sexta-feira, 9 de agosto de 2019

Rebeldia



Fui oásis do teu deserto,
rio das águas que te acariciaram,
fui tempo que esqueceste
em longas noites de luar,
fui os braços que te acolheram
nas manhãs de invernia…

sou a serenidade da tua rebeldia
e a palavra que te contém a impetuosidade,
sou o verso da tua poesia por inventar
e metáfora dos momentos perdidos,
sou o poema que desejaste escrever
e se perdeu na inspiração que te esqueceu

José Carlos Moutinho
4/8/19

Ao abrigo do Decreto-lei nº 63/85
dos direitos de autor

quinta-feira, 8 de agosto de 2019

muros

...
Ainda que muros se interponham
entre mim e a minha perseverança,
não conseguirão demover-me
da minha intencionalidade,
porque passarei por cima
e, se forem excessivamente altos,
contorná-los-ei....
porque nada, mas mesmo nada,
tem mais força que o meu querer
e a minha resiliência

José Carlos Moutinho
8/8/19

Corre

...
Pelas minhas veias
corre seiva de eterna ilusão
que me proporciona o ar sonhador
com que pinto a vida com um sorriso
e que, delicadamente,
coloco nas minhas telas
de abraços e fraternidade

José Carlos Moutinho
8/8/19

quarta-feira, 7 de agosto de 2019

QUANDO EU FOR SAUDADE

RUI MONIZ ESTADO DE ALMA

A Alma precisa

...
Algumas vezes sinto-me brisa
entre o deserto e o vendaval,
momentos que minh'alma precisa
para entender porque existe o mal,

porém, a teimosia e força do vento
sopra-me acutilante areia do deserto,
torna-me a serenidade num tormento
confundindo o que é errado e certo

José Carlos Moutinho
7/8/19

terça-feira, 6 de agosto de 2019

Sinto a espuma

...
Sinto a espuma dos momentos
que me fizeram areia de saudade...
sob meus pés,
esvoaçaram gaivotas
de um tempo, que me navegou

José Carlos Moutinho
6/8/19

segunda-feira, 5 de agosto de 2019

À conversa com a poesia



Perguntei um belo e certo dia à poesia
se quem faz um poema é realmente poeta,
a poesia respondeu, com alguma azia,
que um só poema não é coisa concreta

Quis eu saber mais sobre este assunto
mas a poesia estava muito renitente,
voltou a dizer-me: poema não é presunto
que se come uma vez e fica-se contente

Fiquei ainda mais confuso com tal resposta,
e, claro, demonstrei até bastante desagrado
mas para que a poesia ficasse bem-disposta
insisti: com muitos poemas estou descansado?

E a poesia soberana, senhora do seu nariz,
e até, com arrogância, respondeu-me assim:
é poeta, pois, quem porventura tenha cariz
não é a erva daninha que faz um belo jardim!

José Carlos Moutinho
5/8/19

Similitude

Há uma similitude paradoxal entre a mulher e a rosa (flor)

Não devemos estranhar que uma bela mulher 
possa ferir-nos os sentimentos e calar-nos a alma...
se a mais linda rosa 

também nos acaricia com espinhos 
e faz nossa alma gritar de dor...

José Carlos Moutinho

domingo, 4 de agosto de 2019

És brisa

...
És brisa que me afaga
os pensamentos,
sol que me acalenta a alma,
és nuvem que confunde o meu tempo,
orvalho que me refresca as madrugadas,
és vendaval que me acorda dos sonhos,
perfume da maresia
do mar sereno onde te navego

José Carlos Moutinho
4/8/19

Voavam

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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