quarta-feira, 7 de agosto de 2019
A Alma precisa
...
Algumas vezes sinto-me brisa
entre o deserto e o vendaval,
momentos que minh'alma precisa
para entender porque existe o mal,
porém, a teimosia e força do vento
sopra-me acutilante areia do deserto,
torna-me a serenidade num tormento
confundindo o que é errado e certo
José Carlos Moutinho
7/8/19
terça-feira, 6 de agosto de 2019
Sinto a espuma
...
Sinto a espuma dos momentos
que me fizeram areia de saudade...
sob meus pés,
esvoaçaram gaivotas
de um tempo, que me navegou
José Carlos Moutinho
6/8/19
segunda-feira, 5 de agosto de 2019
À conversa com a poesia
Perguntei um
belo e certo dia à poesia
se quem faz
um poema é realmente poeta,
a poesia
respondeu, com alguma azia,
que um só
poema não é coisa concreta
Quis eu
saber mais sobre este assunto
mas a poesia
estava muito renitente,
voltou a
dizer-me: poema não é presunto
que se come
uma vez e fica-se contente
Fiquei ainda
mais confuso com tal resposta,
e, claro,
demonstrei até bastante desagrado
mas para que
a poesia ficasse bem-disposta
insisti: com
muitos poemas estou descansado?
E a poesia
soberana, senhora do seu nariz,
e até, com
arrogância, respondeu-me assim:
é poeta,
pois, quem porventura tenha cariz
não é a erva
daninha que faz um belo jardim!
José Carlos
Moutinho
5/8/19
Similitude
Há uma similitude paradoxal entre a mulher e a rosa (flor)
Não devemos estranhar que uma bela mulher
possa ferir-nos os sentimentos e calar-nos a alma...
se a mais linda rosa
também nos acaricia com espinhos
e faz nossa alma gritar de dor...
José Carlos Moutinho
Não devemos estranhar que uma bela mulher
possa ferir-nos os sentimentos e calar-nos a alma...
se a mais linda rosa
também nos acaricia com espinhos
e faz nossa alma gritar de dor...
José Carlos Moutinho
domingo, 4 de agosto de 2019
És brisa
...
És brisa que me afaga
os pensamentos,
sol que me acalenta a alma,
és nuvem que confunde o meu tempo,
orvalho que me refresca as madrugadas,
és vendaval que me acorda dos sonhos,
perfume da maresia
do mar sereno onde te navego
José Carlos Moutinho
4/8/19
Voavam
Olhei pela vidraça da janela
e vi voarem folhas
como se fossem suspiros,
deslocavam-se com a elegância da poesia,
por vezes escondiam-se por detrás do sol,
outras, brincavam com as nuvens
num voo constante e sedutor...
Todavia, tal com a efemeridade
do nosso voo pela vida,
também aquelas folhas
que me haviam deslumbrado,
aquietaram o seu voar
no duro chão da realidade
da minha triste e inquieta desilusão
José Carlos Moutinho
4/8/19
sábado, 3 de agosto de 2019
sexta-feira, 2 de agosto de 2019
Zeca Afonso in memoriam
Porquê Zeca,
partiste tão cedo
se tinhas
ainda tanto para nos dar,
foste
valente nunca tiveste medo
em mostrar a
liberdade a cantar,
se fosses
vivo terias hoje noventa
anos, de
muitas canções e poesia,
és hoje
memória que nos acalenta
a saudade
que se canta a cada dia
José Carlos
Moutinho
2/8/19
Subscrever:
Mensagens (Atom)
Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas
Ver esta publicação no InstagramUma publicação partilhada por Planeta Azul Editora (@planetazuleditora) a