segunda-feira, 23 de julho de 2018

Futuro passado


Sorrisos que surgem como cogumelos
palavras que voam como borboletas
em devaneio,
sentimentos naufragados em marés agitadas
de mares por inventar,
vontades expressas perdem-se por atalhos ocultos,
abraços tornados tenazes de lassidão,
promessas são folhas soltas que esvoaçam sem rumo...

haverá futuro
para esta nova constelação humana
ou este futuro já é passado?

José Carlos Moutinho

domingo, 22 de julho de 2018

Palavra

...
O que vale a palavra dada
se a intenção é de não cumprir
será que a humanidade está arredada
ou a sinceridade está absolutamente a ruir?
Parece que todo o mundo está em debandada
por tortos caminhos onde a vontade é de destruir,
valha-nos a acalmia de uma serena tarde de chuvada
com som melódico sobre telhado de zinco de novo porvir!

José Carlos Moutinho

sábado, 21 de julho de 2018

Deixa-me

...
Deixa-me ter esperança
não cerceies os meus sonhos
de querer viajar em doce bonança
por mares que não sejam medonhos,
este meu louco viajar é anseio de criança
porque jamais pensei em ventos enfadonhos
mas que agora, nesta sétima me veio à lembrança

José Carlos Moutinho

sexta-feira, 20 de julho de 2018

Leitores…e amigos




Quem edita um livro, acredito que, tal como eu, o faz com grande expectativa e emoção para que obtenha bons resultados, apesar de sabermos que é muito complicado neste meio demasiadamente inflacionado e até anarquizado. Mas, frustrante é não nos darem o benefício da dúvida, adquirindo o que escrevemos. É nessa aquisição que se encontra bem instalado o nosso sucesso, de nada adianta desejarem que o tenhamos, por simpatia, embora, obviamente seja agradável, mas não nos leva a lado algum. Leiam-nos e depois critiquem ou elogiem se acham que o escritor os merece.
Sei que é um risco este texto, posso até, ser mais prejudicado que beneficiado, mas, francamente, cheguei a um ponto, depois de 10 livros editados e, sinceramente, com bastante sucesso, para quem é pequeno, que já nem penso tanto nas consequências negativas, penso sim é que em cada livro que eu edite tenha mais qualidade. Não sou jovem e o tempo já corre ao contrário dos meus anseios.
Leiam-me, já nem falo em livros de poesia, mas sim, nesta minha nova faceta em prosa, na forma de romance.

Dia do amigo (!?)

Dizem que hoje é dia do amigo
pense-se bem no seu sentido,
amigo é mais que simples abraço
quando o tempo se faz escasso

Amigo é estar no momento certo
junto daquele(a) que dele precisar,
não é o que diz ficar sempre por perto
e depois fazer-se esquecido e faltar

Amigo não pode ser palavra vã
nem característica de falsidade,
é hoje, jamais guardar para amanhã
a prova da verdadeira amizade...

José Carlos Moutinho
20/7/18

quinta-feira, 19 de julho de 2018

A voz

...
Tivesse eu a voz do rouxinol
e cantaria para ti
as mais belas canções de amor,
sequer tenho do canário
o som do cântico apaixonado,
assim silencio o meu sentir
nas palavras que se escusam
da minha voz
que vibram, porém, no meu peito
como o chilrear inquieto do colibri

José Carlos Moutinho

Modo de pensar

Para alguns, editar um livro é o desejo de um sonho, que fica realizado nesse único livro.
Para outros, um livro é a gota de água que se deve multiplicar criando um oceano de anseios, para que as palavras naveguem por horizontes desconhecidos

quarta-feira, 18 de julho de 2018

Sonhos

...
Quantas vezes
ai, quantas
me deixo levar
nas ondas do meu pensamento
pelas marés agitadas...
e quando penso ter chegado ao fim
da inquieta viagem,
desperto de um sonho
tão agitado como a maré
que me levara e trouxera
ao porto da minha utopia

José Carlos Moutinho

Grande Madiba.

...
100 anos. Faz hoje 100 anos que nasceu uma estrela. Uma estrela negra, com o coração iluminado pela generosidade. Nasceu o homem que mudaria um país e talvez algumas consciências empedernidas.Tinha a pele negra, mas a sua alma tinha as cores da humanidade.
Quero aqui prestar a minha homenagem à sua memória, curvando-me respeitosamente, perante este homem que já partiu deste mundo de vaidades e com diferenças de todo o género. Um homem resiliente, inteligente, com uma capacidade de discernir, como poucos. O homem que sempre desejou o perdão e que mesmo prisioneiro durante um terço de sua vida, soube aplicar esse perdão aos que haviam sido seus carrascos, que o haviam isolado do mundo e principalmente de sua família. Separaram-no de tudo, mas jamais conseguiram separar a sua capacidade de lutar pela Liberdade até ao seu último dia de vida.
Grande homem, negro, como se, numa missão divina, este homem viesse dizer ao mundo que as raças não se distinguem pela cor da pele, pois a humanidade só tem uma raça, seja de que cor, branca, amarela, vermelha ou preta. somos todos iguais.
Viverás Eternamente, grande Madiba. Obrigado pela lição que deste a todos nós, sobre o que é a generosidade, bondade, democracia e essencialmente o perdão!

José Carlos Moutinho
18/7/18

terça-feira, 17 de julho de 2018

Clamavam

...
As tardes clamavam acalmia,
as brisas murmuravam melodias
abraçadas a doce letargia
vestidas de coloridas utopias...
que se deixavam levar suavemente
pelo esmorecer fatigado do sol
ao encontro dos braços da noite
que, serena e delicadamente
ia sendo iluminada pelo luar
que se reflectia soberano
sobre a humanidade desalentada

José Carlos Moutinho

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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