terça-feira, 31 de março de 2020

Clausura

Quero fugir desta imposta clausura
que me amarra os movimentos,
se eu pudesse fugia pela fissura
da janela dos meus sentimentos

Quero liberdade para ir ver o mar
saber do horizonte,sentir a maresia,
anseio para que tudo isto vá acabar
antes mesmo que me acabe a poesia

José Carlos Moutinho
31/3/2020

segunda-feira, 30 de março de 2020

Da janela vejo a rua

Olho pela janela da minha sala
deixo meu olhar viajar pela rua
tão deserta e minha alma se cala
possuída por emoção assaz crua

Por onde andará a gente de antes
que apressadamente ali passava
agora nem carros nem andantes
tal silêncio que agora se escusava

Deixo-me levar pelo pensamento
numa viagem triste, tão solitário
há em mim um certo sentimento
ao pensar a razão deste calvário

Esperança, claro, esta não faltará
lamentamos tanta e tanta morte
sabe-se lá quanta mais ainda virá
se os infectados não tiverem sorte

Com coragem e luta, vamos vencer
o povo a respeitar e outros a lutar,
os profissionais da saúde, sem temer
Sofrem para outros, poder salvar

Daqui da vidraça da minha janela
presto a minha homenagem singela
aos que, silenciosamente são heróis
e neste escuro se fazem nossos sóis

José Carlos Moutinho
30/3/2020

Sonho improvável

Despertei hoje de um belo sonho
não daqueles utópicos de costume,
não tinha sequer cara de medonho
mas sim o aroma de um perfume

E com o sonho senti forte emoção
pois nele fiquei a saber da graça,
que o drama era uma simples ilusão
que viera sem desejar ser desgraça

José Carlos Moutinho
30/3/2020

sábado, 28 de março de 2020

Momentos de reflexão

Ruas tristes, despem-se de gente 
no ar paira o silêncio do medo, 
há uma inquietude que se sente 
que a todos assusta, sem segredo 

O sol continua com sua missão 
iluminando a tristeza do momento, 
a Primavera desconhece a razão 
para tanto descontentamento 

A vida vai-se equilibrando na sorte 
Que, para tantos se faz ausente 
nesta calamidade que leva à morte 
na infelicidade de imensa gente 

Que o Verão que vai chegando 
traga calor intenso de esperança, 
a tristeza que nos vai cercando 
precisa rapidamente de mudança 

Estas tragédias são passageiras 
todos pensamos saber e entender, 
são inimigos de todas as fronteiras 
juntos temos todos que os abater 

José Carlos Moutinho 
28/3/2020 

sexta-feira, 27 de março de 2020

Calemas

Para quem não tem possibilidade de obter o livro físico, tem a opção do digital (e-book)

https://www.amazon.com.br/dp/B085LHFWLN/ref=sr_1_1?__mk_pt_BR=%C3%85M%C3%85%C5%BD%C3%95%C3%91&keywords=9786550980177&qid=1583526967&sr=8-1

565 MONDIM DA BEIRA-4kTarouca de José Carlos Moutinho-coletânea-António ...

568 VISITA A TAROUCA-4k de José Carlos Moutinho-Coletânea António Teixei...

Turbilhão do momento

Turbilhão do momento

Queria escrever um poema
com a simplicidade da vida,
um poema que falasse, inocentemente,
das estrelas e do luar
que sempre me encantaram,
do perfume da maresia
que me aromatiza a alma,
que falasse também, das coisas boas
e dos amigos sinceros, 
até mesmo aqueles que se fingem amigos,

um poema tão singelo, como as palavras,
mas...estas escusam-se,
não sei bem se, por medo,
ou por falta de inspiração,

a verdade é que o poema esmorece
no tardio do tempo,
e resguarda-se no recanto da esperança,
ansioso de que as palavras se encham
de coragem e gritem ao mundo
que estão vivas e saudosas da poesia,

até lá, fica este esboço de poema, 
que, humildemente aguarda
que passe o turbilhão do momento

José Carlos Moutinho
27/3/2020

quinta-feira, 26 de março de 2020

Mudanças

As ruas esvaziaram-se,
o asfalto tornou-se mais negro,
a calçada mostrou todo o seu brilho
pela ausência de pés que o encobrisse,

gente que agitava a cidade
estão confinados por precaução,
porque momento é terrível e raro,

o medo é muito,
a inquietude, pavorosa,
os corações fremem,
a angústia sobrevoa o ar que se respira,

a esperança é ainda, ténue
mas jamais morrerá,
porque não será um cobarde vírus
que abalará a força humana

com a nossa precaução, 
estando comodamente em casa,
vamos vencer este miserável!

