domingo, 22 de janeiro de 2012

Desabafos D’Alma



Deixo-me levar nestes pensamentos,
De folhas soltas, esvoaçadas no vento
Da tua imagem!

São borboletas de emoções,
Saltitando em galáxias de ilusões,
Que se confundem em frustrada paixão!

O sol que me envolve,
Em silenciosa doçura
Num abraço de calada ternura,
Imaginado em braços invisíveis,
Aconchega-me o meu perturbado sentir!

Invento-me na lonjura de um tempo,
Que voltará profícuo de ti,
Ainda que dunas de desalentos,
Feitas muralhas,
Neste oásis do meu querer,
Tentem impedir-me de te respirar!

És o lago onde mergulho
E afogo as minhas mágoas!

És o vento que me seca as lágrimas!

És o corpo do mar em que me deito,
Nas ondas onde te sonho,
Pela carícia da espuma que me beija.

José Carlos Moutinho

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Aquieto os pensamentos



Vagueiam-me os pensamentos, pelos minutos
Deste tempo, que foge ao meu controle,
No desalinho de vivências desatinadas
E que a memória teima em não esquecer!

Tentam as suaves brisas, soprar bonanças,
Sossegando tempestades, de emoções perturbadas,
Arrastadas por vendavais de sofridas dores!

E na acalmia desta brisa que me abraça,
Entro numa espiral de um sentir relaxante;
Invento paixões escondidas nos astros,
Ilumino a alma com o cintilar das estrelas,
Deixo entrar em mim, os sons impercetíveis
Das aves, que me voam, protetoras!

Ecoa no meu peito o grito de liberdade,
Que abre as amarras das minhas vontades, por realizar
E dos meus sonhos jamais concretizados!

Deixo-me envolver nesta utopia,
Que me prende ao desejo quimérico;
Aquieto os pensamentos,
Sossego a memória,
Esmoreço o corpo,
Saio de mim...
Voo livre, enfim!

José Carlos Moutinho

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Esperança...de nada



E tantos eram, que desequilibrados,
Caminhavam descalços, por estradas esburacadas,
Frias de morte, que lhes trespassava a alma,
Na dor despida de agasalho!
Porém, nos seus corações,
Jamais esmorecia a esperança,
Palavra de alma sentida,
Tão raramente conseguida!
Nos rios que transbordavam
E alagavam os seus campos ressequidos,
Pelas intempéries da miséria,
Na esperança da fertilização,
Em futuras plantações;
Esperança desiludida,
Nos caudais impetuosos,
Que tudo arrasavam!
E da esperança,
Do produto brotado da terra,
Resta-lhes somente lama e desespero,
Do desconforto,
Em corpos desnutridos!
E seguem, de almas feridas,
Corações sofridos,
Pés descalços,
Estômagos vazios,
Caminhando em busca da esperança,
Filosófica e mítica palavra,
De Esperança...
De nada.

José Carlos Moutinho

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

A ti, mulher...


Quando te vejo, pula-me o coração,
Na louca vontade de te abraçar,
Será desatino ou doce paixão,
Ou talvez seja o meu modo de te amar.

Quisera ter-te em meus braços,
Sentir o calor do teu corpo,
Aconchegar-me nos teus abraços
E deixar-me assim, totalmente absorto.

Beijar os teus lábios vermelhos,
Doce sensação que muito anseio,
Quero seguir os teus conselhos,
Que me deixam em total devaneio.

Vem, entrega-te, deixa-me te amar
Funde o teu corpo no meu,
Deixemos esta paixão nos levar,
Na infinita volúpia pelo Céu.

José Carlos Moutinho

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Chamada do vento




Lá fora, sibila aflitivo o vento,
Como se chamasse por alguém,
Era um som triste
E simultaneamente lânguido;
De Alma perdida no vazio,
Em busca do amor que partira!
Arrepia-me,
Provoca-me forte ansiedade
E inconscientemente, deixo-me levar
Pelo vento de angústia desconhecida;
Os meus pensamentos amorfos,
Vagueiam-me pelo corpo desfalecido,
Numa letargia que me domina;   
Sinto-me levitar...
O meu corpo permanece estático,
Vejo-me, sorrindo-me...
Inefável situação que me seduz!
Cintilam raios luminosos,
O azul do céu é fantástico, inigualável,
Talvez seja o paraíso eterno
E vislumbro, bela, lá no horizonte,
Entre duas estrelas,
Uma mulher fascinante...
Será ela, que me chama pelo vento?

José Carlos Moutinho

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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