terça-feira, 25 de junho de 2019

Silêncio da maresia


Navego no silêncio da maresia
sobre marés de ilusões,
em cada onda, solto um suspiro
de anseio ou quiçá, de saudade,

o sol reflectido no dorso do mar
fala-me de utopias improváveis,
de abraços de brisas passageiras
e de amanhãs risonhos,

deixo, na quietude do meu sentir
invadir-me por pensamentos
que me levam a, serenamente,
continuar neste silêncio
a navegar emoções
que vou desfraldando ao vento,

vento que, silenciosamente,
me conta de suas constantes viagens,

encantado, resta-me soltar a voz
que, contida no meu peito,
deseja gritar felicidade

José Carlos Moutinho
25/6/19

Decreto-Lei, nº 63/85
dos direitos do autor

sábado, 22 de junho de 2019

Peço-te um momento (Áudio)


Peço-te um momento

Espera...
pára um pouquinho,
uns escassos minutos, por favor
e ouve o eu te quero dizer:
já pensaste que o poeta escreve para ti?

Sim...para ti,
se, eventualmente, o lês,
e, se o fazes, não sejas tão displicente,
não ignores que,
o que ele escreveu com afecto
e, porque não, com amor,
deixou de ser seu
quando te foi oferecido publicamente!

Certo...entendo que poderá não ser do teu gosto
nem tenha, quiçá, a qualidade que tu ajuízas
por te pensares analista da poesia perfeita,

Se realmente existe essa poesia...

mas, penso eu, que pouco sei...
a poesia tem a propriedade de ser livre,
claro que deverá ter o léxico perfeito
e semântica compreensível,
porque, isso sim,
estes valores jamais poderão ser deturpados,

mas o poema ou prosa
é o sentir do momento
de quem o escreveu,
por isso, repito, não o desvalorizes,
porque o achas inferior
mas essa é a tua apreciação,
não a da generalidade!

José Carlos Moutinho
22/6/19

sexta-feira, 21 de junho de 2019

Que Feitiço

Que Feitiço

Que feitiço


Que feitiço é este que me controla
e obriga a prender-me às palavras
com que vou plantando sentires...

Que feitiço é este que me faz inventar
sois e mares, rios e campos
infinitos e desertos, vales e montanhas,
viajar pelas estrelas, como um astro
e descansar nas nuvens os meus cansaços...

Feitiço tão místico e desconhecido
que penetrou e ancorou na minha alma
e me obriga a ser marinheiro
pelos mares agitados da escrita
e navegar em simples canoas de prosa
com remos de poesia
enfrentando os perigos das desilusões
e das incompreensões
dos eventuais capitães
das supostas grandes naves
que a todos abalroam
mas que tantas são as vezes
que sequer são grandes marinheiros

Que feitiço este…
que ainda me faz sonhar
como adolescente
e me leva a pensar voar nas asas
do livro que me perpetuará…
ah, feitiço que és tão feiticeiro!

José Carlos Moutinho

terça-feira, 18 de junho de 2019

Quero

...
Quero que o meu sentir
voe nas asas das ilusões
e em cada dia que há-de vir
me traga mais e mais emoções...
mas se o tempo não o permitir
que venham novas intenções
para, serenamente, eu poder sorrir
ao sentir o prazer de outras paixões

José Carlos Moutinho
18/6/19

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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