José Carlos Moutinho
26/3/2020

Bom dia, gente

Ainda que a inquietude
esteja presente nestes momentos,
temos de ser resilientes, com atitude
para tentar esquecer os tormentos,
e para quem tem arte e virtude
de criar poemas sem lamentos,
escrever sobre o que veio da longitude
é um modo de luta, com argumentos

José Carlos Moutinho
26/3/2020

quarta-feira, 25 de março de 2020

Atitude

...
Trilhamos caminhos do medo
nestes momentos de inquietude
não seremos jogados no lajedo
se isolamento for nossa atitude

José Carlos Moutinho
25/3/2020

Vulneráveis

O que somos nós, 
pobres viventes, 

se não simples passageiros 
nesta terra de dores e encantos, 
tão frágeis como suspiro 
tão arrogantes como vendaval?

Ai, se conseguíssemos parar e pensar 
um pouquinho só, em cada dia, 
entregarmo-nos à nossa insignificância 
e reflectir do que vale a pena 
para que se viva, minimamente feliz...

não...preferimos 
correr em desatino, 
buscando o improvável, 
num anseio desmedido, 
por vaidade, poder 
e protagonismo!

Somos, porém, 
tão...tanto e tão nada, 
poderosos e de fragilidade efémera, 
génios do bem e do mal, 
famosos e desconhecidos, 
presunçosos e humildes,

quem somos afinal, 
se não vulneráveis seres 
que sucumbem perante 
um invisível vírus? 

José Carlos Moutinho 
25/3/2020 

Proibido o plágio 
ao abrigo do Decreto-lei nº 63/85 
dos direitos de autor

terça-feira, 24 de março de 2020

Saudades


Reflexão minha

Na calamidade...
cala-se a arrogância
despe-se a vaidade
anula-se a presunção
une-se a humildade

se na calamidade...
fosse obrigatório 
a humanidade humanizar-se...
talvez a calamidade fosse útil,

assim, como nada se altera 
na humanidade
que desapareça a calamidade

José Carlos Moutinho
24/3/2020

Saudades

Tenho saudades 
dos parceiros tertulianos, 
dos anónimos que passam nas ruas, 
do bulício da cidade, 
e especialmente 
dos amigos que sei serem!

Tenho saudades 
daqueles que me acham arrogante, 
dos que me olham com despeito, 
daqueles que me criticam pelas minhas costas 
e especialmente 
de todos os que gostam de mim!

Tenho saudades 
da convivência com gente, 
de aspirar a maresia, à beira mar, 
do abraço apertado 
e até daquele abraço flácido, 
quase inerte! 

Tenho saudades 
das conversas amigáveis, sem vírus, 
dos sorrisos sinceros, 
das palavras de amizade 
e do tempo mais salutar que o actual 

José Carlos Moutinho 
24/3/2020

domingo, 22 de março de 2020

Tu aí

Tu que te vestes de indiferença 
perante os teus semelhantes, 

olha em tua volta, 
desperta para a realidade 
e pensa, com franqueza, 
se a tua pose bacoca 
tem algum valor 
perante a calamidade 
que nos atormenta... 

Já pensaste? 
Então desce desse teu pedestal oco, 
e entende que ninguém 
é mais que alguém 
somos todos tão frágeis, 
tão passageiros 
como o próprio vento!

Nada trouxemos, nada levaremos, 
ficarão para a eternidade 
a dignidade e as obras,
essas terá sido a importância 
da tua presença 
neste mundo de desvarios

José Carlos Moutinho 
22/3/2020

sexta-feira, 20 de março de 2020

Tempos de inquietação

Democraticamente a liberdade 
foi, provisoriamente, cerceada, 

e porque a cidade dorme 
o medo passeia-se provocador 
pelas ruas desertas 
tentando insinuar-se perante os mais frágeis 
que, resilientes enfrentam provações,

o silêncio produz um som estranho, 
que penetra insistentemente, os pensamentos 
transformando-os em onda simbiótica 
de acalmia, inquietação 
e muita esperança, 
imbuídas numa profunda fé!

E a cidade, apesar de a alvorada 
ter nascido há algum tempo, 
mantém-se em sonolência, 
só o medo continua a vaguear pelas ruas, 
agora menos desertas, 
saudosas do bulício!

Há no ar uma invisível nuvem 
de solidariedade e humanização, 
levando, certamente a muita reflexão, 
que, infelizmente, acabará, 
talvez, quando a cidade acordar 
e a desumanização retornar!

