terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Futuro que se faz próximo




Pelos descampados do meu querer,
Encontro flores campestres,
Que se aninham a meus pés,
Nos momentos de solidão,
E que me alentam para a vida,
Os seus perfumes, como essências raras,
Têm o encanto do despertar,
Das longas noites de melancolia,
Onde a nostalgia me toma!

Quando a alvorada se faz sentir,
Nos raios que penetram o meu ser,
Surge a saudade de instantes idos,
Suavizada pelos momentos presentes
E revigorada nos anseios,
Dos tempos que virão,
No futuro que se faz próximo,
Pela correnteza deste rio do tempo,
De caudal veloz,
Que tudo leva e nada deixa,
Tão somente as recordações,
Para os que ficaram,
Transmitirem aos que hão-de chegar.

José Carlos Moutinho

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Eu era a tua âncora




Sempre que o sol esmorece no despertar da lua,
Surges-me em todo o esplendor,
Sinto o sussurrar das tuas palavras de amor,
Na brisa que me desliza pelo rosto
E pelo perfume que me inebria
Do teu corpo quente,
Esguio, de contornos delicados
E geometricamente desenhados,
Por onde tantas vezes eu naveguei,
Na segurança dos teus braços,
Velas do meu sentir
E ancorei, no descanso,
Que a nossa sofreguidão causava
Nas arrebatadas tempestades,
Dos nossos momentos de fantasia;
Os teus pés, como amarras,
 Prendiam-me ao teu porto,
Do meu abrigo,
Fazendo-me âncora
Que te afundava no mar do prazer
E relaxamento.

José Carlos Moutinho

sábado, 18 de fevereiro de 2012

És o meu porto de Abrigo




Invento-te nas horas que virão
Deste meu tempo esmorecido,
Nos caminhos de amarga ilusão;
Que sejas meu porto de abrigo!

Encosto-te no meu peito dorido
Por dores de saudade pertinente,
Quero o passado esquecido
E viver com amor para sempre!

Sem ti, mulher doce e amada
A minha vida não tem sentido,
Iremos juntos nesta estrada...

Jamais me sentirei esmorecido,
Estarás comigo na alvorada
De cada momento nosso vivido!

José Carlos Moutinho

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

No cheiro da maresia




Inalo-te na lembrança do teu cheiro maresia,
Nas ondas do prazer do mar de devaneios,
Onde tu, menina te fizeste mulher!
Extasiava -me o roçar dos meus lábios,
Pela tua pele morena que o sol beijava!
O agridoce do sal do teu beijo,
Emudecia-me no despertar do desejo,
Em sensações desatinadas!
Ai menina-mulher morena,
Que saudades do teu abraço,
Torpor de mim, nas minhas emoções,
Quando o relevo do teu corpo,
Em túrgidos apelos,
Se acoplava no meu
E eu e tu esmorecíamos,
Na doce perda da razão, dos sentidos exaltados
Pelos movimentos levados à lassidão,
Na volúpia do nosso ser.

José Carlos Moutinho

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Viajando pelo sonho




Dispo-me dos fragmentos dolorosos da vida,
Abraço-me aos instantes feitos sonhos
E deixo-me levar nas ondas de um novo sentir;
Esqueço a escuridão de nuvens passageiras,
O sol que desponta em aurora luminosa,
Afaga-me o coração,
Acalentando-o do frio de invernos passados!
Olho o firmamento
E numa ilusão quimérica,
Sinto-me com uma pena
Que voa livre, indomável e sem destino!
Sigo o ritmo das marés solares,
Penetro em mares estelares,
Mergulho na suavidade das águas voláteis,
Descanso serenamente nas rochas lunares!
Reparo num ponto infinito,
Insignificante que vislumbro lá longe,
Quiçá seja a Terra que me chama,
Recuso-me retornar,
Não quero voltar ao desassossego da alma,
Muito menos às dores do corpo,
Nem tampouco aos dissabores
Que nos causam os humanos!
Semicerro os olhos,
O Luar envolve-me,
Suspiro...
Toco com os meus pés
O chão da Terra!
Despertou-se o sonho.

José Carlos Moutinho

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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