terça-feira, 30 de julho de 2013

Essência



Que o vento deixe de soprar furioso,
que se calem as vozes do desespero,
que emudeçam as aves canoras,
que o sol se esconda
nada, desse todo, me importa!

Sou a folha que voa em busca do nada,
respiro o silêncio da minha acalmia,
levo-me em pensamentos vazios!

Sou metáfora dos meus sonhos
metamorfose da minha vontade irreal
sou utopia ou quimera inventada!

Que me importa a mutação do mundo
ignoro se o luar se apagar
e as estrelas deixarem de brilhar,
não me afecta que as flores esmoreçam
e que os aromas se tornem inodoros,
ignoro as noites de breu
e os dias ensolarados!

Nada me perturba, porque não sou matéria
Sou tão-somente, simples essência.

 José Carlos Moutinho

Dói-me a alma



Porque será que nos dói a alma
e o nosso coração entristece
quando devia estar feliz,
por amar e ser amado!?
Porque se nos contrai o peito
em calado sofrimento
que nos faz desejar partir
sem sabermos para onde!?
Porque será que a tristeza
que nos invade e dilacera os pensamentos
nos penetra bem fundo
e nos atormenta a vontade,
que se faz descontrolada
pelo desatino da nossa essência!?

O nosso sorriso que devia ser sol,
acinzenta-se, como tarde invernal
e as palavras que se emudecem
na fragilidade do nosso sentir
visitam-nos silenciosas e perturbadoras!

Olhamos a vida que nos rodeia,
esmorecidos pela frieza das cores opacas
da nossa angustiante ansiedade!
Pensamos num estado metafísico
que nos liberte da pressão
das amarras que nos torturam!
Que possamos navegar em céus
de mares com aromas de maresia
acariciados por nuvens coloridas!

Doí-me a alma, contrai-se-me o coração
sufoca-me o ar que respiro,
quero sair de mim,
desejo um novo advir
onde a felicidade seja livre e plena.

José Carlos Moutinho.



domingo, 28 de julho de 2013

Escurece-me a alma



Escurece-me a alma,
numa tristeza
que penetra fundo no meu pensamento!
É uma dor silenciosa
que me vagueia pelo corpo,
num desatino de calado sofrimento!

Meu coração chora numa melancolia
que o sufoca
e o faz sentir-se perdido
no mundo incompreendido dos sentimentos,
numa simbiose de dor e tristeza,
que me leva por caminhos de desespero,
e, trôpego, penetro em atalhos de incerteza
na busca da serenidade
que se me escapa como areia entre os dedos!

Receio não resistir a tanta desilusão!

Naufrago desorientado neste mar
de ilusões em que naveguei feliz,
talvez seja meu destino mergulhar
nas profundezas da frustração
e afogar as mágoas
que me contraem terrivelmente o peito
e no abraço das águas, ser envolvido
pela paz espiritual
em outra dimensão,
isenta de preconceitos.

José Carlos Moutinho.

sábado, 27 de julho de 2013

Alvorada de sentires



Acordei sorrindo feliz,
A minha alma era invadida
por uma sensação suave de paz!

Sentia em todo o meu corpo
uma energia única, indescritível,
A alvorada que despontava
com belos raios cintilantes
que eu recebia através da janela do meu quarto
eram como sinais de alegre emoção!

Vibrava o meu coração feliz
porque estava em mim
o calor da minha amada,
que ausente,
me enviava aquela luz repleta de amor
para que eu me sentisse mais amado!

Fascinava-me toda aquela força mental
pela carícia do abraço do sol nascente
que se colava nas paredes do meu quarto,
como presença de seres protetores do nosso amor!

Atónito por esta visão,
mas de coração repleto de felicidade
deixava-me tomar por inteiro
pelos pensamentos que se sintonizavam
com os da mulher
minha menina amada
em total empatia de sentires.

 José Carlos Moutinho

Céus de quimeras



Sopram-me sibilantes ventos
de descontentamento surdo,
que me calam fundo a alma
e me apertam o peito
em asfixia silenciosa...
Respiro ar seco, rarefeito
de sensações mudas
oprimidas por emoções perdidas
em noites de desalentado breu!

Quero fugir não sei para onde,
trôpegas as minha pernas
recusam-se libertar-me,
Tento impor a minha vontade,
mas esta, esmorecida
deixa-se cair em pranto sofrido

Soluço na dor que aflige o meu sentir
grito às nuvens que me olham
também elas, caladas e silenciosas
oferecem-me o silêncio como resposta!

Desespero-me nesta minha situação
de conflitos e paradoxos
busco utopias através dos meus pensamentos
acorrem-me tristezas e frustrações

Anseio pela acalmia do luar
que me proteja desta carência
de afectos e amores,
que finalmente eu consiga fugir para longe
e voar por entre céus de quimeras.

José Carlos Moutinho.

Porque escrevo



Escrevo,  escrevo...
Muitas vezes insanamente
porque as palavras brotam de mim,
como pétalas no desabrochar das flores,
não sei responder porque o faço
e o que me leva a este anseio
de deixar voar este meu sentir
nos ventos desconhecidos
por mundos que me ignoram!
Pergunto ao meu silêncio
porque escrevo,
se tantas vezes não sou lido,
e outras tantas, dizem gostar,
quando nem sequer leram o título!

E continuo a escrever...
Sem saber se o faço para mim
ou para quem não me lê!
Mas continuarei a escrever,
porque acredito que exista alguém
que se sinta aconchegada
ao carinho das minhas palavras
e se alegre com a minha mensagem
que lhes afague a alma
e faça sorrir o coração,
por vezes sofrido, pelo desamor!

E escrevo...
Porque, com a minha escrita,
em simples e sentidas palavras
em algum lugar, alguém se sentirá feliz
com o segredar da minha alma
em doces palavras de poesia!

Porque acredito nessa felicidade
que  transmito aos poucos, que me leem,
continuarei teimosa e insanamente
a escrever, até à minha finitude.

José Carlos Moutinho    

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Acreditem



Acreditem...
Gostava de fazer um poema
que fosse a exaltação à vida,
um abraço carinhoso ao amor
que fosse a metamorfose das cores
e pudesse acabar com a maldade,
Escreveria palavras que fariam as estrelas
sentirem-se em apoteótica felicidade!

Acreditem...
Usaria as palavras desse meu poema,
Em caracteres de paixão,
para gritar bem alto
que vale a pena viver
em harmonia, paz, solidariedade e amor!

Daria a cada verso uma cor inigualável
faria de cada estrofe, um hino á alegria
colocaria em cada metáfora
toda paixão que a minha alma cantasse!

Acreditem...
Que com o meu coração
eu faria o mais belo poema de amor,
em cada palavra, uma pétala em sorriso,
da união de todas as palavras,
criaria o mais belo ramo de flores,
com aromas de felicidade
e perfumes em volúpia!

Acreditem...
Eu faria esse poema,
se eu fosse poeta

 José Carlos Moutinho

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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