José Carlos Moutinho 
20/3/2020 

Proibido o plágio 
ao abrigo do Decreto-lei nº 63/85 
dos direitos de autor

quarta-feira, 18 de março de 2020

Quem serei?

Quem serei eu
que me encontro
em pensamentos perdidos
pelos rumores dos tempos,
serei o divagar do meu subsconsciente
ou os pensamentos que estão em desvario?...

Não sei, francamente
penso-me nos caminhos pedegrosos,
das flores sem jardim
e dos campos vazios de ilusões,
que de mim se ausentaram
e ficaram pelo caminho
do tempo que me acompanha

José Carlos Moutinho
18/3/2020

Açambarcar

O momento é triste, de reflexão
é de consciência e total civismo,
juntos salvamo-nos e à nação
individualismo é puro egoísmo

Açambarcar é doença mental
é a arrogância da ignorância,
solidariedade significa a moral
de quem entende circunstância

José Carlos Moutinho
18/3/2020

terça-feira, 17 de março de 2020

O bicho que não brinca


E é assim que a arrogância 
se curva aos pés da desgraça, 
na loucura da beligerância 
somos todos da mesma raça

Um invisível vírus miserável 
deixa o mundo atormentado, 
qualquer pessoa é vulnerável 
ante a força desse desgraçado

Ficar em casa, ter muita cautela 
é o remédio mais recomendado, 
esta praga, não é nada singela 
acaba com qualquer descuidado

Sabemos que a aflição vai passar 
assim foi ao longo dos tempos, 
mas enquanto for de acautelar 
deixemos as críticas e lamentos

10 dias tem a minha quarentena 
tento garantir-me, sou reformado, 
tranquilamente com alma serena, 
creio, em breve estará terminado

José Carlos Moutinho 
17/3/2020


Voar

Quisera agarrar as asas do vento,
E voar....
Sem destino,
Atravessar nuvens,
Cruzar por astros e estrelas,
Chegar ao Além...mais além.
Quisera deixar de ser físico,
E transformar-me em espírito.
Deixar para trás desilusões,
Emoções vividas,
E voar... voar,
Livre.
Quisera esquecer
As nuvens negras da tristeza,
E voar, sem destino,
Em busca do nada
Talvez...
Felicidade.


José Carlos Moutinho
In "Cais da Alma"

sexta-feira, 13 de março de 2020

Os do contra

Ser do contra é apanágio
do português, do maldizer,
deseja passar o contágio
de certa doença com prazer

O governo é incompetente,
e o SNS 24 não funciona,
são uma praga descontente
que a frustração sanciona

Para alguns nada está bem,
mesmo que falhas poucas,
nada reconhecem também
a tudo fazem orelhas moucas

Haja decoro, veja-se o valor
da acção dos responsáveis
que trabalham com tal fulgor
são, francamente louváveis2

José Carlos Moutinho
13/3/2020

quinta-feira, 12 de março de 2020

Estou em casa


E voluntariamente fiquei em casa 
não saio à rua, mas vejo o sol, 
e vejo uma gaivota a bater asa 
e no jardim, um lindo caracol

Não quero esse maldito corona 
nem a cerveja do mesmo nome, 
sei que já não posso ir a Roma 
mas livro-me deste síndrome 

Só nos faltava este maldito bicho 
já nos bastava o salário de fome, 
até dispensávamos este reboliço 
temos o Fisco que nunca dorme 

José Carlos Moutinho 
12/3/2020



quarta-feira, 11 de março de 2020

Voltar a ser menino

Queria voltar a ser menino,
só para tornar a ser mimado
nos braços da minha mãe,
para podermos recompensarmo-nos
dos abraços que não demos,
e dizer-lhe o que, talvez,
nunca tenha dito:
*Amo-te, mãe*

--o meu tempo era fugidio,
e a minha mãe seria eterna--,
mas... o meu tempo cansou-se
e a minha mãe partiu!

Ficou a saudade daqueles braços,
dos seus olhares ternurentos
e dos beijos carinhosos
porém, clara e matizada em mim
ficou a imagem da minha mãe!

Nada é, pois, eterno,
nem a minha mãe
nem o meu tempo que fugia de mim
e se escusava ao afecto
que poderia ser dado no outro dia…

outro dia… que nunca mais chegou,
o abraço e o beijo
que não foram dados,
estão guardados na minha memória,
para um dia, quiçá,
poderem vir a ser dados...

