quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Recuar no Tempo




Tempo que corres louco
Fica aqui comigo,
Vamos dialogar

Faz com que as folhas do teu tempo,
Retrocedam a um mundo melhor
E transporta-me à minha juventude
Deixa-me voar nas asas do vento,
E mergulhar na alvorada dos sonhos,
Nunca sonhados;
Traz-me a namorada dos meus encantos,
Devolve-me a inocência daqueles anos;
Quero as cores da vida de outrora
E não as pálidas cores de agora;
Devolve-me à loucura inconsequente das aventuras,
Dos mergulhos perigosos, nas praias
Daquelas águas cálidas,
Que nos aqueciam o corpo e a vaidade;
Oh tempo…traz-me os bailes de garagem
Dos nossos momentos de glória,
Como dançarinos;

Faz isso….é fácil para ti, tempo
Traz-me a brisa suave das paixões;
Aquele sol quente das emoções
Deixa-me dançar nos pensamentos
Da ilusão;

Faz-me sonhar oh tempo,
Leva-me a ser feliz, outra vez
Que te custa, tempo...
Levar-me àquele meu tempo?

E pára este rodopio vertiginoso
Deste teu tempo
Pára, por favor!

J.C.Moutinho

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Desvarios




Porque insistes
Em atormentar-me
Nas noites longas, escuras,
Nada mais representas para mim,
És passado…triste, sem história,
Tornaste-te uma sombra,
Que me atormenta em sonhos
E que eu não desejo,
Gelaste meus sentimentos,
Fizeste-me perder o rumo do meu caminho,
Vaguear como sonâmbulo,
Em tantas noites perdidas,
Ensombraste a beleza da minha alma,
Tornaste-a triste e desiludida,
Vai, Segue por outras paisagens
Onde os teus sentimentos frios
Sejam consentidos,
Foste o vulcão do meu desvario,
Hoje, não passas de lava arrefecida,
Verdade que foste a essência
Do meu sentir,
A sombra que me refrescou
No calor das emoções,
Os braços ternos que me abraçaram
Em tantos momentos,
Mas quiseste que tudo mudasse,
Agora aceita a dureza da secura,
Do teu desprazer de viver,
Só tu és culpada,
Perdeste-me!

J.C.Moutinho

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Coração errante



Vai coração vagabundo, irrequieto, louco,
Leva-te por ruelas e caminhos por aí fora,
Deixa-te envolver em tudo, um pouco
Não deixes que teu espírito indomável vá embora.

Segue o teu trilho de desvarios,
Mas acautela-te nos perigos da falsidade,
Porque tua alma calorosa, sensível, sofre;
Faz com que o mundo se torne mais belo,
Mas conserva tua maneira de ser;
Solta-te, sem preconceitos,
Nem complexos;
Deixa que falem,
Não importa o que dizem,
Não estás fazendo nada…
Somente queres amar e ser amado;
Liberta-te da escuridão dos descrentes                                 
E vem conversar ao luar desta vida bela,
Aquece-te com o calor revigorante
Do sol, luz da vida;
Olvida os maldizentes, de alma congelada
E solta esse teu grito apaixonado.

Ah…coração errante,
Quando encontrarás um porto de abrigo
Que acolha esse teu ansioso e incontrolável
Modo de viver e sentir?

Acho que jamais,
Porque és vagabundo,
Insatisfeito,
Insaciável
E errante.

J.C.Moutinho

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Sonhar...sempre



Ventos sopram, insubmissos
Sons, que soam como cânticos
De desejos sonhados;

Por este caminho sinuoso, sem fim,
Busco o calor do seu abraço,
Antes sentido,
Agora perdido;

Quero voltar a sentir o veludo
Da carícia das suas mãos;

A ternura dos momentos belos
De aconchego;

Quero que os seus olhos
Voltem a iluminar os meus dias;

Inebriar-me com a música celestial
Dos seus murmúrios;

Recordar coisas vividas, sentados
Ao luar;

Que os ventos levem a minha voz
Bem longe,
Gritando que é possível
Ser-se feliz;

Correr como criança, pelos prados
Verdes da esperança;

Absorver os cheiros da vida
E voltar a sonhar.

J.C.Moutinho

domingo, 26 de dezembro de 2010

Página rasgada




Não me venhas com essa atitude,
Nada mais rectifica
O mal que me fizeste,
Foste agressiva, sem sentimentos,
Foste sonho, pesadelo
Talvez nunca sonhado
Ou inventado
És agora lágrima, sufocada,
Não passas de folha
Voada com o vento,
Fonte seca de paixões imaginadas,
És a flor que murchou,
Nuvem que ofuscou o meu sol,
Nem sequer és mais a ténue luz,
De um luar de inverno,
O teu brilho é penumbra
Nas minhas emoções,
És página rasgada
Do meu livro de ilusões,
Agora, segue a tua vida,
Tenta encontrar
Em outro alguém,
Que acredite em mentiras,
Tudo o que tu perdeste de mim,
Foste um engano,
Uma fraude,
Foste desilusão.

J.C.Moutinho

sábado, 25 de dezembro de 2010

Serenidade da vida



Sob a longa ponte do passado,
Corre mansamente o rio do presente,
Para o mar imenso do futuro,
Margens ladeadas por árvores,
Observando do alto das suas majestosas copas,
Tais sentinelas de vigilância.

As aves voam alegremente,
Carregando a paz nas suas asas,
Chilreando em cânticos de amor.

Díspares sons, tornam-se Verdiana sinfonia,
Os raios solares reflectidos nas águas,
Formam um espelho de tranquilidade,
A calmaria em volta é sublime,
Cores belas das flores iluminam o coração,
O ondear da vegetação
É como o acariciar da poesia,
Na alma de um poeta.

É a vida em sintonia
Com a grandiosa Natureza…

J.C.Moutinho

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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