quinta-feira, 15 de agosto de 2019

Dispo-me


Dispo-me de palavras vazias
porque o meu peito
não tem espaço para as guardar,

calo a revolta dos dias exasperados
na serenidade das noites de luar,

abro os braços à acalmia da maresia
abraço as ondas do meu mar inventado,

mergulho meu sorriso de saudosa ilusão
na areia das minhas memórias,

liberto os meus pensamentos
que, felizes, voam nas asas das estrelas

José Carlos Moutinho
13/8/19

quarta-feira, 14 de agosto de 2019

Melancolia




O dia amanheceu vestido de cinzento,
nos braços da melancolia!

O sol chegou, espreitou por entre nuvens
e decidiu retirar-se,
encontrando pelo caminho
a saudade e a nostalgia
que se abrigavam sob uma goiabeira,
pintada de verde e vermelho…
recordavam os dias coloridos
vividos, alegremente,
naquele tempo
em que os dias cinzentos
se escondiam envergonhados
perante a força do cintilante sol tropical
que sempre se impunha
à rara tristeza emanada das melancolias
porque era um tempo
sem tempo para existirem!

Assim, após este desabafo
da saudade e da nostalgia,
impotente, o sol prosseguiu seu caminho,
talvez, sei lá, dirigindo-se para sul,
eventualmente,
para algum país tropical
onde teria possibilidade de evitar
que dias cinzentos trouxessem melancolia
às gentes locais

José Carlos Moutinho
9/8/19

Ao abrigo do Decreto-lei nº 63/85
dos direitos de autor

terça-feira, 13 de agosto de 2019

Brisa que me afaga

...
Sou o instante que me sinto
na leveza da brisa que me afaga,
sou o calor que a vida me oferece
o respirar do tempo que me condiciona,
sou o recordar com saudade de outrora
e felicidade do sentir o meu presente,
sou a ilusão de um tempo infinito
que a realidade me diz ser efémero...

José Carlos Moutinho
13/8/19

segunda-feira, 12 de agosto de 2019

Sonetista

Não existe em mim nenhuma presunção
de me inventar poeta sonetista,
mas há, porém, em mim tanta emoção
que me atrevo como um grande letrista,

verso atrás de verso vou construindo
as duas quadras com a devida rima,
tentando que a métrica vá fluindo
para que o soneto seja obra prima,

pode parecer fácil, mas não é, não,
desta maneira já cheguei ao terceto,
confesso que foi com muita emoção…

agora a caminho doutro terceto…
com este, é o verso décimo terceiro,
no décimo quarto acabo o projecto!

José Carlos Moutinho
12/8/19

Ao abrigo do Decreto-lei nº 63/85
dos direitos de autor

domingo, 11 de agosto de 2019

Tempo que não recua



Quisera eu, segurar os instantes
que me foram abraços
e voltar a escutar as palavras doces
que ecoaram solenes aos meus ouvidos,

quisera eu, poder rever e sentir
o calor daqueles sorrisos que me fascinavam
e novamente ter a felicidade de contemplar
a elegância e a graciosidade das garotas
caminhando pelos jardins
do meu deslumbramento,

quisera eu, aspirar a maresia
preguiçando na areia da praia
das minhas paixões,
e mergulhar nas ondas
do meu mar de ilusões,

quisera eu...
sei lá o que eu quisera...
se o tempo não recua,
e eu não me liberto
desta nostalgia sonhadora...

José Carlos Moutinho
11/8/19

Ao abrigo do Decreto-lei nº 63/85
dos direitos de autor

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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