sábado, 11 de dezembro de 2010

Outro tempo


Vou pisando as pedras da calçada,
Pensativo
Neste tempo de invernia;
As folhas voam
Batendo em meu rosto,
Fazendo-me recordar
Coisas de outros tempos...
Lembro-me daquela mulher,
De rosto suave
E cabelos longos ao vento,
Que deslizavam
Por entre os meus dedos,
Numa manifestação de carinho
E êxtase.
Lembro-me do seu beijo,
Quente, forte
De grande intensidade;
Seu abraço, profundo
De total partilha
E paixão.

O luar era mais intenso
O sol aquecia a alma
Com mais profusão
Era outro tempo
Que jamais voltará.

J.C.Moutinho

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Sonhos


Ladeado pelas árvores da ilusão,
Caminho pela estrada da vida,
Envolvo-me nas sombras dos meus desvarios,
Perco-me na beleza do teu rosto.

Meus desejos voam com os meus sonhos,
Sinto em mim a doçura do teu beijo.

Que a primavera seja célere
E que alguma brisa passageira,
Traga todas as cores
Do encantamento
Da sedução e do viver.

Que a neve que agora se faz presente,
Com o calor do sol,
Se torne macio algodão,
E nos acaricie no mais profundo
Da nossa alma.

Nossos segredos serão divididos,
Emoções revividas,
Sentirei novamente
A doçura de teus lábios,
O brilho de teu olhar
E a ternura do teu abraço.

Gostaria de ter hoje o teu ontem.

J.C.Moutinho

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

As palavras



Quisera ter o dom dos poetas
E dos escribas,
Fazer as palavras fluírem,
Deslizarem para o papel branco
Gravando o que me vai na alma.

Palavras que têm a capacidade
De serem boas e más;
Positivas
E negativas;
Palavras que falam de amor
E ódio;
De paixões
E desilusões;
As palavras anunciam
Boas novas
E tristezas;
As palavras podem voar,
Rastejar...
E são sempre dignas;
As palavras condenam
E absolvem;
São ríspidas e doces;
Nunca ninguém
Se zanga com as palavras,
Porque sem elas
Haveria a zanga;
É com as palavras
Que declaramos o amor
E a raiva...
Mas as palavras...
Essas, serão sempre inocentes.
Jamais quero perder a sua presença.

J.C.Moutinho

A vida



Neste mar da tranquilidade
Alheio a tormentas de outros mares,
Quero ter a serenidade
Correr todos os lugares.


Um abraço, um sorriso sincero
Ver a beleza das cores,
Desta vida é o que eu quero
Sentir o perfume das flores.


Cantar,sentir do sol o calor
A vida pujante de alegria,
Amar o próximo, sem temor
Vivermos todos em harmonia.


Viver um dia em cada dia
Sem atropelos, mas com vigor,
Tudo é efémero, diz a profecia
Sejamos pródigos em amor.


J.C.Moutinho

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Tempo que voa

Passam por mim
Antes lentos, agora céleres
Os dias, os meses, os anos
É uma loucura
A velocidade temporal;

Jovem, ansiava por ser mais velho
Agora quero ser  mais jovem...
Contra senso paradoxal,
Descontentamento humano;

Os Invernos mais rigorosos,
Comentamos...

Será certamente,
Porque estamos mais conscientes...
Sentimos o frio
Da esperança de vida,
A aproximação do final
De nossos sonhos,
Nossas lutas,
Nossos encontros
E desencontros
Na vida...

Caminhamos para a eternidade.

J.C.Moutinho

Lirios do campo

Como os lirios do verde campo,
Tens a beleza encantadora,
De um sonho...
Sonho que me faz sentir-te.
As flores exalam teu perfume
E teu sorriso tem as suas cores;
O leve ondular ao vento
de suas pétalas...
Tal elegância de teu andar.
Recebo teu abraço.
Quando contemplo o campo extenso;
És a força do meu sentir,
A ilusão de meu pensar;
És uma mão cheia de tudo
E de nada....
És ausente,
Só o pensamento está  presente;
Tua alma distante,
Como nuvem vagabunda;
Só me resta olhar os lirios
Deste verde campo,
Imenso de saudade
e sonhar.

J.C.Moutinho

sábado, 4 de dezembro de 2010

Pânico

Espaços fechados,
Como casulos sem ar;
Multidão,
Aflição descontrolada ;
Formigueiro que vem,
Como uma brisa fria
Que arrepia;
Gelados suores que atormentam,
Postam-nos como seres sem vontade,
Sensação de morte iminente;
Mente transtornada,
Alma que se esvai,
Forças fraquejadas
Pela incapacidade de reagir;
Sufoca-se,
Boca que seca,
Numa angustia delirante,
Deixamos de existir...
Morte que espreita,
Sem conseguirmos ludibria-la;
Aterrorizador,
Indescritível,
Fobia do pânico
Ou pânico da fobia
Mal psíquico
Que felizmente,
Tem fim


J.C.Moutinho

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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