domingo, 25 de novembro de 2018
Nem uma sobrou
Não...não
te escrevo mais,
as
palavras que tinha guardado para ti
secaram
na gaveta dos meus pensamentos,
nem
uma sobrou para te avisar
que
és folha seca de um triste Outono...
e
foste tu que a deixaste começar a secar
naquele
verão, que, embora quente,
transformou-te
em gelo,
um
gelo empedernido
pela
tua arrogante displicência…
fizeste-te
icebergue perdido
no
mar das tuas ilusões,
vagueaste
nas ondas do desalento
em
busca de um farol,
que
jamais encontraste,
perdeste-o
definitivamente
quando
me ignoraste,
porque
era eu, talvez, o teu farol!
José
Carlos Moutinho
25/11/18
Decreto-Lei,
nº 63/85
dos direitos do autor
quinta-feira, 22 de novembro de 2018
terça-feira, 20 de novembro de 2018
Folhas do tempo
Piso
agora as folhas do tempo
ressequidas
pela nostalgia,
caminho,
porém, sem lamento
com
saudade do que eu sentia
As
velhas folhas amareleceram
o
impiedoso tempo não perdoou,
as emoções jamais se
perderam
mesmo quando o vento as mudou
Em cada folha uma lembrança
de um certo tempo que partiu,
ficou, todavia, a esperança
de não esquecer o que me
sorriu
José Carlos Moutinho
20/11/18
Decreto-Lei, nº 63/85
dos direitos do autor
terça-feira, 13 de novembro de 2018
Mundo desconhecido
Já não me conheço neste mundo
tão desconhecido,
não consigo mais vislumbrar o sol
que antes brincava
entre as ramadas das árvores,
talvez porque o sol, também,
se tenha escondido deste mundo!
Já não ouço o cantar das aves
que dantes alegremente
invadiam os meus sentidos
e me deixavam encantado
perante a natureza,
creio até, que a maresia
não tem o mesmo perfume
que eu sentia,
quando sentado nas falésias
permitia-me aspirar
aquela refrescante fragrância!
Mesmo o mar que me enfeitiçava
e era minha inspiração poética,
parece estar amuado com este mundo
a sua serenidade
facilmente se transforma em ira!
Não me conheço,
nem a mais nada,
muito rapidamente este louco mundo
se foi transformando em desatino,
não nos permitindo sequer, antever
uma eventual acalmia futura.
José Carlos Moutinho
Decreto-Lei, nº 63/85
dos direitos do autor
domingo, 11 de novembro de 2018
Em dia de S. Martinho
...
Pára um pouco,
minutos que sejam
e pensa no que te fizeram
e também no que tu fizeste ou fazes...
e se te sentes confortável nesse teu sentir
é porque a tua consciência dita-te honestidade,
não é que haja obrigação de pagar o que se recebe,
mas sim, pela honra da gratidão para com quem ofereceu!
Mas,se porventura, achas que deves receber e não dar,
tens, certamente, necessidade de reflectir e discernir,
havendo obviamente a satisfação ao receber,
quem ofereceu, embora não seja desejo
sentirá, também esse mesmo prazer...
não queiras, pois, engolir o mundo
se só tens uma boca pequena
José Carlos Moutinho
11/11/18
Decreto-Lei, nº 63/85
dos direitos do autor
sábado, 10 de novembro de 2018
Escrevo
Escrevo,
só porque me apetece
e escrevo para todos
e para ninguém,
que me importa que não gostem
do que o momento me ditou
e transformei em estrofes
se há em mim um desejo ardente
de incendiar as palavras com versos
de sentimentos por vezes controversos?
Assim, escrevo eu
sem pensar em quem me vai ler,
escrevo porque quero que saibam
que as minhas palavras brotam
da fonte dos meus instantes
e que a cristalinidade dos meus sentidos
é a corrente que me leva a navegar
até ao mar da minha imaginação...
Por isso, que culpa tenho eu
se não me acompanham
neste meu solitário navegar
onde a minha fome de palavras
invade-me a alma
gritando ansiosas por se soltarem
da âncora do meu peito
que por segundos as aprisionou…
É por tudo isto que eu…
teimosa e febrilmente escrevo
José Carlos Moutinho
Plágio é crime punido pelo
Decreto-Lei, nº 63/85
dos direitos do autor
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Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas
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