segunda-feira, 1 de julho de 2013

Pensamentos no silêncio



No silêncio que me murmura palavras silenciosas,
levo-me pelos pensamentos calados
em colorido viajar
pelas emoções contidas na saudade
aconchegada no meu peito!

Suspiro no enlevo dos momentos vividos
em luares de maresias,
sobre areias iluminadas pelas estrelas
e beijadas pelas alvas ondas
do melódico mar
que nos cantava canções de amor!

Aquieto-me no meu sentir nostálgico,
absorvo nas metáforas do meu querer
as visões, que me mitiguem a melancolia!

Sinto-me invadido pela sensação
de mãos que afagam o meu pensar,
será a brisa que me visita ou a imaginação
de querê-la ao meu lado, para me abraçar!

A minha alma sorri-me com emoção
em devaneios escaldantes de amor
que desliza em lava ardente do meu coração
e funde nossos corpos pelo fogo abrasador!

José Carlos Moutinho

domingo, 23 de junho de 2013

Versos soltos ao vento



Sente-se na pele o ardor da frustração
Trazido por ventos secos, de inveja
que um sorriso repudia com perdão
pela sabedoria que a vida caleja

Evado-me dos meus anseios frustrados
Solto-me no vento das minhas ilusões
Imagino-me viajante de sonhos dourados
pelo oásis do deserto das minhas emoções

Cantam-me as estrelas em murmúrio
melodias de enlevo, sopradas pela brisa
aconchegadas em pétalas de doce augúrio
vestidas com a doçura da mais bela poesia

E vagabundo mas feliz em meu querer
Elevo-me aos céus nos meus pensamentos
Quero encontrar o aconchego no meu viver
Deliciar-me na paixão dos fortes sentimentos

 José Carlos Moutinho

sábado, 22 de junho de 2013

Olhos cansados




Não sei qual a razão
porque os meus olhos recusam olhar-te,
talvez estejam cansados
ou simplesmente esmorecidos
pelos dias amorfos
deste viver saturado, sem afecto!

Olham-te e não te conhecem
sentem-se tristes pela tua fria indiferença,
deixaram de sorrir
estão mortiços, sem luz
apagou-se neles a chama de outrora!

Quiçá, alguém tenha o calor
que os faça revigorar pelo amor
e a luz, agora cansada, renasça do escuro,
pela alegria de um sorridente futuro!

Nesta antevisão imaginada,
emocionam-se os meus olhos,
velhos, pelos anos de tempestades,
ansiosos pelo advir de primaveras encantadas!

Sorriem os meus olhos, felizes,
na visão quimérica da luz da felicidade,
que desliza docemente sem cicatrizes
pelos etéreos céus azuis da eternidade.

 José Carlos Moutinho

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Alquimia



Alquimia, palavra antiga de significado confuso,
Serei para ti, como uma alegoria,
Com todo o carinho, sem ser obtuso.
   
Quero transformar o meu amor.
Em brisa que te penetre o coração.
Com a minha alquimia, sem temor
Acredito que desencadearei a tua paixão.

Serei alquimista real, mesmo sem norte.
Mas a mudança que eu te proponho
É de te amar na terra até à morte,
Farei com que a alquimia funcione,
Acredito que talvez seja um sonho,
Mas inventarei algo que te impressione!

