domingo, 19 de janeiro de 2025

# Coisas do silêncio

Porque será que este silêncio
que me rodeia 
nada me diz?
 
Ele que faz parte de mim
nos momentos
em que me entrego à imaginação
das coisas que me faz pensar ser poesia…

Talvez o silêncio do silêncio
seja a razão da minha inspiração
e que sem ele, nada acontecesse

Sei lá eu, dos mistérios do tempo
e das vontades acontecidas
oriundas das ideias
que se plasmam nas dóceis palavras!? 

Admito que me sinto bem 
apesar deste som calado
que me abraça e me envolve por inteiro
numa amizade intemporal!
 
Todavia, este meu amigo silente
é, por vezes, perturbado pelo som
produzido pelos meus dedos
sobre as alvas letras,
acomodadas no negro teclado

E…neste silêncio que é só meu
construí estas singelas estrofes,
perfumadas por esta paz
tão solitária, mas que é só minha 

José Carlos Moutinho

19/1/2025



segunda-feira, 13 de janeiro de 2025

#Milagre da escrita

 

O bater cadenciado do meu coração
é melodia que o silêncio do meu pensamento
necessita para seguir uma rota
nunca antes programada

Então, do nada, inesperadamente,
vão surgindo as notas que me permitem
criar, inventar ou sei lá…
imaginar poemas ou simples textos

Creiam, que a mim mesmo, deixa confuso,
o que me acontece,
pois, começo a escrever sem ideia preconcebida
e o “milagre” dá-se, como por inspiração divina!

Obviamente, será até uma heresia
esta minha alusão ao fenómeno
que me acompanha desde há muito tempo:
singelo à vontade
que me leva a fazer das palavras
miragens utópicas…

e a dança das metáforas, rimas e estrofes
em fantásticos e líricos passos
dá início a um encantado baile de versos…

Não! Não me considero um ser especial,
nem sequer o entendo nos poetas
ou naqueles que usam o léxico,
como instrumento de criação de suas obras

Direi que sou, somente, um privilegiado
em ter a sorte da imaginação
e de saber o ritmo da semântica
e de ter discernimento
da minha insignificância.

José Carlos Moutinho
11/8/2024
Portugal




quinta-feira, 9 de janeiro de 2025

# Enleios


Deixo o meu pensamento voar,
serenamente, nas asas do tempo
pelo sopro do vento
por lugares desconhecidos…
 
talvez encontre o paraíso
da tranquilidade e da maresia
por praias onde a tristeza se ausenta
e as areias sejam aconchego espiritual!
 
Então, encontrado este anseio
à sombra das palmeiras
deixo-me levar pela mente
por galáxias coloridas por sonhos…
 
e quando o mar me beijar os pés
e eu sinta a frescura da vida
terei a certeza de que os sonhos
serão realidade
se os sonharmos como tal!
 
Se o lirismo me tomar como refém
adoçando os meus pensamentos
na acalmia das horas esquecidas
sentir-me-ei feliz por existir
e ter a capacidade de pensar quimeras
 
José Carlos Moutinho
9/1/2025

 

segunda-feira, 6 de janeiro de 2025

# É o que quiserem


Queria eu escrever um poema
mas quando tentei iniciar tarefa
não me surgia qualquer tema
p’lo pensamento o caos atravessa

Tentei uma vez, outra e mais uma
a minha inspiração estava falida
meu pensar era de total bruma
certamente, me pregava partida

Olhei pró teclado depois pró ecrã
desolado pela minha incapacidade
foi num louco e determinado afã
que as ideias soltaram de verdade 

Levei-me livre no dorso do vento 
como se eu fosse folha de brisa
porém, surgiu um contratempo 
não levava ordem de voo precisa
 
Voltei com o vento a resmungar
sobrevoámos as ondas agitadas
porque eu queria abraçar o mar
num enlevo de utopias exaltadas
 
Assim surgiu uma coisa qualquer
que não sei como devo classificar
pois que seja o que alguém quiser
a mim, não me compete analisar 

José Carlos Moutinho

6/1/2025

domingo, 5 de janeiro de 2025

#Viver

 Viver
 
Correm mansas águas pelos rios
e os dias, meses e anos por mim
viver é alegria e alguns calafrios
e eu vou fazendo quadras assim

Velozes vão passando os anos que sequer nos apercebemos não desistimos de fazer planos incógnito é o futuro que teremos
Há que gritar ao vento liberdade a maravilha e privilégio de viver entre mentiras e alguma verdade vamos prosseguindo até mais ver
 

E assim viajamos por este mundo
pleno de conflitos e desumanidade
amor superado por ódio profundo 
entristecidos vivemos actualidade   

José Carlos Moutinho

5/1/2025

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

Ver esta publicação no Instagram

Live Planeta Azul Editora

Uma publicação partilhada por Planeta Azul Editora (@planetazuleditora) a