como sorver o ar que me permite viver!

Talvez, porque eu não acredite em deuses,
e, por essa razão, a poesia, para mim,
é prazer retirado do conteúdo
onde se insere o sentimento
e a arte de metamorfosear
as palavras em utopias!

A poesia é o sentir da alma,
o grito que se desprende da emoção,
a tremura das palavras caladas
que se colam no papel, por timidez,
é…tão somente, o momento inspirado
da felicidade, tristeza ou solidão!

Sei lá, porque há quem tanto exalte
e faça de algo tão simples
o suprassumo da escrita,
porque eu, sinceramente, não sei!

Lá saberão, certamente, os sublimados!

José Carlos Moutinho
13/10/19

sexta-feira, 11 de outubro de 2019

Singelo soneto


Neste meu singelo soneto, invento
escrever um sentir, sempre presente,
que se fez saudade, de um certo tempo
em que jamais a alegria estava ausente,

As praias, encontros de namorados
areias de paixões exacerbadas
futuro, pensamentos expirados
presente, eram as pessoas amadas,

Há… soneto pintado de quimeras
deixa-me sonhar esta nostalgia…
neste tempo cansado, sem esperas,

O que passou não retornará, eu sei,
afogo esta saudade, em poesia…
relembrando a terra que tanto amei

José Carlos Moutinho
10/10/19



Singelo soneto (Áudio)






quinta-feira, 10 de outubro de 2019

Um sentir doloroso




Desejava sossegar meu coração
desta inquietude que o toma,
por vezes, desconfio da sua razão,
será a saudade que lhe assoma?

Sento-me na varanda da memória,
tento com ele serenamente conversar,
que me conte alguma da sua história,
para eu tentar algo para o serenar

Timidamente, o meu coração murmura,
baixinho, quase não o consigo ouvir,
diz-me, solenemente, que é uma tortura
a saudade que lhe causa este desavir

Eu, com o meu calmo discernimento,
confesso-lhe que também estou saudoso
daquela terra, que foi minha, certo tempo,
restando na minha alma um sentir doloroso

José Carlos Moutinho
10/10/19

quarta-feira, 9 de outubro de 2019

Não te zangues


Deixa-me ser assim, não te zangues,
franco nas atitudes e nas palavras,
ainda que as verdades estejam estanques,
jamais deixarei sufocar-me por amarras

Não agrado a gregos nem a troianos,
e daí, não tenho o poder de os obrigar,
tento, porém, não causar quaisquer danos,
por isso, deixa-me ficar aqui a sonhar

José Carlos Moutinho
9/10/19

terça-feira, 8 de outubro de 2019

Voo da gaivota

Olhei o voo da gaivota,
pensei, reflecti...
deixei-me levar nas suas asas,
num voar inquieto,
pelos perfumes do imaginário utópico,
até que, os meus se fecharam,
nostalgicamente,
quando a gaivota, delicadamente,
posou nas areias douradas
da praia da minha ilusão

segunda-feira, 7 de outubro de 2019

Por onde andas, amigo/a


Tu...que dizias ser meu amigo
por onde andas tu, que não te vejo,
será que me pregas algum castigo
ou não será esse o teu desejo?

Se nossa amizade era verdadeira
não sei que temporal aconteceu,
pode até ser alguma brincadeira,
ou talvez algum problema teu

Sei que antes falávamos imenso,
nos meus eventos estavas comigo,
terá havido algum motivo "ofenso"
para abandonares este teu amigo?

José Carlos Moutinho
7/10/19


Busca do Sossego




Levo-me nos pensamentos vazios,
pelo vento que se perde no nada,
em busca da consciência perdida,
nos momentos dilacerados pela ausência,
e dos suspiros que a vida sufocou!

Sinto os gritos desesperados,
dos ais no meu peito,
em atroz conflito de sentimentos,
que o tempo fez desfalecer,
na voragem louca das horas!

A alma chora os sonhos perdidos,
em noites de breu sufocante,
pelas dúvidas de insónias perenes,
atravessadas pelos dias nublados,
nas incertezas do amor que desbotava,
na luz do dia que adviria!

Liberta-se a raiva na luta por nova aurora,
porque o desatino é constante,
incógnitas horas virão de desalento,
sem cessar esta busca de sossego,
por este mar salgado e frio do infinito.

José Carlos Moutinho
In “Cantos da Eternidade”
Versbrava

domingo, 6 de outubro de 2019

Tornar o sonho em realidade

Tornar o sonho em realidade






Dedico este poema a todos que me têm feito continuar a ter a felicidade de estar por aqui, a escrever. Bem Hajam, amigos, a minha gratidão, por apreciarem os meus livros!



Perdi alguma coisa nesta vida,
mas muito mais, ganhei eu…
abriu-se-me o caminho
aos meus anseios,
realizei o que jamais havia pensado!

Dos sonhos, certamente, pura utopia
nasci um dia, para a poesia…
e na prosa,
com palavras plantadas em ficção,
inventei paixões, amores e desamores
combati na guerra, onde nunca estive!

Criei, noite após noite, um sonho,
nascido da minha imaginação,
e que, carinhosamente,
construí, pedra a pedra,
para o entregar
aos meus amigos e leitores!

E são eles, os leitores,
que apreciam e adquirem
as minhas obras,
que fazem o meu sucesso,
que nem será grande,
mas é, isso sim, imenso,
pelo bem que me fazem,
que me instigam
a continuar a sonhar,
sim…
mas a tornar o sonho realidade.

