domingo, 20 de julho de 2014

Sou o que eu quero ser





Sou luz nas noites sem estrelas,
brisa no estio das ilusões,
folha esvoaçante da esperança
e trigal em campos áridos;
Sou cor nos dias esmorecidos
oásis nas manhãs adormecidas
e sol no cinzento do inverno!

Sou tudo o que eu quiser ser,
porque em mim,
estão todos os sonhos
que me permitem divagar,
e fazem da minha alma,
uma mariposa colorida
pelas fantasias
que o meu sentir inventam!

Sou o amanhã risonho,
no hoje desfalecido
sou o futuro do sucesso
do passado saudoso!

Sou o que eu quero ser,
e serei sempre
o que o meu querer, desejar,
nem sei se gosto do que sou
mas aceito serenamente
que a vida me faça viver como sou;
Sou a oposição dos negativistas,
porque o meu sorriso
é a felicidade que me faz caminhar!

Sou o que eu sempre desejarei ser,
Ignorando o que os outros
pretendam que eu seja.

José Carlos Moutinho

quinta-feira, 17 de julho de 2014

Quem és tu...


Quem és tu…

Andrajoso da vida,
Filho  bastardo  da desgraça,
Que vagueias entre caixas do lixo
Buscando restos da fartura desperdiçada,
E vives das esmolas dos teus pares
Antes, teus companheiros sociais?

Quem és tu…

Que há tão pouco tempo te rias, altivo,
Caminhavas com a elegância dos felizes,
Envergavas tecidos de belos matizes
de costureiros da moda, preço proibitivo?

Quem és tu…

Que te levavas pelas estradas da diversão
Nas férias de sonho.
Em automóvel de luxo, com emoção,
Navegavas no teu iate da prosperidade
Ou em cruzeiros, pelo mediterrâneo?

Quem és tu…

Que moravas em bela moradia,
Tinhas os filhos em colégios privados,
Empregadas, jardins, piscina e mordomia
E vestias camisas de seda, com brocados?

Quem és tu…

Vitima da fatalidade da vida,
Provocada pelos incapazes mentais
Ou talvez, de financeiros de ganância incontida?

Perdeste tudo
Até a dignidade vais perdendo,
Porque esta não é solidária com a fome!

Quem és tu…
Pobre ser humano que tanto tinhas
E agora nada tens,
Pensa bem nesse teu infortúnio,
Pois é uma lição de humildade
a ter na escola da vida.

José Carlos Moutinho 

terça-feira, 15 de julho de 2014

Tardam as palavras





Fazem-se tardias as palavras ausentes,
caladas nas gargantas da revolta
que teimam em se escusarem
no grito da liberdade do sentir!

As prepotências controlam
as fraquezas humanas,
dominam as vontades entristecidas
pelo tempo que as subjuga!

Caminha-se por estradas poeirentas,
esburacadas pelos ventos da tirania,
Folhas secas de esperança finita
colam-se nos rostos suados,
As estrelas perderam a luz
na escuridão da lua
escondida pela arrogancia do poder!

Respira-se ar saturado pela indiferença
no pantanal insalubre das injustiças,
que intoxicam vilmente a dignidade
e ignoram a pureza da humildade!

Sobrevive-se nos dias moribundos,
porque as alvoradas
escurecidas pela apatia
tingem de cinzento
as tardes perdidas nas nuvens da incerteza!

Correm as horas, esvaem-se os anos
e as palavras continuam a escusarem-se
nas gargantas caladas
pelo medo que penetra
o peito atrofiado e dorido!

As palavras calam-se assustadas
na coragem esmorecida da cobardia
de se enfrentar a gentalha.

José Carlos Moutinho

segunda-feira, 14 de julho de 2014

Rio de desassossego





Sou como um rio de desassossego
e corro veloz e intrépido
pelo leito da minha ansiedade!

Deslizo por entre os canaviais
dos meus sonhos,
com a energia da maré alta
que me navegue a porto de abrigo!

Afasto-me das margens agrestes das mágoas,
abraçado à corrente que me conduz a montante,
sorrio-me nas braçadas que me emergem
das agruras que me sufocam!

Tenazmente vencerei a ondulação
que me afronta na ventania fria, indiferente
ao meu agitado sentir de alma,
e chegarei à praia da minha serenidade!

Com a maré alta,
sou exaltado por sentimentos de esperança,
e navego...
navego sem rumo
no balanceio das agitadas águas dos tempos,
até que a minha essência se acalme
e se refugie
no remanso de mim.

José Carlos Moutinho

domingo, 13 de julho de 2014

Quando eu for Etéreo





Quando eu partir…(Deste mundo de desvarios)
Sim, quando eu partir
e me tornar Étereo,
e tu chorares por não navegares mais
no mar de felicidade, que eu fui,
disseres que fui luz, na tua penunbra
e o luar da tua serenidade…

Quando o teu pranto de saudade,
alvorecer em cada dia de tua existência,
porque eu fui o amor da tua vida,
e sentires falta do meu abraço,
…Quando eu partir…

Quando a minha ausência
for dor, na tua solidão,
e os teus olhos
não mais, mergulharem nos meus,
…Quando eu partir…

Quando eu, nesta vida,
seja só uma lembrança,
e tu pensares que jamais serás feliz,
perdeste o sorriso e o encanto pelas flores,
e não suportas o trinado das aves,
…Quando eu partir…

Peço-te, quando me libertar,
(Deste mundo de desvarios)
que esqueças que não sou mais matéria,
serei alegria e felicidade,
lá no Infinito, num outro mundo, metafísico,
que chamarei de Eternidade!

Somente desejo, enquanto fisico,
me digas do fundo da tua essência:
Que eu sou o homem da tua vida,
e quando eu partir…
desejarás partir comigo!

Porque quando eu partir…
de de nada vale
tudo o que de mim disseres, depois.

José Carlos Moutinho

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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