Sou servo das palavras
que se aconchegam no alvo
papel
inerte sobre a mesa!
São letras após letras
embaladas por enredo
coreográfico
de emoções e desejos,
que dançam docemente em
estrofes
vestidas de pétalas de
versos,
em ritmo de metáforas
abraçadas a afectuosas rimas,
ou no livre rodopiar
pela pista do poema
inventado!
…E as palavras que se
escusavam
tornam-se atrevidas,
sorrindo em ousada volúpia
e acariciadas pelas minhas
mãos,
deixam-se inebriar por
perfume de êxtase!
Já não são minhas estas
palavras
que de mim se soltaram
rebeldes
e se entregaram a ti…
Sim….
Tu que agora me lês,
escuta aquelas letras
emaranhadas em poesia
pois elas são tuas…
Faz delas o teu sentir
serão tudo que tu quiseres…
podem ser o desabafo da tua
alma
ou a ânsia de um amor
desejado,
mas jamais serão minhas…
Perdia-as exactamente no
instante
em que fizeste delas o teu
querer
e pensaste teu, este poema
criado especialmente para
ti.
José Carlos Moutinho
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