quinta-feira, 5 de setembro de 2013
Sobrevivência nas ruas
São negras ruas de asfalto da vida,
percorridas por pés descalços sofridos,
os pregões de voz cansada e dorida,
no desejo de vender os seus artigos.
Deambulam em perigo, entre carros,
duras corridas pela sobrevivência,
canetas, isqueiros, roupas e cigarros,
difícil vida desta adolescência.
De manhã à noite é a perseverança,
pelo sustento da casa miserável,
ânsia de tornar fome em abastança!
Irmãos menores, órfãos, rotos e sujos,
sofredores deste mundo execrável,
vitimas inocentes de tantos abusos!
José Carlos Moutinho
terça-feira, 3 de setembro de 2013
Desilusão
Penetra por entre as frinchas do meu coração
A brisa da tarde ensolarada,
Que se aconchega no meu querer amar,
Mas onde o gelo da indiferença
Do coração daquela mulher
Derrete rapidamente todo o calor
Que se faz anseio, do meu sentir!
É como se o mar do meu amor,
Quente e perfumado pela maresia,
Fosse invadido por um iceberg
Que congelasse toda a minha paixão!
Tenta o meu pobre coração exangue,
Vigorosa e positivamente reagir
Aos ataques gélidos daquela brisa insistente
Por tanta dureza, mas debalde!
Fazem-se lágrimas sofridas,
O borbulhar da vida,
Que antes fervilhava de esperança
De que ela me amasse!
A dor contrai-se-me no peito dorido,
Pela desilusão que o seu belo sorriso,
E o brilho dos seus olhos verdes
Me fizeram acreditar,
Na ingénua simplicidade
Da minha essência.
José Carlos Moutinho
segunda-feira, 2 de setembro de 2013
Quadras populares
Dizem que fazer versos populares,
é coisa de somenos importância,
porém, com eles se fazem belos cantares,
onde a poesia tem retumbância.
Confesso-me pouco admirador
destas quadras, que se fazem melodias,
admito que não tenho nada em desfavor,
mas prefiro um outro tipo de poesias.
Tento fazer sonetos, é mais complicado,
pois, respeitar métricas e fonéticas,
é um problema que me deixa arreliado,
assim, faço estrofes sem estéticas.
Mas porque o popular é bonito, é de todos,
atrevi-me a fazer estas quatro estrofes,
à maneira simples dos antigos visigodos,
ainda que o coração me saia pelos bofes.
José Carlos Moutinho
domingo, 1 de setembro de 2013
As mãos
As mãos deslizam sobre o papel,
Inventando palavras de amor,
Das mãos, surge arte com o cinzel,
São como afagos feitos com ardor.
Mãos afagam delicadas flores,
São carinhosas ou agressivas,
Seguram nos abraços os amores,
São rugosas as mãos e sofridas.
Podem as mãos calar uma vida
Na inconsciente perda da razão
Mãos comovem-se na despedida,
Poemas que das mãos são palavras
Quando ditadas pelo coração...
As mãos, essas amigas caladas!
José Carlos Moutinho
sábado, 31 de agosto de 2013
Amor é...
...Como o desabrochar de orquídeas
O seu sorriso, que transcende em brilho,
Os seus lábios são pétalas rosadas,
Que me perfumam a alma!
Da sua voz, soltam-se em melodia
As doces palavras que me fazem sorrir o coração!
Ah...como é bom sentir no seu aconchego em mim
O calor que inunda de prazer o meu corpo,
Os seus braços envoltos em mim,
São caricias que me estremecem
No meu mais profundo sentir!
Da sua linda boca, de lábios carnudos,
Solta-se o néctar que me inebria
E me faz brisa na minha levitação
Por céus de enlevo!
Será deusa, quimera, princesa, rainha,
Talvez flor, em forma de mulher,
Perco-me no delírio das minhas emoções,
Quando nossos corpos se fundem
Num frenesim de ternura, prazer e loucura,
O encanto das metáforas que a acariciavam,
Tornam-se simplesmente em doce paixão,
Na total entrega de um amor
Único, profundo e inigualável.
José Carlos Moutinho
quinta-feira, 29 de agosto de 2013
QUANDO FUI CHAMADO DE POETA
Quando editei o meu primeiro
livro, foi como um sonho nunca imaginado.
De repente, despertei desse
sonho, que nunca existiu e que me lançou num mundo real, jamais pensado e
estranho para mim.
No dia do lançamento, rodeado
por umas boas dezenas de amigos reais e virtuais, vivi momentos de euforia, e
porque não dizer, de muito orgulho e uma pontinha de vaidade.
Afinal editara um livro. EU
TINHA UM LIVRO, COM O MEU NOME. Já me chamavam poeta.
