terça-feira, 17 de maio de 2011

Sonhando

Tenho dito que destruí todos os poemas, feitos com a idade de 16/20 anos. E é verdade.
Esta noite sonhei que teria alguns poemas daquela época. Procurei, rebusquei, encontrei este, de nome SONHANDO. Foi escrito em 66.




SONHANDO

Do belo e fantástico alvorecer dos meus sonhos
desperto,
e penetro nas mais profundas
e densas trevas,
da crua e tortuosa realidade,
desfazendo
num ápice,
as mais belas e irreais quimeras
de um só momento
de imensa felicidade ;
Momento em que se sonha, despertado,
que se ama e se é amado,
louca e veemente,
em constante adoração...
Momento em que se sente ciúmes
da luz do luar,
que afaga, meigamente
o ente amado...
Das pedras,
que indiferentemente são pisadas,
pelos seus graciosos pés...
Do calor do sol,
que bafeja as suas faces,
dando-lhes um angélico colorido...
Do momento, ainda,
em que se recebe,
a dádiva de um simples
sorriso
que nos transporta,
voluptuosamente
a outro mundo,
diferente,
extra-terreno,
maravilhoso...
irreal ...
Mas eis, que tudo é fictício,
e como se sofre !...
Oh Força invisível e Omnipotente,
que existes para Além da Morte,
fazei com que eu não sucumba
a este amor
sem retribuição,
e que não caia na perversa
desilusão
de uma amarga realidade...


José Carlos Moutinho
20/8/66

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Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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