domingo, 16 de dezembro de 2018

Que festejas, irmão?



Que festejas tu, irmã e irmão
nesta época que dizem de Natal?

Será a fome de milhões
por este mundo desvairado
ou a loucura de alguns que matam
por demoníaca insanidade mental
será, talvez, que te alegras com os miseráveis
abandonados pela sociedade
e perdidos na sua incapacidade
de viverem como humanos?

Volto a perguntar-te, irmã e irmão...
se comemoras o enregelamento
de tantos infelizes que não têm um tecto
mas têm a triste sorte
de ser acariciados pelo vento
que atravessa as fendas das paredes,
dilacera-lhes o corpo
e rouba-lhes o sono
na noite fria que tudo congela?

Pois, irmã e irmão...
até entendo que te tenhas esquecido disso,
importante é teres conforto
e a família em teu redor,
porque Natal é essencialmente
harmonia, paz e felicidade!

Os outros, pois, os outros
se sofrem não é por culpa tua,
mas sim da ganância e hipocrisia
deste louco mundo...

Pensa, porém, um pouquinho nos outros,
pouco valerá, obviamente,
mas talvez a tua consciência
se aquiete e reflicta
sobre o que andas a fazer por cá,
nesta terra maravilhosa
onde tiveste o privilégio de nascer!

José Carlos Moutinho
16/12/18

Decreto-Lei, nº 63/85
dos direitos do autor

sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

Ai, o suspiro

Perguntei ao suspiro
o que me queria dizer
respondeu que eu o inspiro
no suspirar de prazer
achei interessante e giro
o que o suspiro me fez ver
o simples suspirar é respiro
de alegria e vontade de escrever

José Carlos Moutinho
14/12/18

quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

Olham-te de lado (é só brincadeira...)

Podes ser um ser muito inteligente
terás sempre quem te olhe de lado
podes achar uma coisa deprimente
é próprio de quem é mal humorado

Se fores, porém, um abrutalhado
verás que também te olham de lado
pouco ou muito inteligente é um fado
que deixa muito esperto embasbacado

Desta maneira ignora esses tolos
não sabem o que fazer da vida
dá-lhes na cabeça com uns tijolos
e verás que fica a coisa resolvida

José Carlos Moutinho
13/12/18

Valerá a pena?


Suspirar


Há em cada suspiro um sopro
de angústia ou de simples suspirar
talvez por falta de um escopro
que esculpe esta forma de amar

Nem sempre suspirar é de tensão
quantas vezes é um simples respirar
de um momento de grande emoção
que leva o pensamento a viajar

Neste suspirar a vida que nos prende
a um constante desejo de caminhar
há um sentir que a felicidade rende
quando o propósito é saber amar

José Carlos Moutinho
13/12/18

Decreto-Lei, nº 63/85
dos direitos do autor

terça-feira, 11 de dezembro de 2018

Amizades



Há amizades feitas de vento
Que esvoaçam sem rumo
E se perdem no tempo

E há aquelas que se vestem de chita
São tão frágeis, tão frágeis
Que são uma autêntica fita

Mas temos também as coloridas
De tantas cores, mas tantas
Que quando nos chegam estão esbatidas

Ah…e outras há pela vida
Que sorriem de olhos mortiços
Como uma coisa perdida

Existem muitas mais que abraçam
Mas os braços ficam tão flácidos
Que sentimos que nos amordaçam

Mas algumas acontecem com simpatia
Não são profundas nem leves
Que apreciamos pela sua alegria

Há outras que são pergaminhos
Que se colam nas pétalas
Das flores dos nossos caminhos

Embora escassas também existem
As amizades ditas verdadeiras
Daqueles amigos que nunca desistem

Com pouco, creio que disse o suficiente
Dos imensos tipos de amizade
o valor maior é jamais ser despiciente

E porque estamos no Natal
Que todos os tipos de amizade
Jamais se congreguem em torno do mal

José Carlos Moutinho
11/12/18

Decreto-Lei, nº 63/85
dos direitos do autor

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

Ver esta publicação no Instagram

Live Planeta Azul Editora

Uma publicação partilhada por Planeta Azul Editora (@planetazuleditora) a