sábado, 5 de maio de 2018

Com as palavras eu gosto


Sim...com as palavras, eu gosto
de imaginar outros e belos mundos,
digo com toda a certeza e até aposto
que são da minha vontade, oriundos

Com as palavras, quadras eu não fazia,
de repente deu-me o desejo de as criar,
dizem que é pobre este tipo de poesia
como rico não sou faço dela o meu par

Importante ter conteúdo assaz assertivo
para que a mensagem seja entendida,
pois, se isso não acontecer é um castigo
para quem as ler, que ficará arrependida

José Carlos Moutinho

quarta-feira, 2 de maio de 2018

Momentos de Desalento

QUANDO EU FOR SAUDADE

Como vendaval

...
E continuas a inventar palavras
que me ecoam como vendaval,
quando sorris, lembras-me tardes doentias,
melhor seria calares-te
talvez o teu silêncio me falasse do teu pensar
e eu pudesse entender-te

José Carlos Moutinho


Porquê?

...
Porque me correm rios pelos olhos
se as minhas margens secaram com a estiagem?
Porque há lagos no meu olhar
se o deserto os secou?
Porque me chora a alma
se as lágrimas se exauriram na saudade?
Porque se enrugaram as minhas mãos
se elas ainda têm carícias para oferecer?
Porque corre tão veloz o tempo
se eu tenho todo o tempo do mundo?

Se alguém souber que responda!

José Carlos Moutinho

Por ironia

...
Das minhas mãos juvenis
voavam sonhos em asas de utopia,
nas palavras escritas havia um sentir tão feliz
mas que, jamais, admiti pensar que florisse poesia...
o tempo, senhor da vontade, percorre longos carris,
troca-nos viagens, modifica-nos anseios, talvez por ironia

José Carlos Moutinho

terça-feira, 1 de maio de 2018

Olhava a lonjura

...
Eu olhava a lonjura
tentando encontrar-te...
o meu olhar perdia-se no horizonte
e eu não te via...
Frustrado, olhei em meu redor
e o meu coração sorriu ao ver-te,
não eras lonjura
mas sim, presença,
com a singeleza
do cintilar dos teus olhos

José Carlos Moutinho

quarta-feira, 25 de abril de 2018

VIVA O 25 DE ABRIL



Que o 25 Abril foi excelente
é um facto fantástico e admirável,
que a liberdade esteve tremente
francamente não foi agradável

O tempo foi ensinando democracia
que aos poucos se implantou,
embora nem sempre em sintonia,
mas que ao povo de certo agradou

Liberdade é ter emprego e pão
ser igual em todas as circunstâncias,
que na justiça não haja distinção
direitos iguais, sem discrepâncias

Pelo 25 de Abril a Portugal voltei
de alegria senti minha alma rejubilar,
em Abril de Portugal parti e chorei
por não gostar do que vim encontrar

Viva o ideal de Abril agora e sempre
após 44 anos de grandes confusões,
que nosso povo jamais seja temente
a lutar pela liberdade sem restrições

José Carlos Moutinho
25/4/18

terça-feira, 24 de abril de 2018

Abril-Caminhada de 44 anos



Eles gritavam viva a liberdade
numa certa noite daquele Abril,
parecia um sonho, mas era real
as ruas enchiam-se de gente febril

Morria naquela noite, a ditadura,
os tanques militares eram imensos,
as tropas do coração, faziam armadura
e da alma soltavam sorrisos intensos

Abaixo a tirania, morte ao fascismo,
gritos da turba ecoavam pelas ruas,
esquecendo os anos de ostracismo
de 40 anos de almas tristes e nuas

A alegria foi de tão pouca dura, afinal,
outro fascismo entrava audaz pela porta,
a esquerda tencionava a bem ou a mal
tornar Abril em coisa nascida morta

O povo estava saturado de ditadores
não queria voltar ao passado novamente,
então, em Novembro, mudaram as cores
e a liberdade permaneceu livremente

44 anos são passados desde então,
muito mudou, positiva e negativamente,
vieram até momentos de faltar o pão,
povo temia, a ditadura já está presente

Assim temos caminhado por esta liberdade
que em Abril tantos gritaram entusiasmados,
até se pensava ser mentira, mas é verdade
continuamos pobres, somos uns desgraçados

Claro que os desgraçados são sempre o povo,
aconteceu até, tantos políticos enriquecerem,
só esperamos não voltar à ditadura de novo
se deixarem o SNS e os salários emagrecerem

Não pensem em proveito próprio, mas sim no país
políticos, governantes, banqueiros e outros que tais,
sejam patriotas, humanos, baixem vosso altivo nariz,
os partidos políticos parecem claques, em lutas rivais

No mesmo trabalho, homem e mulher, salário igual,
que na Justiça e nos direitos não haja desigualdade,
honrado seja sempre o nome histórico de Portugal
grato aos militares, que em Abril fizeram Liberdade

Viva o Abril de 1974, que a chama jamais se apague
para que a abnegação de tantos, não seja deturpada,
que o jardim de cravos da liberdade não se estrague
continuando a florir Portugal, a nossa Pátria amada

José Carlos Moutinho
Abril/2018

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

Ver esta publicação no Instagram

Live Planeta Azul Editora

Uma publicação partilhada por Planeta Azul Editora (@planetazuleditora) a