sexta-feira, 23 de março de 2018

Caminhada




Calcei sonhos vesti magia,
Era domingo, meti-me a caminho
Parei junto do mar, senti a maresia,
Voltei a caminhar, bem devagarinho

Pelo caminho encontrei a amizade,
Vinha triste pela solidão,
Perguntei-lhe da verdade
Respondeu ser fracasso da relação         

Passei junto de um canavial
Nas margens de um rio inventado,
De lá, vinha um som fenomenal,
As canas cantavam o fado

Entrei pelo atalho da quimera
Encontrei um jardim de ilusão
Aquele que eu sempre quisera,
Pois florira em mim doce emoção

Finalmente acabei a caminhada
Levado pelos meus pensamentos,
Concluí que a vida pode ser cantada
Ou um triste caminhar de lamentos

José Carlos Moutinho

quinta-feira, 22 de março de 2018

QUEM ÉS TU POETA


Quando te pensas importante

Usas teu jeito com presunção

Entendes-te superior aos demais

Mas não passas da insignificância



És um simples passageiro das palavras

Solitário na tua arrogante prosa



Tens toda a poesia para pensar

Unires-te na estrofe com os outros



Pois acredites ou não, és finito

Oásis de poema podes fazer do deserto

Enquanto os ventos sopram rimas

Tens tempo para construir um soneto

Antes que o teu inspirador tempo termine



José Carlos Moutinho


quarta-feira, 21 de março de 2018

Homenageio-.te, Poesia




Penso eu, que a poesia não tem dia,

porque todos eles são dias de poesia

basta que haja uma pequena sintonia

entre a palavra e o sentir da harmonia



Mas como se lembraram de inventar uma data…



Eis-me a pensar quão bela é a palavra poética,

quando, com ela se cria o mundo e também o mar

e o rio que corre ao longo de margem assimétrica

e a vontade de escrever estrofes mesmo sem rimar



Ai, a poesia é verdade e mentira que se insinua

por pecados e inocências, com total descaramento,

quem a lê fique na dúvida se a odeia ou a cultua

pela força que dela se desprende, sem lamento


Poesia, mulher madura, ingénua menina

que se veste de rendas, pergaminhos e retalhos,

ri e chora, é feliz e infeliz, é alegre e triste sua sina,

desnuda-se e veste-se com os melhores agasalhos



Assim, poesia, porque disseram ser este teu dia,

presto-te a minha singela, mas sincera homenagem,

nasceste em mim, num tempo pintado de nostalgia

continuarás contigo até que, às palavras falte coragem



José Carlos Moutinho

21/3/18

terça-feira, 20 de março de 2018

Devaneios

Quando eu te tocava com a ponta dos meus dedos
tu, ardente, murmuravas-me tremuras,
mas quando eu passava meus lábios pelos teus
tu, aninhavas-te a meus pés, sorrindo...em desatino,
Então em desassossego olhava-te languidamente,
abraçava-te
e mergulhava no teu mundo
 
José Carlos Moutinho

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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