terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Desapontamento





Desviava-se dos ventos fustigantes
Convencendo-se de que lhe eram alheios,
mas as folhas secas que se colavam no seu rosto
despertavam-no para a realidade
que se esculpira na sua alma
sulcando-lhe o coração
com desilusões,
que antes se vestiam de utopias,
desfilando em coloridas ilusões
pelas passarelles da escrita…

...Mas a plateia inteligente e superior,
na sua envídia ignorância,
ia-o marcando negativamente
com traços negros de hipocrisia e falsidade
desfazendo sonhos,
abalando a sua anterior coragem
enegrecendo os caminhos do futuro…
…do futuro que se afunilava
para o túnel da resignação
roçando as paredes do desapontamento.

José Carlos Moutinho

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Sou tudo e...sou nada!






Colam-se em mim os sons dos ventos
Que lá fora rugem ameaçadores
Como se desejassem atemorizar-me…
Sacudo-os displicente,
Porque em mim, há a tenacidade
De enfrentar tempestades
E nadar contra marés,
Sou eu, o próprio vendaval
Que repele tudo o que me agrida!

Sou a força da natureza
Que me leva longe
Ao mais alto dos meus anseios
E não são as intempéries em desvario
Que me obstruem o caminho,
Nem tão pouco as ventanias
Me arrastarão por vales indesejáveis!

Tenho em mim a luz que me guia
Pelas noites silenciosas e frias de bréu
E ilumina escuras e imaginadas pontes
Sobre os rios da minha inquietude,
Eu sou a coragem que abomina fraquezas,
Sou a vontade da minha vontade
E o sonho dos meus sonhos,
Sou ilusão das minhas desilusões
Sou tudo e…sou nada!

José Carlos Moutinho

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Gostaria de ser brisa





Tantas vezes…
Tantas vezes desejava eu, ser folha esvoaçante
Matizada de sorrisos,
Pulando de anseio em anseio
Por vales verdejantes de felicidade;
Outras tantas vezes gostaria de ser brisa,
Brisa suave, quente de verão
Que afagasse rostos frios e tristes
Dando-lhes o calor da alegria!

Quiméricos  e utopicos desejos
Que se soltam de mim
Como mariposas inquietas,
Cujos voos esbarram na fria realidade
Deste mundo insensível
E terrivelmente sofrido!

Fustiga-me dolorosamente
O insucesso do meu querer,
Afundado em águas profundas do mar
Da minha incapacidade!

Resta-me sonhar um outro mundo,
Mais solidário, mais humanizado
Porque este…
Este está totalmente perdido

José Carlos Moutinho

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Amavas-me calada





Com o manto do luar
Cubro a minha paixão,
Só a ti amor, quero mostrar
A minha grande emoção
Por tanto te desejar.

Talvez p’la madrugada
Eu seja mais ousado
Te diga minha amada,
Quanto estou apaixonado
E contigo ir de mão dada.

Mas tu também me queres
E eu nem o imaginava,
Complicadas mulheres,
Amavas-me calada
Sem nada me dizeres.

José Carlos Moutinho

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Oníricos devaneios





Abraço os meus pensamentos com enlevo,
Todavia, alguns frios e tristes,
Escusam-se ao meu abraço,
Ausentam-se dos meus anseios,
Sorrio-lhes na tentativa vã de se modificarem,
Porém, eles simplesmente me ignoram!

Não desisto da minha coragem
Em enfrentar a contrariedade,
Aperto mais ao meu peito
Os pensamentos que me sorriem,
E sinto o meu coração murmurar-me
Palavras de estimulo,
Numa delicada compensação
pelos que se calavam
indiferentes ao meu desejo de paz,
Com ternura, os pensamentos alegres
Aconchegam-se na minha alma!

Liberto-me desta espécie de letargia
Que invadiu a minha essência…
Pela janela aberta,
Penetram os raios de um sol esplendoroso
Despertando-me para a realidade da vida
Que está para além dos devaneios oníricos!

José Carlos Moutinho

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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