segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Este mundo de nadas





Tanto se corre por este mundo de nadas,
onde se choram tantas agruras calcinadas
em jardins de soluços e dores plantadas,
sob os mantos de céus de cores choradas.

Quando podiam simplesmente ver o belo,
que nos rodeia em cada raiar da alvorada,
porém preferem o enredo ao singelo,
assim levam a vida em triste toada.

No final da existência mentes mudarão,
arrependimentos nascem tardiamente,
porque o que foi feito não mais terá perdão

Mas entre o bom e o mau existe razão,
que algumas almas terão sempre presente,
procedendo com a bondade no coração!

José Carlos Moutinho

sábado, 1 de dezembro de 2012

Música de Orfeu





O crepúsculo indolente, traz-me o sossego,
perdido nas horas esvaídas da tarde!
O silêncio que faz da penumbra, noite
engalanada por delicados cetins de luar,
sorri-me na carícia da brisa!

Abraço-me a devaneios que me tomam o pensamento,
no marulhar do mar verde das recordações,
que eu contemplo e me suspira maresia,
nas vagas com sorrisos de espuma,
que se espreguiçam 
nas areias da minha memória !

Sob o manto protetor e suave do luar,
esqueço o tempo, que me cerceia o meu tempo,
não sei que mundo é este,
ignoro malícias de gentes inventadas,
desconheço as realidades conspiradas,
sou somente a ilusão de mim mesmo!

Sonhei, embalado pela música de Orfeu...

José Carlos Moutinho

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Alucinações





Os meus caminhos são pensamentos levados,
pelos ventos das ilusões perdidas nas noites,
de vendavais nascidos em anseios de emoções,
pelos turbilhões das tardes  de brisas cansadas.

Nesta quietude onde nascem atalhos,
embrenho-me pelas margens de flores secas,
caídas no remanso do Outono que me acompanha,
faço das minhas memórias mantos de retalhos,
guardados em mim, pelo chão das charnecas,
que irei soltar lá no cume distante da montanha.

No topo desta minha extenuante subida às alturas,
liberto-me das amarras que me prendem suspiros,
grito aos ventos que levem as minhas tristes agruras,
perpetuarei a minha liberdade em folhas de papiros.

E as minhas ilusões serão realidades
criadas pelo meu sentir,
cantadas pela voz do meu coração,
que da minha alma se fazem melodias.

José Carlos Moutinho

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Repicar de sinos





Lá longe ouve-se o repicar dos sinos,
em chamativo apelo aos viventes,
deste mundo de desfalecidos,
pela partida de mais um ser cansado,
que o Destino levou para outro mundo!

Alheios a esta mutação da vida,
pelo tempo e espaço  desalinhados,
cantam os pássaros melodias de amor!
As flores sorriem nas suas cores,
beijadas em belíssimas pétalas!
O sol continua a brilhar
aquecendo este planeta em desintegração,
causa de atropelos e destruições,
que as neves derretidas irão inundar,
em dilúvio anunciado e ignorado,
Por cabeças de louca gente!

A destruição que se avizinha
pela derrocada de vaidades,
afundar-se-ão nas águas turbulentas,
deste constante destruir da natureza
nossa mãe de prazeres e felicidade,
queimada por ambições avarentas
e perturbadas,
em desatino de absoluto delírio.

José Carlos Moutinho

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Levo-me pela mente





Saltam de mim, como vaga-lumes assustados,
os pensamentos em suspiros frios, acuados,
dos calores saudosos de paixões esmorecidas,
soprados por borrascas de desilusões vividas.

Pensamentos que rodopiam em volta de mim,
perdidos em desassossego descontrolado,
que me deixam pensativo e nostálgico assim,
sem rumo, com o meu coração assustado.

Quisera eu poder tudo isso esquecer,
vivenciar novos encontros, novas paixões,
fazer de cada dia o primeiro, do meu viver,
ser forte, olhar a realidade, esquecer ilusões,
agarrar a felicidade, sem ter de sofrer
pressões perversas, em levianas provocações.

Sorrio tranquilo, livre como ave em voo,
Libertei-me de amarras, encontrei novo porto
de abrigo, onde deixarei a minha alma relaxar,
pelos murmúrios das ondas, em sentidas melodias,
que me cantam desejos de felicidade,
e me abraçam em quimeras de futuro.

José Carlos Moutinho

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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