sexta-feira, 16 de junho de 2023

# Escuta o Vento

Escuta-me com atenção,
se puderes,
escuta o vento,
calmamente, sem pressas e sem fobias,
fecha os olhos…
ouve simplesmente o lamento
que o vento murmura, docemente,
quando fala contigo…
só tens de sentir o que ele sente
quando te sibila fantasias!
Se conseguires sentir o que ele te diz,
acredita que tens o privilégio
e a graça de o entenderes
no Universo que é só teu!

Mas se o vento te assobiar
ainda que suavemente
e não o entenderes,
reflecte, porque, certamente,
andarás perdida em algum outro Cosmos
que o vento desconhece!

Então, escuta-me,
ainda com mais atenção,
volta a fechar os olhos…
tenta perceber, novamente,
o que o vento te quer dizer,
se te concentrares e acreditares
verás que atingirás a glória
de entenderes os afagos do vento

José Carlos Moutinho
intemporal

quinta-feira, 15 de junho de 2023

# Realidades e anseios

Eram pensamentos soltos
que voavam pelo etéreo sonhar

Eram emoções incontidas
aconchegadas em abraços de suspiros

Eram brisas acalentadas
pelos toques subtis dos corpos

Eram marés inquietas
no navegar adolescente daqueles tempos

Eram sorrisos inconscientes
nos enlevos de paixões exacerbadas

Eram gestos feitos de harmonia
iluminados pelo brilho cintilante do luar

Foram tantos e inolvidáveis
os caminhos exaltados pela aventura da utopia

Foram e já não são...
porque os caminhos transformaram-se,
os sonhos de fantasia soçobraram nas correntes idas,
dando, quiçá, lugar a outros sonhos
envelhecidos, maturados pela racionalidade
Foram…
Tudo foi tornado, simplesmente, em passado
pelas garras implacáveis do tempo,
deixando-nos, todavia, resiliência
para enfrentar novos caminhos
e anseios, para que estes se alonguem
em futuras caminhadas.
 
José Carlos Moutinho
15/6/2023

terça-feira, 13 de junho de 2023

#QUE SEI EU

#Sonho ou Ilusão...poesia


 

#Que sei eu...

 

Que sei eu, do voo dos pássaros
ou do latir dos cães,
se eu sou mais um átomo
desta globalização em que vivo...

Que sei eu, pois, do marulhar das ondas
ou do ondular, quase silencioso, das florestas
se eu sou mais um elemento vivo,
que por aqui vou caminhando
e por vezes sonhando...

Que sei eu, da serenidade dos silêncios
ou do mistério fascinante dos luares,
se eu mesmo faço do silêncio
a inspiração com que escrevo,
e do luar paixão da minha poesia…
 
Então, que sei eu, dos ventos e das brisas
das tempestades e bonanças,
se eu mesmo sou frágil folha
que me movimento ao sabor da natureza…
 
Sei, que nada sei, como disse o filósofo,
porque em boa verdade
realmente pouco ou nada sei
deste mundo em que vivo,
e que, a cada instante, se transforma
em coisa nenhuma, por vezes,
outras tantas em total brutalidade…
 
Sei, com assertiva convicção,
de que tive a dádiva de vivência feliz,
caminhei por anseios realizados,
vivi paixões e amores da vida,
e…
graças a mim, ao destino, aos mistérios
ou a Deus, continuo por cá,
grato pela minha longevidade,
com a mesma atitude e carácter,
que têm marcado minha existência!
 
José Carlos Moutinho
13/6/2023

segunda-feira, 12 de junho de 2023

#Palavras, palavras...


 

#MELODIAS SENSUAIS (Vídeo)

#Desistir?!

Há sempre um momento…
um momento de desânimo
uma vontade de desistência
uma inquietude e uma desilusão...

Há sempre um instante em que o nosso querer
se esmorece e se perde entre a bruma da incompreensão...
ainda que uma força interior nos diga para navegar
a nossa canoa balança, insegura,
ao sabor do descontentamento...
embora tantas, fossem as vezes
em que a viagem foi conseguida com sucesso,
apesar do sobressalto das marés bravias e tempestades,
sempre o porto de abrigo foi alcançado,
um porto iluminado, onde se descansava o corpo
e relaxavam os pensamentos da mente exausta, mas feliz…

Porém, as tempestades aumentaram,
a navegação tornou-se mais difícil,
a canoa mal se sustenta sobre as ondas da incerteza
e da deslealdade, o que leva a pensar em desistir de remar
contramarés adversas e desleais…

Desistir por falta de forças para enfrentar este mar em desalinho,
que de repente, tão de repente, surgiu entre ilusões e hipocrisias
e tornou estas águas antes serenas,
em furações de promessas e irrealidades
que, certamente, leva ao afundamento da coerência e racionalidade?!

José Carlos Moutinho
intemporal

quinta-feira, 8 de junho de 2023

#Perco-me confuso!

 

Perco-me nesta caminhada
onde os desencontros são tantos e diversos

Os olhares perderam o brilho de outrora
tornaram-se opacos, não sei se, por culpa do tempo
ou das vontades
 
As gaivotas perderam o rumo
vagueiam agora, sobre caixotes de lixo,
nas calçadas acinzentadas das ruas
 
Os abraços, esses, fecharam-se aos afectos,
palavras sem emoção, substituíram-nos
 
Os substantivos que definiam puros sentimentos,
perderam o valor,
tornaram-se meros adjectivos de negação
 
As palavras que antes eram de amizade, ternura e emoção
congelaram perante as atitudes
 
Existe uma constante mutação de princípios
que, de forma inexorável, altera comportamentos
 
Até o tempo se alterou
perante tanta negligência humana
 
Enchem-se as ruas de conflitos
suspiros de desamor, sobrepõem-se ao discernir
 
Pergunto-me se estamos numa mudança de vida
ou este nosso mundo perdeu a razão?
 
José Carlos Moutinho
8/6/2023
 

 

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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