Agarro-me às ilusões inventadas
Na ânsia de as tornar reais;
Voo nas imagens dos pensamentos,
Olho o reflexo de mim em ti
E a tua imagem está vazia de mim;
As folhas que caem,
E que me tocam docemente,
Fazem-me sentir-te, ténue, como a luz,
Deste sol cansado de fim de dia!
É irreal e imaginado esse toque teu,
Não estás aqui!
Estiveste por um àpice
E foste-te com a luz do inverno
Célere, como os teus sentimentos;
Tornaste o belo em horrendo,
Foste fria e calculista;
E tu mesma foste vítima,
Da tua incompreensão;
A emoção que dizias sentir
Era na verdade falsa,
Não passava de simples quimera.
José Carlos Moutinho
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