 José Carlos Moutinho

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Quimera de um sonho



Acordei melancólico. Para libertar o meu espirito cansado
caminhei por caminhos de solidão, marginados por belas e coloridas flores , que não me sorriam.
Os pássaros que chilreavam, calavam-se à minha passagem.
A brisa que inicialmente me acariciava o rosto, tornou-se seca e árida, numa agressiva pose de hostilidade.
A alvorada que despontava cintilante nos seus raios de encanto, subitamente escurecera.
Tudo conspirava contra mim. A natureza era inimiga do meu passear.
Assustei-me, estuguei o passo, queria sair daquele local o mais rapidamente possível.
A vegetação parecia rir-se da minha figura, ao ver-me em passo de corrida.
Vociferei algo impercetível, preocupado com o que me acontecia.
Era um fenómeno nunca antes sentido.
Muito estranho que eu sentisse a natureza em conflito com a minha pessoa, logo eu que sou respeitador e defensor dela.
Parecia haver alguma coisa de esotérico. Sei lá, sempre ouvi falar de bruxas, podia dar-se o caso de ser acção de alguma, naqueles instantes que me iam deixando atormentado.
Intrigava-me profundamente que os pássaros antes exuberantes nos seus cantos, tivessem inesperadamente emudecido.
Ao lembrar-me do que se passara com a brisa, era demais para o meu entendimento.
Eu estava na verdade muito assustado com tudo isso.
Cheguei às margens de um rio que deslizava silenciosamente pelo seu leito e escutei o murmurar das águas que se faziam melodia quando nos declives, como pequenas cachoeiras mergulhavam com uma elegância na suavidade cristalina das suas límpidas águas.
Sentei-me na margem esquerda descendente daquele encanto fluvial.
Pasmei com o que me sucedia:
Os pássaros trinavam com uma sonoridade nunca escutada em toda a minha vida, eram odes ao amor e à paz e juntavam-se à minha volta, esvoaçando alegremente.
Eu não queria crer no que me era dado apreciar, era belo demais para ser real. Fiquei deslumbrado, estático, como que hipnotizado por tão rara beleza.
As flores de belas e variadíssimas cores tremulavam numa agitação de excitante alegria. Acontecimento jamais imaginado e sorriam no encanto das suas pétalas.
A brisa colorira-se de tons vivos, como os do arco-íris e abraçava-me em movimentos ritmados numa cadência de suave ternura.
Isto não podia estar a acontecer comigo, era demasiadamente irreal para ser verdade. Só podia ser miragem ou o meu estado psicológico estava absolutamente perturbado.
Fechei os olhos, por longos minutos, relembrando o que há poucos minutos me tinha acontecido, na frieza com que fora presenteado pelas flores e pelas aves e agora, tudo isto se desenrolava na minha frente, de maneira tão diferente e fascinante. Não era possível, seria um sonho, sem dúvida.
Mais sereno e convencido de que tudo era realidade, decidi abrir os olhos e, para espanto meu, estava deitado na minha cama, na semiobscuridade do quarto, onde através do cortinado da janela despontavam os primeiros raios de sol da alvorada que amanhecia.
Só a alvorada era real, tudo não passara de um sonho.
Senti-me feliz pela quimera da minha mente e, ao mesmo tempo, frustrado, por não ter sido um acontecimento de verdade.

José Carlos Moutinho
20/6/13

terça-feira, 18 de junho de 2013

Ilusões descoloridas



Sinto na minha pele o respirar da nostalgia
que o vento sopra indiferente
à saudade que me contrai os poros,
Afluem-me secas e cansadas as memórias
dos momentos floridos, em canteiros de ilusões,
que o tempo secou
na ausência de afectos,
pelos caminhos árduos, de escombros
que a vida inventou!

As ilusões agora estão descoloridas e murchas
esbatidas por ventos sem voz
que calaram utopias,
O presente é folha seca, moribunda
esvoaça sem rumo
por atalhos escuros de apatia
suspensa em ramos de monotonia!

Talvez encontre entre as nuvens,
um novo jardim, onde floresçam raras flores
de cores vivas e perenes,
que cantem a desejada mudança
tragam alegremente nova esperança.

 José Carlos Moutinho

domingo, 16 de junho de 2013

O que será?



Neste tempo que se faz cansado
na lonjura da estrada da vida
leva-o em pensamentos vivos
de emoção sentida
pelos momentos vividos
na paixão assumida!

Será sonho, ilusão ou realidade
que lhe faz bater forte o coração
e lhe deixa a alma em êxtase...

O sol que nas alvoradas
se oferece mais cintilante
e nas tardes cinzentas
se faz luminoso na alegria flamejante!

O seu amor e paixão são tão ardentes
que a chuva que cai, fria e húmida
se transforma em gotas de sensações
que lhe percorrem o corpo
em vibrantes e acariciantes emoções!

É um novo sentir
que lhe transcende a compreensão
quiçá, lhe ultrapasse a própria razão,
é um querer desatinado
de desejos incontidos
e ímpetos desconhecidos
brotados do seu âmago,
tais protões acariciados pelos neutrões
carinhosamente feitos átomos de amor,
é o estremecer no abraço
o prazer do néctar do beijo
e o delírio na junção dos corpos
que o leva à felicidade.

 José Carlos Moutinho

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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