terça-feira, 10 de julho de 2018

Asa de pensamento

...
Quero segredar-te um voo
de asa do meu pensamento
para que saibas que eu sou
a fome da qual tu és alimento...
para que acredites aqui estou
juntinho de ti com sentimento
de quem o teu amor renovou
e que garanto como documento

José Carlos Moutinho


segunda-feira, 9 de julho de 2018

Um abraço teu

...
Hoje queria somente um abraço teu,
mas não daqueles abraços mofos
que costumas distribuir por aí...
se realmente tens sentimento
e absoluta sinceridade
para o tal abraço me dares,
chamar-te-ei amigo

José Carlos Moutinho

domingo, 8 de julho de 2018

A tua realidade


Para ti que me lês e te sentes nada,
tenta simplesmente fazer como eu
seguir com dignidade pela estrada
que te leve a um lugar que é só teu...


Não invejes o que ao teu lado é sucesso,
pensa se ele não terá feito por isso,
não te deixes levar por esse processo
de nada fazeres porque seres remisso 


Talvez até, melhor que eu, possas ser,
é só tentares usar a tua capacidade,
se porventura contigo não acontecer
aceita com resignação a tua realidade


José Carlos Moutinho

sábado, 7 de julho de 2018

...
Há dias vazios de tudo, cheios de nadas
há noites claras de insónias adormecidas
há cavalgantes sentires de almas aladas
há alegrias e tristezas em dores sofridas

José Carlos Moutinho

Tem dias

...
Tem dias que olho lá longe o horizonte
e só vejo bruma de um tempo esquecido,
é como sentir a triste imagem de seca fonte
que inexorável, me deixa de coração partido

José Carlos Moutinho

Se eu...

...
Se eu pudesse falar com o vento
quando ele por mim passa apressado
talvez eu lhe apresentasse requerimento
para deixar este mundo mais descansado,
mas o vento ignora-me e passa correndo,
o que me leva a pensar se ele não estará
também, como nós, a seu jeito sofrendo
sem realmente saber como tudo acabará

José Carlos Moutinho

quarta-feira, 4 de julho de 2018

Segredava paixão

Tinhas pele sedosa como pêssego
e perfume doce da juventude,
tinhas sorriso de sol
e palavras de brisa,
a tua voz aveludada
fazia-me voar em pensamentos...

tinhas a carícia nas tuas mãos
e encantamento no abraço,
o teu beijo era murmúrio do tempo
que me segredava paixão...

o teu corpo colado ao meu
era vulcão que nos incendiava
e nos transformava
em magma alucinante

José Carlos Moutinho

sexta-feira, 29 de junho de 2018

Tempo mediado

Já não sei

Passa longe, brisa

Ai, esta brisa que vem de longe
e me inquieta...
traz com ela recordações,
traz o perfume daquele mar
que eu não quero lembrar...
porque cada carícia dessa brisa
faz renascer dentro do meu peito
um mundo colorido e fenecido,
que jamais retornará, mas
que me provoca esta inquietude
que dói em cada imagem...
por isso, brisa, passa longe de mim
porque o longe que eu vivi
pereceu no tempo que se foi
 
José Carlos Moutinho

quinta-feira, 28 de junho de 2018

Caminheiro

Sou caminheiro de ilusões
artífice de sentimentos,
conquistador de corações
com alegria, sem fingimentos

Digam o que disserem
sou o que acima vos disse,
mas se acaso não quiserem
perguntem à minha prima Alice

Sou e sempre fui desta maneira,
por vezes até exageradamente,
sou virado para a brincadeira
tento, porém, ser muito prudente
 
José Carlos Moutinho

domingo, 24 de junho de 2018

Talvez porque hoje é domingo

Só porque é domingo
e porque dizem que é dia especial,
só por isso e nada mais que isso,
olho as folhas secas,
que, como pardais, saltitam
de pedra em pedra da calçada
onde no banco pintado de verde
estou neste momento sentado,

só porque é verde, talvez de esperança
e porque é domingo que faz sorrir,
contemplo as folhas que saltitam
os pássaros que chilreiam
as árvores cujas ramadas oscilam
com o beijo
do vento, que por mim passa e sinto,
mas não vejo
talvez porque hoje é domingo...

José Carlos Moutinho
24/6/18

sábado, 23 de junho de 2018

ALDEIA DO PARAÍSO Lançamento

Aperto no peito

Ai, este aperto no peito
que não me deixa respirar,
será do calor, será do tempo
nada sei a não ser que sufoco,
quero soltar o grito estrangulado
mas o som silenciou
e o meu desespero aumentou...

Preciso de fazer saber ao mundo
que as lágrimas que ela chorou
não fui eu que as causou
foi o amor que findou e calou
o sentimento que havia em mim,
ficou-me uma culpa sem fim
que ela disse ter eu de pagar...
mas como pago o que não tenho para dar

Ai, este aperto no peito
que ancorou no mar do meu sentir
e naufragou no dia do esquecimento
sem que alguém o salvasse

José Carlos Moutinho


sexta-feira, 22 de junho de 2018

Aforismos


Os belos elogios e simpáticos comentários não te fazem poeta. Pensa nisso!


A idade, essa escada da vida, que a tantos assusta pela vertiginosa subida, oferece entre muitas coisas a capacidade da reflexão e, alegremente, permitir-se rir de coisas tão supérfluas a que muitos dão imenso valor.


terça-feira, 19 de junho de 2018

Quem me socorre

Ai, meu Deus quem me socorre
este mundo está totalmente louco,
um, que se queixa que a vida não corre
outro, que lhe dizem que escreve pouco

Francamente está tudo muito complicado
nunca vi tanta queixa como aqui no Face,
em vez de ficarem a malhar ide ao mercado
comprem fruta, verduras e também alface

Verão que vossos corações irão acalmar
de tanto desgosto e acusação que há aqui,
se o que aconselhei por acaso não resultar
tentem fugir da más línguas, indo por ali

Por favor tenham calma que o tempo urge,
tentem, em vez de ódios criar mais amizades,
assim, quem não muge, certamente não tuge
deste modo escusam-se algumas verdades

José Carlos Moutinho

segunda-feira, 18 de junho de 2018

Sufoco, que calor

Fui aos correios depois do almoço
o calor derretia o asfalto e os miolos
desejei tanto ter por perto um poço
e evitar que o tempo causasse dolos

Mas o tempo ignorou-me, por isso fugi
andei o mais depressa que pude
já nem sei descrever o que eu senti
só me apetecia encontrar um açude

Ai, este calor louco que não aguento
prefiro o fresco, sem ser muito frio
talvez esta noite eu durma ao relento
ou irei deitar-me no leito de algum rio

José Carlos Moutinho
18/6/18

Porque recuso

Recuso serenamente
que palavras vazias cheguem a mim
não porque eu seja inconveniente
mas tão somente porque penso assim,
Aceito de alma serena e suspensa
toda a mensagem que a prosa contenha,
da verdadeira essência que não se dispensa
no poema, para que o sentimento se retenha,
Não é preciso rimar, nem metáforas usar
para se apreciar o conteúdo de um poema
desde que os versos saibam cantar
o que as palavras vestiram de alfazema

José Carlos Moutinho

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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