quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Esperança...de nada



E tantos eram, que desequilibrados,
Caminhavam descalços, por estradas esburacadas,
Frias de morte, que lhes trespassava a alma,
Na dor despida de agasalho!
Porém, nos seus corações,
Jamais esmorecia a esperança,
Palavra de alma sentida,
Tão raramente conseguida!
Nos rios que transbordavam
E alagavam os seus campos ressequidos,
Pelas intempéries da miséria,
Na esperança da fertilização,
Em futuras plantações;
Esperança desiludida,
Nos caudais impetuosos,
Que tudo arrasavam!
E da esperança,
Do produto brotado da terra,
Resta-lhes somente lama e desespero,
Do desconforto,
Em corpos desnutridos!
E seguem, de almas feridas,
Corações sofridos,
Pés descalços,
Estômagos vazios,
Caminhando em busca da esperança,
Filosófica e mítica palavra,
De Esperança...
De nada.

José Carlos Moutinho

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

A ti, mulher...


Quando te vejo, pula-me o coração,
Na louca vontade de te abraçar,
Será desatino ou doce paixão,
Ou talvez seja o meu modo de te amar.

Quisera ter-te em meus braços,
Sentir o calor do teu corpo,
Aconchegar-me nos teus abraços
E deixar-me assim, totalmente absorto.

Beijar os teus lábios vermelhos,
Doce sensação que muito anseio,
Quero seguir os teus conselhos,
Que me deixam em total devaneio.

Vem, entrega-te, deixa-me te amar
Funde o teu corpo no meu,
Deixemos esta paixão nos levar,
Na infinita volúpia pelo Céu.

José Carlos Moutinho

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Chamada do vento




Lá fora, sibila aflitivo o vento,
Como se chamasse por alguém,
Era um som triste
E simultaneamente lânguido;
De Alma perdida no vazio,
Em busca do amor que partira!
Arrepia-me,
Provoca-me forte ansiedade
E inconscientemente, deixo-me levar
Pelo vento de angústia desconhecida;
Os meus pensamentos amorfos,
Vagueiam-me pelo corpo desfalecido,
Numa letargia que me domina;   
Sinto-me levitar...
O meu corpo permanece estático,
Vejo-me, sorrindo-me...
Inefável situação que me seduz!
Cintilam raios luminosos,
O azul do céu é fantástico, inigualável,
Talvez seja o paraíso eterno
E vislumbro, bela, lá no horizonte,
Entre duas estrelas,
Uma mulher fascinante...
Será ela, que me chama pelo vento?

José Carlos Moutinho

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

A paz do poeta



As palavras soltam-se,
Deslizando na ponta da pena,
Definindo emoções e sentimentos,
Podem tornar-se acutilantes ou doces!
As palavras transcrevem a alma do poeta
Que deixa espelhar os seus momentos;
As palavras podem ser agrestes e terríveis
Na inquietude do poeta;
Adquirem toda a beleza do ânimo
Se este está feliz!
É nesta conjugação de estados de alma,
Que amor e paixão assumem lugar de destaque!

A paz está com o poeta,
Se as palavras sorriem…
E ele voa nas asas da ilusão;
Quando os seus sonhos acariciam as palavras
Que beijam o papel,
Num frémito de prazer
E o fazem esquecer a escuridão
Das noites de angústia,
Para ser iluminado pela aurora das emoções!

Aí sim, o poeta está em paz,
Porque a sua alma sensível está bem!


José Carlos Moutinho

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Quero-te



Quero sentir o teu beijo,
Que me pedes suave, devagarinho,
Ter o gosto da tua boca na minha;
Sentir a tremura do teu peito,
Que se aperta no meu!
Relaxo ao toque da tua mão, que me acaricia,
Enquanto nossas línguas se digladiam
Num mistério extasiado de prazer;
Quero ter-te apertada em mim,
Emoção tantas vezes sentida
E sempre loucamente desejada!
Quero entrar em ti,
Seres corpo do meu corpo,
Quero-te como minha rainha
E eu o teu escravo deliciado com a volúpia,
Que me proporcionas docemente!
Quero escutar os teus gemidos roucos de desejo,
Adormecer no teu sonho
E acordar na doce emoção da paixão.

José Carlos Moutinho

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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