segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Eu era a tua âncora




Sempre que o sol esmorece no despertar da lua,
Surges-me em todo o esplendor,
Sinto o sussurrar das tuas palavras de amor,
Na brisa que me desliza pelo rosto
E pelo perfume que me inebria
Do teu corpo quente,
Esguio, de contornos delicados
E geometricamente desenhados,
Por onde tantas vezes eu naveguei,
Na segurança dos teus braços,
Velas do meu sentir
E ancorei, no descanso,
Que a nossa sofreguidão causava
Nas arrebatadas tempestades,
Dos nossos momentos de fantasia;
Os teus pés, como amarras,
 Prendiam-me ao teu porto,
Do meu abrigo,
Fazendo-me âncora
Que te afundava no mar do prazer
E relaxamento.

José Carlos Moutinho

sábado, 18 de fevereiro de 2012

És o meu porto de Abrigo




Invento-te nas horas que virão
Deste meu tempo esmorecido,
Nos caminhos de amarga ilusão;
Que sejas meu porto de abrigo!

Encosto-te no meu peito dorido
Por dores de saudade pertinente,
Quero o passado esquecido
E viver com amor para sempre!

Sem ti, mulher doce e amada
A minha vida não tem sentido,
Iremos juntos nesta estrada...

Jamais me sentirei esmorecido,
Estarás comigo na alvorada
De cada momento nosso vivido!

José Carlos Moutinho

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

No cheiro da maresia




Inalo-te na lembrança do teu cheiro maresia,
Nas ondas do prazer do mar de devaneios,
Onde tu, menina te fizeste mulher!
Extasiava -me o roçar dos meus lábios,
Pela tua pele morena que o sol beijava!
O agridoce do sal do teu beijo,
Emudecia-me no despertar do desejo,
Em sensações desatinadas!
Ai menina-mulher morena,
Que saudades do teu abraço,
Torpor de mim, nas minhas emoções,
Quando o relevo do teu corpo,
Em túrgidos apelos,
Se acoplava no meu
E eu e tu esmorecíamos,
Na doce perda da razão, dos sentidos exaltados
Pelos movimentos levados à lassidão,
Na volúpia do nosso ser.

José Carlos Moutinho

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Viajando pelo sonho




Dispo-me dos fragmentos dolorosos da vida,
Abraço-me aos instantes feitos sonhos
E deixo-me levar nas ondas de um novo sentir;
Esqueço a escuridão de nuvens passageiras,
O sol que desponta em aurora luminosa,
Afaga-me o coração,
Acalentando-o do frio de invernos passados!
Olho o firmamento
E numa ilusão quimérica,
Sinto-me com uma pena
Que voa livre, indomável e sem destino!
Sigo o ritmo das marés solares,
Penetro em mares estelares,
Mergulho na suavidade das águas voláteis,
Descanso serenamente nas rochas lunares!
Reparo num ponto infinito,
Insignificante que vislumbro lá longe,
Quiçá seja a Terra que me chama,
Recuso-me retornar,
Não quero voltar ao desassossego da alma,
Muito menos às dores do corpo,
Nem tampouco aos dissabores
Que nos causam os humanos!
Semicerro os olhos,
O Luar envolve-me,
Suspiro...
Toco com os meus pés
O chão da Terra!
Despertou-se o sonho.

José Carlos Moutinho

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Ama-te




Porque teimas em não olhar as flores do campo
E não absorver o ar perfumado das suas pétalas?
Porque insistes em não querer sentir o prazer,
Deste sol que te inunda a alma de luz
E te fechas na obscuridade da tristeza?

Quando caminhas,
O teu olhar de aço,
Fere o chão duro que pisas!
Olha em tua volta,
Repara nos sorrisos
Que te querem beijar,
Abre o coração,
Deixa fluir o amor que te partilham!

Não permitas que as noites de melancolia,
Te transformem num ser amorfo,
Recebe carinhosamente
O Luar que te abraça!

Aspira o ar que te dará forças,
Com o carinho do sentir,
Pelas emoções da vida,
Verás como serás outra pessoa,
Se gostares mais de ti;
Ama-te, que amarás os outros,
Não percas mais tempo,
Neste tempo que se esvai.

José Carlos Moutinho

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Angola saudosa





Angola...
Terra quente, de chão vermelho
Como o sangue da vida,
Onde proliferam cores candentes,
De corações alegres
E almas ardentes!
Flora de deslumbrantes miragens,
Fauna de pujante riqueza!
Ah...Angola de tantos encantos,
Que se perdem nas planícies do tempo
E se reencontram nas montanhas,
Sob mantos de luar!
Angola...
Terra que vibra a cada instante,
No nascer da alvorada,
De sol escaldante...
Que nos sorri, em cada momento do nosso sentir!
Angola, país de tantos dialetos e contrastes,
De um povo forte, de místicas crenças!
Angola, filha da Mãe África,
Transbordante de saberes e feitiços,
De extensões que se perdem no infinito,
Das ilusões que se inventam misteriosas,
Nas noites de batuques,
Despertadas nas madrugadas,
De Acácias em flor,
Inebriadas pelos cheiros raros,
Desta Angola amada,
Incrustada, paradoxalmente
Numa África bela e sacrificada.

José Carlos Moutinho

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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