sábado, 22 de dezembro de 2012

Pensamento solto





Tardes preguiçosas,
coladas à alma do meu pensamento
que vagueia por céus azulados,
pontilhados de minutos de felicidade,
disseminados em horas de incertezas,
vividos sobre ondas de paixões,
desfeitas na espuma das desilusões!
E o pensamento solta-se,
sem amarras, segue o seu curso,
atravessando nuvens de liberdade,
selecionando os bons instantes,
olvidando os menos vibrantes,
na busca do horizonte da felicidade!

Deixo-me levar no espirito do meu pensar,
por vales, montanhas e mares sem parar,
esta força que me impele com a certeza,
de encontrar um mundo, com mais beleza! 

Saio do corpo que me subjuga os sentidos,
deixo-me levar na quimera dos sonhos,
isenta de dores e queixumes sofridos,
procurarei utopias em jardins risonhos!

José Carlos Moutinho

Natal que me entristece





Já são poucas as horas para o dia especial,
que todos anseiam, uns por motivos nobres,
outros para comemorarem só porque é Natal,
felizmente que muitos se lembram dos pobres.

Nesta quadra que deve ser festiva, é para mim
a mais melancólica e que me deixa mais triste,
sempre me lembro dos infelizes, de triste fim
onde sem teto, a fome e o frio sempre existe.

Que neste frio Natal, Jesus se lembre deles,
dando pão, para saciarem os estômagos gelados,
mantas para iludirem o frio, que lhes rasga as peles,
pois se são humanos, porque são abandonados?

Se cada um de nós se lembrasse dessa gente,
e que no esbanjamento cedesse uma côdea de pão,
o mundo não seria tão injusto e confrangente,
porque em cada alma solidária sorriria o coração.

José Carlos Moutinho

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Natal do meu desejo

BOAS FESTAS A TODOS....
***


Quando o Dezembro chega, traz com ele
a esperança, que se foi perdendo com o tempo,
renasce em cada coração a luz Daquele,
que na cruz morreu para nos dar alento.

É Natal, nascimento do Menino Jesus,
é dia de festa, de alegria e de choro dorido,
alegria nas casas onde há fartura, calor e luz,
frio e fome em outras, parecendo castigo.

Que mundo é este com tanta injustiça,
uns são filhos de Deus e privilegiados,
outros são moribundos de alma mortiça,
pobre gente de corações desventurados.

Faço aqui e agora, neste papel, um forte apelo
aos astros, que conspirem a favor da humanidade,
que desapareça a miséria, que tudo seja mais singelo,
e que entre os humanos haja mais solidariedade.

Com o meu desejo de que o Natal seja todos os dias,
deixo-vos o meu abraço fraterno de amizade,
haja alegria, paz, amor, pão e vida sem abulias,
que o amanhã seja outro dia de fraternidade.

José Carlos Moutinho

domingo, 16 de dezembro de 2012

Eu e o mar





Quando os dias se escondem da luz solar
e a minha alma se entristece,
invadida pela melancolia...
...É na grandiosidade do mar,
na acalmia do seu murmurar,
que invento oásis do meu deserto
e descubro o equilíbrio do meu sentir!
Deixo o meu olhar navegar,
perder-se na lonjura dos mistérios,
e, inexplicavelmente
como por mágica,
surgida do imaginário,
a serenidade aconchega-se no meu peito
transforma-me em outro ser,
com outro sentir,
afagado pelo luar,
que suavemente desponta
e me oferece sorrisos,
de esperança de novos sóis!

Na letargia que me tomou os sentidos
Perdi-me nas horas esgotadas do tempo,
Absorvido pela contemplação deste mar de feitiços,
Mas revigorado pela maresia
Com o coração mais feliz e a alma solta.

José Carlos Moutinho

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

solto os ventos





Abro as mãos crispadas,
solto os ventos aprisionados,
deixo-os voar livremente
em busca de sorrisos de alegria!

Olho as minhas mãos abertas e vazias
de nadas...
Suspiro ilusões de novos ventos,
ou de simples brisas acalentadoras,
que me libertem deste aperto
que me sufoca o peito!

Quero inventar-me livre,
sorrir inocentemente às árvores
que me olham serenas,
no seu agitar de doce bailado!

Quero gritar às estrelas
que esta minha letargia
me impede de viver...

E...quando eu pousar o meu olhar
nas águas daquele rio, que corre mansamente,
quero contar-lhes que a minha alma
se livrou dos grilhões que a torturavam!

E...ao ouvir as doces melodias
do canto das aves, de cores quiméricas,
quero ser metamorfose de um ser alado,
e voar...pensamentos pelo infinito
na ousadia do meu querer e sentir!

José Carlos Moutinho

domingo, 9 de dezembro de 2012

Alma, pomba branca





O meu ser percorre atalhos de desalinho,
em pensamentos de inquietude,
na busca da serenidade do luar
e da acalmia do leito murmurante do rio,
que desliza confidente do meu sentir!
Emudeço pelas sombras das árvores
que me calam a voz,
anseios que me sufocam
o grito que se estrangula no meu peito,
pelos suores frios trazidos pelos ventos
do desassossego, em nuvens diáfanas,
onde se escondem estrelas titubeantes
pela incerteza do que eu desejo!
Nem eu sei o que quero,
neste desatino que me visita,
em constante hostilização!
Estou cansado de tudo...
Quero o silêncio que me afague a alma
que o meu coração faça o que quiser,
sou refém da sua vontade,
mas que a minha alma
seja a minha eterna pomba branca!

José Carlos Moutinho

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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