José Carlos Moutinho
6/10/19

quinta-feira, 3 de outubro de 2019

A vida é uma folha




A vida...
a vida é uma frágil folha que voa,
umas vezes alinhada,
serenamente, com a brisa,
outras, em desvario levada pela ventania...

há, porém, um dia em que a vida...
se aquieta,
deixa de voar,
perde a rebelde inquietude
em que navegou,
e sem voz,
se cala definitivamente,
deixando para trás, murmúrios,
gritos, tristezas e alegrias!

Mesmo que tu tentes reanimá-la,
ela recusa a tua vontade,
porque tu...
tu não és nada, e a vida que era tudo,
passou, também, a ser nada,
além de uma ténue ou intensa
lembrança

José Carlos Moutinho
3/10/19


Um livro é...

Um livro não é um objecto qualquer, há nele todo um empenho emocional, que o autor deseja partilhar com quem o lê.
O livro tem em si, a vida em palavras, nas quais a sensibilidade do leitor, vai envolver-se.
Este meu segundo romance, A FORÇA DE AMAR, tem o meu
sentir da verdade e a vontade de agradar ao leitor.
Não tenho a veleidade de me pensar escritor, porém, devido ao feedback recebido de quem já me leu, nasce em mim o desejo de vir a
sê-lo.

quarta-feira, 2 de outubro de 2019

Silêncio displicente




Escuta…tu aí
Sim…tu,
que transformas os teus sonhos
em palavras escritas nas margens
dos teus anseios,
porque receias plantá-las
nos jardins, que achas especiais,
e aos quais, pensas, não ter direito!

Embora te atrevas, corajosamente,
a atravessar os rios turbulentos,
encontras, quase sempre,
do outro lado da ponte,
dificuldades, que te forçam a retroceder,
ou então, dada a tua resiliência,
aguardas pacientemente
que te abram o caminho,
mas logo, se deparam mais e mais obstáculos,
numa incessante provocação à tua paciência!

E tu, teimoso, insistes
(Nem te passa pela cabeça desistir)
em construir castelos
com as palavras que vais acarinhando,
uma a uma, saídas do imaginário da tua mente,
e formas emotivos poemas,
interessantes contos, ou apaixonantes romances…
Enfim, tudo o que a tua essência te dita,
e que tu, ciosamente,
vais elaborando com carinho
e depositas, esperançosamente,
nos livros, alicerceados pela tua emoção!

Então, depois de editados alguns livros,
humildemente, vais pensando
que irás conseguir encontrar um lugarzinho ao sol
no tal jardim que pensavas especial,
ou que conseguirás atravessar a ponte
com mais facilidade,
mas…
reparas que, tudo continua na mesma,
e que o teu esforço de continuidade
não mereceu o mínimo interesse
por parte de quem faz escolhas,
compreenderás, então, desoladamente,
que nessas escolhas, só por milagre,
serás engajado,
pela simples razão de não pertenceres
ao clube dos notáveis ou dos sortudos
deste mar revolto da literatura!

Que te resta a ti, sonhador,
continuar a implorar a venda
do que criaste com paixão
e receberes incompreensão
em respostas desagradáveis,
algumas vezes até, seres ignorado
numa desfaçatez confrangedora?

Há também a opção da desistência,
definitiva,
ou então, a de passares
o resto do teu precioso tempo
a escrever e a fazer das tuas obras,
areias perdidas num deserto inóspito,
onde a possibilidade de encontrares
o teu oásis é tão remota,
como descobrires um grão de areia
no fundo do mar,
das tuas desilusões.

José Carlos Moutinho
30/9/19

Quisera eu, pois



Quisera eu, que a ventania passasse longe dos sites sociais,
e que a brisa fosse apaziguadora das arrelias,
as palavras se vestissem de poesia e não de ofensa
e fossem os abraços a verdade dos sentimentos
e os sorrisos não escondessem a mordacidade da mente,
que a acalmia de outros tempos volte a este mar de emoções,
onde as marés eram carícia perfumada de maresia,
e a espuma das suas ondas poemas de felicidade,
quisera eu...o que parece improvável!

José Carlos Moutinho
2/10/19

terça-feira, 1 de outubro de 2019

Poesia na Galeria 3: DESERTOS

Poesia na Galeria 3: DESERTOS: DESERTOS Os caminhos estão desertos, pelo chão espalham-se folhas secas caídas das árvores cansadas pelas palavras gritadas d...

A Força de Amar


Bem sei que sou um desconhecido,
mas porque não ler um livro meu eu se falo de amores e da vida?
Peça-me A FORÇA DE AMAR
e tenho a certeza de que não se arrependerá!

Rio do Silêncio

Rio do Silêncio



Os meus anseios arrastam-se pelo rio do silêncio,
desfazem-se em metáforas de ilusões,
no fundo da cascata de utopias,
que choram nos salpicos de água,
como lágrimas de tristeza,
que afogam recordações,
no pó das margens secas da saudade!

Amores que se perderam na correnteza
do passado, vividos em paixões platónicas
que doíam o coração
e sufocavam a alma!

Suspirares perdidos nas brumas da incerteza,
nos abraços que não se fizeram
e nos beijos jamais beijados!

Palavras caladas na escuridão do desejo,
sorrisos perdidos,
no sopro de ventos desencontrados,
levados no desanimo da vontade cansada
e na fragilidade que fustigava a coragem
destruindo todo um querer em amar.

José Carlos Moutinho
in "Cantos da Eternidade"
"Versbrava"

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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