Poeta, coisa bonita...Eu era
poeta!
Pobre de mim, que embora
tivesse começado muito jovem, a escrevinhar umas coisitas, às quais alguns
amigos chamavam de poemas, mas que eu duvidava, pois, para mim, o que me
diziam, era como elogio de amigos, para me entusiasmarem a não desistir. Sem
que contudo, aqueles “poemas” tivessem na verdade, algum valor poético. Assim
pensava eu!
Passaram-se dezenas de anos,
e, para meu próprio espanto, recomecei a escrevinhar, por “carolice” e como
resposta a uma amiga que gostava de fazer os seus versos em quadras rimadas, ao
que eu respondia do mesmo modo.
Assim começou a minha
aventura “literária”.
Audaz e ousado e a conselho
de amigos, fui colocando os meus ”poemas”, no famoso Facebook, o maior veículo
de comunicação virtual e interactivo que conheço.
Após algum tempo e já com
vários “poemas” colocados no dito site, fui aconselhado a editar um livro.
Pensei, para mim, esta gente
não está bem da cabeça. Eu, editar um livro?
Será que alguém me edita um
livro, afinal quem sou eu, o que escrevo será meritório de um livro?
Corajosamente, e admito que
o fiz pela força que me foi dada por vários amigos, entre os quais destaco 4
pessoas, que obviamente não mencionarei os seus nomes, para evitar ferir
sensibilidades, enviei um “monte” de poemas, para 4 editoras, que me
responderam. Como para mim todas eram desconhecidas, optei pela primeira a
responder-me anuindo à publicação, e, em boa hora o fiz, porque era (é) uma
editora que prima pela qualidade do livro.
Isto foi em Fevereiro de
2011. O meu primeiro livro a que chamei de “Cais da Alma” vendeu mais de um
milhar e meio. O sonho tornava-se uma realidade.
Após este primeiro livro e,
porque o “bichinho” da escrita, tomara conta da minha inspiração, continuei a
escrever. Passado o sonho, ficava a realidade do meu desejo em evoluir,
melhorar a qualidade dos tais “poemas” (eu ainda resisto em assim chamá-los,
dizem que por falsa modéstia, mas acreditem que não é) e editei mais 3 livros, totalizando
agora, 4 livros, sendo 3 de poesia e 1 de prosa. Tudo isto, no espaço que mediou
entre Fevereiro de 2011 a Março de 2013.
Confesso-me satisfeito,
direi mesmo feliz, por entrar por um caminho que eu pensava só ser possível aos
intelectuais, aos grandes literatos.
Admito que o caminho não é
fácil, encontram-se muitos escombros, que nos tornam atletas a saltar
obstáculos. Mas uma coisa muito simples, aprendi: Quando se entra numa
competição, não ganha o mais arrogante, nem o mais presunçoso, mas sim o que
tiver a humildade de competir, mesmo achando-se insignificante ou inferior.
Todavia, mesmo com esse
pensamento positivo, muitas vezes me deixo levar pelo desânimo e interrogo-me
se vale a pena continuar!
Neste mundo de preconceitos
e desequilíbrios, os desconhecidos, como eu, ainda encontram imensas
dificuldades.
Mas como, ao longo da minha
vida, sempre tive como princípio, nunca desistir de uma competição, depressa
expulso de mim, o desânimo e, certamente em breve, sairá mais um livro de
prosa.
O meu grande obrigado a
todos que me leem. Um Obrigado muito especial aos que têm os meus livros. Creio
que a maior felicidade para quem escreve, é saber que os seus livros estão nas
mãos dos leitores.
Bem Hajam, amigos e meus
leitores. Sem vós, nem sequer poderia fazer este texto.
José Carlos Moutinho
8/2013
Amar
Quando se ama tudo se transforma,
na mente do apaixonado(a) tudo é belo,
mesmo que julguem fora de norma,
o mais importante é o sentir singelo.
Por mim, eu penso e digo sem me cansar,
que viver e sentir um verdadeiro amor,
é como voar em emoções sem parar
pelas caricias da volúpia em doce torpor.
Aos que, amor nunca sentiram, de verdade,
não sabem como é o encanto da vida,
amar é ser brisa, que abraça a felicidade,
é ser onda no mar da paixão incontida.
Falar de amor é sentir o fogo do vulcão,
que invade o mais profundo do nosso ser,
é ignorar o fútil e soltar a alma e o coração
sorrir sem razão, cantar, é o sublime viver.
José Carlos Moutinho
Subscrever:
Mensagens (Atom)
Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas
Ver esta publicação no InstagramUma publicação partilhada por Planeta Azul Editora (@planetazuleditora) a