José Carlos Moutinho
3/3/2020

terça-feira, 10 de março de 2020

Voltar a ser menino

Palavras vazias

Se eu soubesse escrever, 
criaria com as palavras um mundo 
onde só coubesse a sinceridade,

inventaria um império de emoções 
onde os sentimentos 
não fossem utopia, 

talvez até, com as palavras, 
pudesse imaginar um mar 
feito de ondas de verdade 
e de marés de dignidade,

mas como não sei escrever, 
nem as palavras me obedecem, 
tenho de viver neste mundo 
de palavras vazias

José Carlos Moutinho 
10/3/2020

domingo, 8 de março de 2020

Ser Mulher



Ser mulher 
é sofrer silenciosamente, 
amar apesar de ser maltratada, 
calar a revolta da dor sofrida, 
lutar como leoa, perante a adversidade 
para sustentar os seus filhos! 

Ser mulher 
é suportar a dor ao parir 
o fruto, desejado e amado, do amor 
ou gemer a dor do parto 
do fruto amado, não pensado, 
do amor violentado! 

Ser mulher 
é amar incondicionalmente os filhos, 
que, por vezes, correspondem com 
ódio e pagam o amor de mãe 
com a sua morte, 
é esconder perante a sociedade 
a delinquência das suas crias, 
engolindo a dor atroz 
que lhe corrói o peito! 

Ser mulher 
É tanto, mas tanto que é tão difícil 
definir neste simples poema, 
mas…ser mulher 
é paixão, amor, encanto, elegância, 
beleza, não só física, 
mas também mental, apesar de, quantas vezes, 
demonstrar tamanha perversidade, 
numa ambiguidade estranha! 

Porém, ser mulher 
é mar onde navegam paixões 
ar que respira e faz suspirar 
fogo que faz explodir desejos 
terra onde finca os pés da resiliência 
é ser dominadora com seu carácter altivo 
ou simplesmente, 
exibindo a sua feminilidade e charme! 

Ser mulher 
É ser filha, mãe, esposa e avó 
é a força que procria 
e dá continuidade à existência humana, 
companheira insubstituível do homem 
quando a idade vai esmorecendo 
pela voracidade do tempo! 

Ser mulher é ser tudo 
de bom e de mau, 
de belo e menos belo 
de encantos e desencantos 
de amores e desamores, 
porque ser mulher é exactamente 
SER MULHER, 
Sem a qual, 
não haveria a espécie humana. 

José Carlos Moutinho

Calemas e-nook

Quem estiver interessado em ler o meu livro de poemas CALEMAS, com nova capa e em formato e-book, editado no Brasil, aqui fica o link

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sábado, 7 de março de 2020

Quadras soltas

levo-me no tempo que me sorri
caminhando sob o sol cintilante,
se acaso eu não estivesse aqui
certamente estaria bem distante

pode ser um disparate tal coisa
mas é a confirmação da razão,
pois onde o pensamento poisa
não há motivo para discussão

José Carlos Moutinho
7/3/2020

sexta-feira, 6 de março de 2020

Plantadores de vaidades



Perco-me no labirinto 
da seara de vaidades, 
cujos frutos, parecem deteriorados, 
não sei se pelo tempo 
que lhes secou as propriedades, 
se pela inexperiência dos plantadores! 

Por onde passo, 
vejo caules ressequidos 
vergados ao peso da sua fragilidade 
e carcomidos por insuficiente adubo, 
talvez por ignorância do lavrador 
que se achava sabedor de tudo, 
e não aceitou conselhos de outros 
para que evitasse a perda da colheita 
e a sua depreciação! 

Agora com quase toda a seara perdida, 
resta-lhe vestir o traje da humildade, 
olhar as searas dos vizinhos, 
aconselhar-se do melhor processo de plantação 
e claro, da sua qualidade, 
obterá, certamente, melhores resultados 
e terá, claramente, aceitação favorável 
aos seus produtos. 

José Carlos Moutinho 
1/3/2020

quinta-feira, 5 de março de 2020

...

Nos intervalos do tempo
o horizonte eu contemplo,
pela linha entre o céu e o mar
sei que por cá, não vou ficar

jcm

Se o poeta morrer

603 SOBRALINHO (V. F. Xira) 4k de José Carlos Moutinho-Coletânea António...

Se o poeta morrer

Se um dia o poeta morrer
certamente o mundo muito perderá,
deixará de ter o encanto da utopia,
não mais será perfumado 
pelos oásis da fantasia
nem navegará nas ondas do luar,

ai, se o poeta morrer,
jamais terá o prazer 
das marés dos inóspitos desertos,
nem das areias douradas do sol,
jamais sentirá a visão do improvável
nem poderá abraçar as ilusões,

se o poeta morrer,
ai, se o poeta morrer...
talvez uma parte do mundo 
morra com ele
de tanta saudade.

