segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Para ti, que me lês





Sou servo das palavras
que se aconchegam no alvo papel
inerte sobre a mesa!

São letras após letras
embaladas por enredo coreográfico
de emoções e desejos,
que dançam docemente em estrofes
vestidas de pétalas de versos,
em ritmo de metáforas
abraçadas a afectuosas rimas,
ou no livre rodopiar
pela pista do poema inventado!

…E as palavras que se escusavam
tornam-se atrevidas,
sorrindo em ousada volúpia
e acariciadas pelas minhas mãos,
deixam-se inebriar por perfume de êxtase!

Já não são minhas estas palavras
que de mim se soltaram rebeldes
e se entregaram a ti…

Sim….
Tu que agora me lês,
escuta aquelas letras
emaranhadas em poesia
pois elas são tuas…

Faz delas o teu sentir
serão tudo que tu quiseres…
podem ser o desabafo da tua alma
ou a ânsia de um amor desejado,
mas jamais serão minhas…
Perdia-as exactamente no instante
em que fizeste delas o teu querer
e pensaste teu, este poema
criado especialmente para ti.

José Carlos Moutinho

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Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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