domingo, 19 de janeiro de 2014

Murmúrios da mente



Enrosco-me nos meus pensamentos,
Abraço-me às melodias das minhas ilusões,
Respiro o ar puro dos meus sentimentos,
Aconchego-me no calor das minhas emoções.

O silêncio que me murmura ternas palavras,
Perfuma-me o coração com coloridas fantasias,
Recorda-me tuas carícias, quando me falavas,
A brisa que aquieta em mim, diz-me o que sentias.

São devaneios, quimeras ou simples utopias,
Pode ser tudo isso, muito mais, ou talvez nada,
Sei que me sinto feliz ao som destas melodias,
E que tudo nesta vida é finito, um dia acaba.

Enquanto essa hora de despedida não chegar,
Viverei em eterno sonhar, por oníricos caminhos,
Farei das pétalas, notas musicais soltas ao luar,
E da maresia farei perfume com meus carinhos.

Se puder, voarei por céus de fascínio e encanto,
Cantarei ao mundo que sou feliz porque sou amado,
Tornarei ausentes mágoas, tristeza e algum pranto,
Acreditem, serei alegremente um eterno apaixonado.

José Carlos Moutinho.

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Desnudo-me



Quero desnudar-me deste manto frio de desalento
E aconchegar-me no calor do seu corpo,
Sentir no meu peito o afago do seu carinho
E esquecer as mágoas do tempo!

Quero desnudar-me...
Dos agrestes tecidos da nostalgia
E abraçar-me à leveza do meu anseio,
Em amplexos de ternura e amor!

Quero desnudar-me...
Das vestes de falsas sedas
E agasalhar-me
Em tecidos quentes de volúpia!

Quisera eu engalanar-me
De diáfanas e doces filigranas,
Imbuídas da mais profunda paixão,
Navegadas em águas cálidas
Pelo meu rio de emoções
E aquietar esta corrente agitada
Na foz da minha felicidade.

 José Carlos Moutinho

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Mágoa



Corre nas minhas veias
Sangue enregelado pela mágoa
Que desagua em cascata sofrida
Dentro do meu coração que se congela!

Quisera que o calor do sol
Me aquecesse a alma,
Mas ele esmoreceu-se na dor
Infligida num fim de tarde
De incertezas e contrariedades!

Agora, aqui sentado, moribundo
De um sentir exangue,
Carrego comigo esta tortura,
Que me levará pelos céus da amargura,
Numa ânsia atroz
Pelo encontro do oásis da minha eternidade.

José Carlos Moutinho.

domingo, 12 de janeiro de 2014

As minhas palavras



Eu gostaria de fazer soltar as palavras
Como mariposas coloridas,
E libertá-las nos ventos da esperança,
Impulsionadas por asas de confiança,
Chegassem aos quatro cantos do mundo,
Esta mensagem de fraternidade!

Que as minhas palavras,
Se fizessem canoas de papiro
E se aconchegassem nas maresias
Dos mares da fraternidade!

E...Que as minhas palavras,
Se soltassem nos céus da liberdade,
Se abraçassem a nuvens de sonhos,
E sob o luar se transformassem em realidade!

Ah...como eu gostaria
Que as minhas palavras
Brotadas do meu sentir
Se fizessem sol,
Que aquecesse os corpos frios
Dos despojados,
E que do ar, fizessem alimento
Que mitigasse a fome dos carentes
Deste triste mundo!

Mas as minhas palavras silenciosas,
Não têm a força
Do meu pensamento,
Esmorecem-se na inquietude do meu anseio
E metamorfoseiam-se em sonho finito.

José Carlos Moutinho.

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Sons da memória



Nos sons que me murmuram palavras de amor
Trazidas pelas lembranças dos meus silêncios,
Revivo os momentos de ilusão e de sonhos
Que me embalaram pelas brisas do tempo,
Em simbiose de desilusões e alguma dor.

Mas os sons que agora me chegam
Na brandura dos anos passados,
Abraçam-me e suavemente me beijam,
Na poesia cantada de amores amados.

Serão melodias de beijos trocados,
Ou quiçá, simples desejos sonhados,
Que a rebeldia da juventude inventava
E que o luar ausente tanto enredava.

Mas a força da minha mente imperiosa
Teima em trazer na saudade que atormenta
Os abraços que se perderam em tarde fogosa,
E que agora deixam a minha alma sedenta.

Na quietude da minha desejosa solidão,
Aconchego-me nas minhas memórias,
Trago à minha mente com emoção,
As minhas velhas e doces histórias.

José Carlos Moutinho.

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Sonhar Metáforas




Desejaria vestir-me de metáforas,
Se a minha essência
Tivesse o dom de as inventar,
E eu pudesse engalanar-me
Nos dias em que a poesia
Me acordasse,
Pela caricia das quimeras,
E me fizesse soltar estrofes
De simples versos,
Ou me despertasse a alma,
Para quadras rimadas
De amores emparelhados,
Onde as paixões se cruzassem,
Nos sonetos das primaveras
Da minha vida apaixonada!

E...Na melodia das palavras
Que subitamente
Se fizessem poemas,
Exaltaria o amor
Vivido em tempos
Do outro meu tempo,
Extasiar-me-ia com as paixões
De amores porvir!

Acariciava as metáforas,
Com enlevo e força do meu sentir,
Deleitar-me-ia com o colorido
Da metamorfose dos meus anseios,
Faria com que todos, que me lessem,
Sonhassem na doçura das utopias.

José Carlos Moutinho

sábado, 4 de janeiro de 2014

Viver na esperança



Voam os dias, morrem as noites,
Nascem alvoradas, despontam sois,
Aguardam-se tardes do depois
Nesta vida de tantos açoites!

Esperança será última a morrer
Nesta correria pelo tempo,
Almejando esta batalha vencer,
Sorrindo e cantando sem lamento!

Porque viver é tão complicado,
Se fosse possível a rendição
De lutar com destino marcado...

Venceremos porém, com coragem,
Trazendo alegria no coração,
Ternura n’alma, como mensagem...

 José Carlos Moutinho

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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