José Carlos Moutinho
5/3/2020

quarta-feira, 4 de março de 2020

Sou a acalmia

Estou aqui, serenamente
porque já estive ali, inquietamente,
agora já não corro tanto
porque já corri demasiadamente depressa,
sou a acalmia das palavras que escrevo
porque já as escrevi com exacerbada emoção,
resta-me a alegria de saber-me lido
e o prazer de ter um amigo/a em cada leitor, 
pois, as minhas palavras contêm um pouco de mim,
onde a minha humildade se expõe 
e a minha verdade não se esconde

José Carlos Moutinho
4/3/2020

terça-feira, 3 de março de 2020

Diz-me

Fala-me tu, amiga, da poesia,
o que sabes para me ensinar,
diz-me das palavras vadias
que se fazem sentimentos,
e das marés agitadas pelas emoções
e dos luares apaziguadores
e dos entardeceres de acalmia,
fala-me de tudo, amiga
mostra-me como escrever um poema
e eu deixar-me-ei embalar 
nas tuas palavras

José Carlos Moutinho
3/3/2020

Não...

...
Por favor não apagues o sol

no espreguiçar da tarde
nem ofusques o luar
quando a noite chegar,
só tu sairás perdedora
deixando de te beneficiares 
dos privilégios dessas luzes

jcm
3.3.2020

Já não sei

Longa viagem

Dança no Tempo

Não são minhas

Sei que todas as palavras 
não são minhas, 
mas sei, também, que estas, 
que aqui apresento, 
são absolutamente de mais ninguém 
ao se tornarem submissas à minha vontade 
transformando-se em servas obedientes 
perante este texto, 
que se soltou da minha inspiração 
e se aliou à beleza das suas cores!

Então, as tais palavras 
que não eram minhas 
tornaram-se com toda a propriedade 
da sua importância 
companheiras das minhas ilusões 
e divulgadoras do meu sentir 
através dos versos e das prosas, 
que juntos, vamos plantando 
no jardim das utopias 
e que deverão, quiçá, 
perpetuarem-se 
através das flores coloridas 
do porvir.

José Carlos Moutinho 
28/2/2020 

segunda-feira, 2 de março de 2020

Corona

Já tem ares de paranóia

tanto se falar do corona
será que precisamos de bóia
p'ra acudir a gente chorona?

São tantas as partilhas
para que se lave as mãos,
parecem verdadeiras cartilhas
para assustarem os cristãos

A gripe que por cá passou
foi certamente bem pior
pois com tantas vidas acabou,
não tenhamos, pois, tanto temor

Quem ganha com tudo isto
são os meios de comunicação,
valha-nos Senhor Jesus Cristo,
que nos livre de tanta informação

Não aguento mais ver Televisão
só falam de futebol e do covid-19,
sinto-me confuso, com emoção
pelo pânico que tudo isto promove

2/3/2020

domingo, 1 de março de 2020

Sentimentos

Divagar

Se o meu olhar chegasse lá
onde se esconde o horizonte,
talvez eu descobrisse por cá
para onde vai a água da fonte,
ouviria, quiçá, cantar o sabiá
saber de tudo o que desponte
nos longos caminhos do oxalá
depois, serenar no topo do monte


José Carlos Moutinho
1/3/2020

Hoje


Hoje...porquê hoje,
não sei!
Só sei que me apetece gritar bem alto
palavras de amor, em forma de pétalas,
levadas pelo vento dos meus sorrisos,
por caminhos a descobrir
Talvez encontrem a musa dos meus sonhos
inebriada pelo perfume das pétalas
que do meu coração se fizeram palavras!

Hoje...porquê hoje,
não sei!
Só sei que a minha alma canta alegria
na ânsia de encontrar a minha amada,
Elevo o pensamento pelo infinito do meu sentir,
ouço murmúrios suaves em aromas de maresia
voz doce, quente e melodiosa,
talvez de sereia ou da musa que me inspira,
Deleito-me acariciado pela ilusão
da imagem de mulher ou talvez sereia
que me envia o seu amor, pelo mar
abraçado a cristais do sol,
que beija as águas do meu desejo!

E hoje... não sei porquê hoje!
Só sei que as saudades da minha amada
apertam-me tanto o coração,
que me fazem viajar por quimeras
em metáforas de paixão.

In "Calmas Margens"

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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