segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016
Da janela
As alvas nuvens vadiavam
altaneiras
Indiferentes ao matiz
empalidecido da tarde
que se ia aconchegando no
quase breu
trazido nos braços da noite…
Da janela escancarada aos
sonhos,
ela, nostálgica e fascinada,
contemplava a mutação
temporal,
enquanto seus pensamentos
tal como as nuvens,
erravam por longínquas
paragens
sem rumo…
num navegar sem vela,
deixando-se levar à deriva…
por vezes veloz, por vontade
dos ventos
outras, pela acalmia das
brisas…
Talvez inconsciente, ela
buscasse
um porto de abrigo
onde deixasse de sentir as
amarras
a que a solidão a tinha
confinado…
A noite finalmente envolveu
a urbe
numa escuridão quase
tenebrosa,
assim se sentia sua alma
acorrentada a uma tristeza
que, talvez, só a alvorada libertasse.
José Carlos Moutinho
domingo, 28 de fevereiro de 2016
sábado, 27 de fevereiro de 2016
Chove, chove
Chove de maneira incessante
chuva miudinha tão irritante,
a água corre pelas calçadas
ficam as pessoas encharcadas
Estamos no seu tempo, dirão,
é certo, mas prefiro o verão
embora o calor me apoquente,
e afinal nem sei ser coerente
Decidi, escolho a Primavera
com sol e muita passarada,
perfumes das flores à espera
Que o inverno se vá de abalada,
carregue a chuva pra outro lado
e fique eu aqui, bem sossegado
José Carlos Moutinho
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016
Dança comigo
Dança comigo, dança
esta canção de encantar,
que fique na lembrança
p’ra mais tarde recordar,
como uma bela aliança.
se não souberes dançar,
não faz mal eu te ensino,
talvez seja o destino
que nos ensina a sonhar.
e mostrar-nos como amar.
Dança, amor, dança agora,
dois passos para a frente
dois passos para fora
neste ritmo tão ardente
antes de irmos embora.
Não sabemos o porvir
que poderá vir ou não,
entende este meu sentir
abre-me o teu coração,
aceita o que tiver que vir.
José Carlos Moutinho
quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016
Poeta sou…Vi va a poesia
Muito se fala em que é ser
poeta
que cada vez, eu menos
entendo,
mas se há alguma maneira
secreta,
ensinem-me, juro que eu aprendo.
Pensava eu que o poema
brotava
do sentir profundo do poeta,
como do vulcão, brota a lava
sem poesia minh’alma se inquieta.
Inspiração é brisa que passa
suave afagando o pensamento,
teimosamente passa e repassa
que se ouve um ai de
sofrimento.
Tantas vezes por muito que
se tente
as palavras recusam-se a ser
poesia,
fazem um finca pé tão premente
que nos fazem perder a alegria.
José Carlos Moutinho
terça-feira, 23 de fevereiro de 2016
Valsa de magia
No eco das melodias que se
soltam do luar
Rodopio numa valsa que me faz
sonhar,
O meu par é a magia do meu
sentimento
que me abraça com o encanto
do momento.
Pela pista das minhas
emoções, canto
a canção, de algum amor
vadio e perdido
com notas de paixão, amor e
doce encanto,
bailando nos braços de um
outro cupido.
São fantasias que a mente
vai acalentando
no sonho que o desejo vai
projetando
e a alma feliz concorda com
muita alegria…
Nenhum mal trará ao mundo
este belo sentir,
viver com felicidade no
coração
é beber o bom que a vida nos
propicia.
José Carlos Moutinho
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Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas
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