quinta-feira, 7 de março de 2019

Abutres




Alerta,
companheiros de caminhada,
há abutres no ar,
não serão muitos,
direi mesmo, que são poucos,
mas os que voam por aí,
são actuantes e vorazes…

procedem, inicialmente,
como sanguessugas,
sugando os sonhos e as ilusões
dos incautos honestos…

depois,
com os papos cheios de sangue,
deixando exangues as vítimas,
devoram finalmente a carne
de quem, credulamente,
se deixou enredar na teia formada
por esses carnívoros sem alma!

Então,
quando a frustração das presas
é confrontada com a realidade
e sentem que foram mordidas
por esses miseráveis
e horrendos bichos voadores,
recebem sarcasticamente
como resposta, o silêncio e ameaça
de que voltarão, impunemente,
a picar, sugar e engolir
quem se atrever a enxotá-los

José Carlos Moutinho
7/3/19

Abutres (Áudio)


terça-feira, 5 de março de 2019

É por isso



Por vezes...
apetece-me voar nas asas do futuro,
não por qualquer razão especial...
mas, tão somente para comparar,
sim...comparar com o passado
que me levou por terra, mar e céu
e até, imaginem, nas asas dos sonhos!

É por isso que, por vezes,
gostaria de voar aleatoriamente
pelo porvir...
embora, obviamente,
desejasse voltar a aterrar
no porto de abrigo
do presente que é meu

José Carlos Moutinho
4/3/19

Decreto-Lei, nº 63/85
dos direitos do autor

segunda-feira, 4 de março de 2019

Já tive

...
Já tive quem me prejudicasse
conheci gente que honra, desconhece
talvez gente que nunca amasse
ou não sabe da doença que padece

Já tive gente séria de palavra dada
que valia mais que um contrato,
alguns tinham uma maneira grata
ao dizerem que desonra é de rato

José Carlos Moutinho
4/3/19

sábado, 2 de março de 2019

Se porventura...



Se puderes...
diz-me algumas palavras
que gostasses de me ter dito
e nunca me disseste,

se achares que vale a pena...
oferece-me aquele sorriso
que antes, carinhosamente, me oferecias,

se tiveres tempo...
envolve-me nos teus braços
num abraço que,
outrora e, apaixonadamente, me davas,

e se por acaso...
ainda sentires alguma emoção
quando eu te murmuro palavras sentidas,
liberta o teu coração
deixa-o gritar o seu sentir
para que eu, resignado, acredite
na mutação ou não
dos teus sentimentos,

mas se porventura...
emudeceres com as palavras
congeladas na tua garganta
pela frieza que em ti se instalou…

talvez…
talvez, num repente emocional
eu te consiga abraçar
e descongelar o gelo
que te tornou noutra pessoa

José Carlos Moutinho
1/3/19

Decreto-Lei, nº 63/85
dos direitos do autor

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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