sábado, 4 de janeiro de 2014

Utopias



Voa no tempo, por céus de sonhos,
Fecunda os desejos do amanhã,
Aconchega-se nas metáforas do querer
Com a coragem de um verdadeiro titã!

Seus pensamentos são pétalas delicadas
Que esvoaçam do florescer da sua paixão,
Deleita-se pela ânsia que o invade
No amplexo imaginado
Que o faz transbordar de emoção!

Sorri ao sorriso que o fascina,
Enleva-se no brilho dos olhos que o fitam
E emudece no êxtase que o domina!

Caminha afoito de coração alegre,
Por entre gotas de chuva
Que acariciam sua alma,
Da saudade que o persegue!

Por entre as brumas da inquietude,
Sopram brisas de alento e afecto
Que repudiam o pensamento da finitude!

O arco iris tece cores de encanto,
Que em harmonia com a luz do sol,
Afasta tristezas e ais de pranto!

Das nuvens que abraçam esta ilusão,
Despontam cintilantes, estrelas guias
Que o levam para porto de abrigo,
Onde coabitam a felicidade e a paixão.

José Carlos Moutinho.

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Navego-me em emoções



Navego-me numa torrente de sensações,
Por rios de deslumbramento,
Acaricio as folhas de suspiros
Que margeiam o caudal das minhas emoções,
Deslizo voluptuosamente
Pelas águas cálidas da minha paixão,
E no ondular dos meus pensamentos,
Deixo-me afagar pela saudade
Que me leva à foz dos meus anseios,
Onde nas areias douradas
Espera o meu amor,
Com o seu belo sorriso
Cintilante como o sol,
Centelhas estelares
Soltam-se dos seus olhos,
Como guias do meu caminho,
E dos seus braços
Farei meu porto de abrigo
Aonde me aconchegarei
Para todo o sempre,
Na fusão de uma louca paixão
Com ardor de profundo amor.

José Carlos Moutinho.

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Apocalipse



Uivam os ventos,
Choram os céus,
Afoga-se o chão
Nas lágrimas do mundo!

Tremem de frio as pedras solitárias,
Escurecidas pelo tempo implacável,
Soluçam, doridas, as flores
Ausentes de cores
Desfalecidas de perfumes!

Gritam as aves, num estertor aflitivo,
Gemem as árvores
A perda das suas folhas
Caducas e indiferentes à sua dor!

Escureceram-se os luares,
Apagou-se a lua,
O sol foi ofuscado pelo breu
Que tomou a terra!

Falésias agitam-se na violência das ondas
Do mar transtornado!

Ouvem-se soluços
Entre as fragas dos sentidos,
Corre gente sem rumo
Num atropelo perturbante...

Agito-me assustado, no meu leito,
Desperto...
Deste sonho apocalítico

 José Carlos Moutinho

domingo, 29 de dezembro de 2013

Memórias de mim



Acaricio as pétalas das minhas memórias,
Aspiro as fragrâncias dos belos momentos,
Sorrio para os sorrisos que me chegam,
Encanto-me com os olhares trocados!

E as flores do jardim do meu tempo
Exalam lembranças coloridas do meu sentir,
As cores da saudade foram acentuadas
Pelas Primaveras da minha vida!

E no silêncio do meu pensar
Ouço o murmurar de vozes do meu enlevo,
Que em certos instantes me enfeitiçaram,
E que agora, na finitude das ilusões
Deixaram de ecoar no meu coração!

Pelo tempo que se escoa de mim,
São estas pequenas recordações
Que se agarram ao meu querer viver,
E me fazem sonhar um futuro risonho
Semelhante ao florido passado.

 José Carlos Moutinho

sábado, 28 de dezembro de 2013

Abraço que me envolve



Já se vê neve lá longe nos montes,
O frio entranha-se no corpo,
Congela os pensamentos,
Arrefece as memórias!

Sopram os ventos, uivantes
A fúria dos sonhos desfeitos,
Levados nas dores das desilusões!

Acariciada pelos flocos esvoaçantes,
A alvura da neve
Tece mantas de lã, em filigranas
De beleza estonteante,
Mas o frio entranha-se no corpo,
E os pensamentos
Continuam hibernados
Nas saudades do verão,
Que se foi, nas areias douradas
Da praia da minha felicidade!

Aconchego-me em mim,
Fecho os olhos, suspiro,
Imagino os beijos que derretem
O frio deste tempo que me abraça,
E aqueço a minha alma
No abraço que me envolve,
Como lava incandescente de prazer
O corpo esbelto, escaldante de paixão.

José Carlos Moutinho.

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Ele sorria



Absorto nos seus pensamentos,
Sentado naquele banco vermelho do jardim
Florido por belas orquídeas e rosas,
Ele sorria...
Estava só, mas sorria!
Para quem sorriria ele assim tão feliz,
Talvez para a amada distante fisicamente,
Mas presente nos seus pensamentos!

E ele sorria...
Numa expressão enlevada,
E deixava que a imagem dela,
Como feixe de luz,
Invadisse a sua mente,
Beijasse o seu coração
E se aconchegasse na sua alma!

Indiferente a tudo e todos
Ele continuava a sorrir
Em êxtase,
Fascinado com o seu sentir!

No seu silêncio
Ausente do mundo,
Sua essência, vivia momentos
De empolgante felicidade.

E ele sorria...

José Carlos Moutinho

domingo, 22 de dezembro de 2013

No ocaso do meu sentir



O ocaso afasta-se nos braços do entardecer,
E por entre as nuvens alvas,
Na simbiose dos tons vermelhos e laranja,
Que resistem à chegada da noite,
Sorriem as estrelas,
Por entre suspiros do luar
Que se aproxima docemente,
Cobrindo com seu azulado manto
A acalmia do silêncio
Dos meus pensamentos!

Penso nela...
Naquela mulher
Que me faz sonhar despertado,
E me transporta em devaneio
Por lugares que se inventarão
Pela magia do amor!

Sinto o sabor do néctar
Dos seus escaldantes e sôfregos beijos,
Aconchego-me no seu abraço,
E o calor que se solta do seu corpo
Incandesce a minha essência,
Bate acelerado o seu coração
Junto do meu peito,
Numa sincronia fundida no prazer!

Sinto-a em mim,
Extasiado por uma languidez
Que me toma os sentidos,
Levo-me em volúpia,
Por sensações
Onde a razão se perde nas emoções.

 José Carlos Moutinho

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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